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Apesar de lesão na coluna, James Levine vai reger seis produções do Metropolitan Opera

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NOVA YORK - James Levine, ainda em recuperação da lesão na coluna que restringiu suas atividades por dois anos, anunciou que pretende reger seis produções no Metropolitan Opera, em Nova York, na próxima temporada, incluindo aí uma nova montagem de “As bodas de Fígaro”, de Mozart, na noite de abertura, e a grandiosa “Os mestres cantores de Nurenberg”, de Wagner, que não é conhecida exatamente por ser breve.

Assim, a carga de trabalho de Levine será dobrada em relação ao que o diretor musical do Met fez na atual temporada.

— Agora que descobri que a resistência e a vitalidade não são problemas, tive o prazer de aumentar o meu número de trabalhos — diz Levine em entrevista ao lado de Peter Gelb, diretor-geral do Met.

A temporada 2014-2015 da principal casa de ópera de Nova York terá seis novas produções e a volta de muitas estrelas. Joyce DiDonato cantará em uma nova montagem de “A dama do lago”, de Rossini, uma raridade do bel-canto; Anna Netrebko será Lady Macbeth em “Macbeth”, de Verdi; Renée Fleming será a estrela de uma nova versão de “A viúva alegre”, de Lehar, dirigida por Susan Stroman, vencedora do Tony; Jonas Kaufmann será Don José em “Carmen”, de Bizet; e Placido Domingo ficará com o papel do barítono Don Carlo, em “Ernani”, de Verdi.

Além de Mozart e Wagner, Levine será o maestro em “Os contos de Hoffmann”, de Offenbach, “Ernani” e “Um baile de máscaras”, de Verdi, e “O progresso do libertino”, de Stravinsky. Ele ainda levará a orquestra do Met a três concertos no Carnegie Hall.

Gelb diz que a escolha de um repertório variado reflete o gosto amplo de Levine:

— É interessante porque a temporada traz exemplos das preferências dele, que são obras que ajudaram a transformar a orquestra do Met no grande conjunto que ela é.

A instituição está vendo se uma nova entrada para o fosso da orquestra pode ser construída, para que Levine chegue ao pódio do maestro com mais facilidade e rapidez, em sua cadeira de rodas. Na atual temporada, ele teve que usar rampas especiais e elevadores para circular entre os músicos.

O Met teve êxito em vários de seus projetos nos últimos anos, mas ele ainda encara grandes desafios. Alguns sindicatos, de categorias cujos contratos se encerram em julho, pretendem entrar pesado nas negociações. Um deles, o American Guild of Musical Artists, que representa os coros, cantores e diretores de palco, já alertou seus membros para a possibilidade de uma paralisação. O diretor Gelb não quis falar das negociações, mas disse que espera que a temporada comece na data certa.

Ingressos a US$ 160

A companhia anunciou que a venda de ingressos caiu na última temporada, mencionando preços altos, que foram reduzidos, e os efeitos do furacão Sandy. Para a próxima, os preços devem sofrer um reajuste de 2%, levando o preço médio de um espetáculo no Met a US$ 160 (cerca de R$ 380), preço inferior ao da temporada 2012-13, quando o bilhete estava em US$ 174 (cerca de R$ 415). Segundo a companhia, aproximadamente um terço dos ingressos custará menos de US$ 100 (R$ 240).

O Met montará pela primeira vez “A morte de Klinghoffer”, de John Adams, baseado no sequestro do navio Achille Lauro pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP), em 1985.

— Sei que isso causou polêmica, o que imagino que se repetirá na montagem — diz Levine. — Mas espero que, mais de 20 anos depois de sua composição, esse trabalho possa ser julgado como a obra-prima que é. Musicalmente, é uma obra muito, muito forte. Ficarei surpreso se ela não comover muita gente.


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