Quantcast
Channel: OGlobo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

Crítica: um Pharrell solo, mas muito bem acompanhado

$
0
0

RIO — Todos os holofotes em Pharrell — talvez por isso tantos óculos na capa de “G I R L”, o novo e esperadíssimo disco solo do cantor e produtor, que será lançado no próximo dia 3 de março, mas que já navega pela rede no iTunes e outras vias. Em 2013, Pharrell trocou de pele. De convidado vip foi alçado ao posto de dono da festa. Deixou de vez de ser o “cara ao lado” de alguém para se tornar tão ou mais importante que os astros que o recebiam em seus discos e videos. No pop, não teve para ninguém: dois mega hits assinados com Nile Rodgers para o Daft Punk (“Get lucky” e “Lose yourself to dance”), um encontro bombástico com o duo francês e Stevie Wonder no Grammy Awards, a produção-participação num dos singles do ano, “Blurred lines”, de Robin Thicke, além do lançamento de um videoclipe interativo de 24 horas para “Happy”, numa das mais inteligentes e eficazes estratégias de lançamento da era fonográfica digital.

“Happy” serve agora de single para “G I R L”, o segundo álbum em que Pharrell assina sozinho — em 2006, ele lançou o menos inspirado “In my mind”. Homenagem explícita às mulheres-garotas, “G I R L” abre com “Marilyn Monroe” e fecha com “It girl”. Na abertura da primeira, uma mensagem: “Essa vai para todos os amantes”. Em seguida, o “romântico indefeso” (“We're helpless romantics”) tece loas a uma garota dos sonhos que nem Marilyn faria frente. Ok, outros tempos. Pharrell quer algo diferente (“I just want a different girl”) e chama Justin Timberlake para encontrar algo em “Brand new”, que serve como uma divertida passagem a um dos trunfos de “G I R L”: guiada por uma linha de baixo irresistível, “Hunter” leva a pesquisa de Pharrell sobre o funk e o soul a outro campo, enquanto glorifica a urgência do apetite sexual de Mr. Pharrell ou do alter-ego que evoca, sempre à espreita de uma presa: “Just because it’s the middle of night/ that don’t mean I won’t hunt you down”, “This an animal singin’”. “Gush” acentua a carga libidinosa e lasciva do disco, que conta com o Daft Punk em “Gust of wind”. Leve como brisa, “G I R L” dança solto e cheio de “más” intenções do começo ao fim, ou da pista pra cama. Um feito.

Cotação: ótimo


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716