RIO — Um milionário angolano ofereceu 45 milhões de euros ao governo português por 85 quadros do pintor espanhol Joan Miró que serão leilorados pela Christie’s em junho. Mas Rui Costa Reis fez fez uma exigência: que as obras permaneçam em Portugal.
Os quadros passaram a ser propriedade do Estado português quando o banco BPN foi nacionalizado, em 2008. Mas o governo decidiu leiloá-los para alimentar os cofres do Estado, apesar dos protestos da oposição socialista, que tenta bloquear a venda nos tribunais.
Filho de imigrantes portugueses, Costa Reis fez fortuna com o mercado de cereais e hoje é um dos homens mais ricos de Angola, com investimentos até mesmo em Hollywood. Segundo o jornal Diário Econômico, ele propõe que os quadros fiquem expostos no Porto, cidade natal de sua mãe, pelos próximos 50 anos.
A casa de leilões Christie's avalia o lote em mais de 30 milhões de libras (cerca de 36,4 milhões de euros), classificando essa como “uma das coleções de arte mais amplas e impressionantes do artista jamais leiloadas”.
O leilão inicialmente estava prevista para fevereiro, mas a Christie's optou por adiá-lo para junho diante dos problemas na justiça. A venda, no entanto, ainda pode ser suspensa por ações do Ministério Público, que considera as obras "parte do patrimônio cultural do país".