RIO - Gabriel García Márquez morreu de insufiências renal e respiratória e seu corpo já foi cremado, segundo a rádio colombiana Caracol. Procurada pelo GLOBO, a funerária J. García López (localizada na Colônia San Ángel, ao sul da Cidade do México), para onde o autor foi levado, não confirmou a informação a pedido da família.
Segundo as primeiras notícias divulgadas logo após a morte do escritor de "Cem anos de solidão", os fãs de García Márquez poderiam prestar suas últimas homenagens no velório aberto que aconteceria nesta segunda-feira. No fim do dia, o corpo seria cremado.
As cinzas do escritor irão para o Palácio de Belas Artes, na capital mexicana, para uma cerimônia que contará com os presidentes Enrique Peña Nieto (do México) e Juan Manuel Santos (da Colômbia). O local já foi utilizado para a despedida de grandes nomes da literatura, como o escritor Carlos Fuentes e a cantora Chanvela Vargas. A família continua em silêncio sobre o destino dos restos mortais após a homenagem, mas o embaixador colombiano na capital mexicana, José Gabriel Ortiz, afirmou que elas serão divididas entre Colômbia e México, de acordo com o jornal português "Público".
"No México ficará uma parte e penso que podem levar outra parte para a Colômbia, onde ficarão em repouso parte das cinzas", disse o embaixador, lembrando que Márquez nasceu na Colômbia, mas escolheu morar no México.
García Márquez morreu na última quinta-feira, aos 87 anos. O autor foi internado no dia 31 de março, apresentando vários sintomas característicos de uma pneumonia, assim como um quadro infeccioso e desidratação. Primeiramente, foi atendido em casa, mas como não melhorou, os médicos optaram pela internação. Mais tarde, recebeu alta. Ao saber da movimentação de jornalistas em frente à sua casa, Gabo teria dito: “Eles estão loucos? O que fazem lá fora? Que vão trabalhar, façam algo útil”.
Em julho de 2012 , Jaime García Márquez , irmão do escritor, revelou em uma conferência realizada em Cartagena, na Colômbia, que seu irmão estava sofrendo de “demência senil”, doença que atinge quase todos os seus familiares. A declaração foi imediatamente rejeitada pelo titular da Fundación Gabriel García Márquez para el Nuevo Periodismo Iberoamericano, Jaime Abello, que disse que não haver diagnóstico para confirmá-la. A negativa foi reforçado por amigos e colegas do escritor. Em 1999, ele enfrentou um câncer linfático.