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Herdeiros de Picasso atacam o governo francês

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MADRI - País adotado como lar pelo pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), a França tem sido palco de desentendimentos entre os herdeiros do gênio cubista e representantes do governo. Filho de Picasso e Françoise Gilot, Claude Picasso declarou-se “escandalizado e muito preocupado” com o atraso na reabertura do Museu Picasso de Paris. Fechado para reformas desde 2009, o museu iria reabrir suas portas em junho, mas o governo decidiu adiar os planos para setembro. O filho do pintor disse que a França e a sua ministra da Cultura, Aurélie Filippetti, “não têm a menor vontade de abrir o museu” em uma entrevista concedida ao jornal “Le Figaro”.

Enquanto a polêmica se desenrola na capital francesa, um coletivo de artistas e intelectuais enviou cartas ao primeiro-ministro da França, Manuel Valls, e à prefeita de Paris, Anne Hifalgo, cobrando do estado uma posição para que salvem acasa-estúdio localizada no número 7 da Rue Grands Augustins, onde Picasso realizou uma de suas maiores obras, “Guernica”. A carta-manifesto pede o tombamento do imóvel, como bem de interesse artístico, para que seus atuais donos não cedam às pressões de um grupo imobiliário que, segundo a carta, pretende construir um hotel de luxo no lugar.

Diferentes versões sobre as obras

Representante oficial da família no conselho administrativo do Museu Picasso de Paris, Claude Picasso chegou a se reunir com a ministra da Cultura para tentar convencê-la de que a galeria deveria ser reaberta em junho, mas não teve seu desejo atendido.

“Ela disse que não poderia porque não tinham vigilantes, e também argumentou que as obras tinham sido atrasadas. Mas as obras foram entregues dentro do prazo, na terça-feira passada”, disse o filho de Picasso.

O herdeiro conta que a ministra se negou a acompanhá-lo numa visita às instalações do museu, e deduz que a ministra “não tem vontade alguma de reabrir o museu”, disse.

Ele cobra ainda que o ministério se comprometa por escrito a manter Anne Baldassari à frente da diretoria do museu, cargo que ocupa desde 2005. Claude chegou a pedir ajuda ao presidente François Hollande, mas não teve êxito. Fontes próximas ao museu afirmam que há uma crise nas relações entre a ministra e a atual diretora da instituição, que poderia se transformar num satélite do Centro Georges Pompidou.

“Se o ministério está cansado de Baldassari, eu digo o mesmo de Filipetti. Essa reabertura deveria ser uma grande festa, mas transformaram tudo numa catástrofe”, disse Claude.


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