RIO - Maria Alyoshina e Nadezhda Tolokonnikova, do grupo de punk rock Pussy Riot, receberam convites de Hollywood para um filme baseado em suas histórias de vida. A dupla divulgou a notícia numa conferência de imprensa do Festival de Berlim e disse ter recebido “várias ofertas” de projetos de filmes. Elas não quiseram dizer quais estúdios as convidaram.
“Nós recebemos alguns convites, mas não podemos dizer de quem, nada está acertado” disse Tolokonnikova, brincando que o filme deveria ser “tipo ‘Star Wars’”. Quando perguntadas se George Lucas, diretor de “Star Wars”, estaria envolvido no projeto, elas acrescentaram: “Desculpe, temos alguns convites, mas não podemos dizer nada até o momento”
Tolokonnikova e Alyoshina voaram até Berlim depois de aparecerem no palco com a “lutadora da liberdade” Madonna, pedindo “uma Rússia sem Putin” no show da Anistia Internacional, em Nova York, na última quarta-feira.
Elas apareceram na conferência de imprensa do Cinema pela Paz ao lado de Kweku Mandela, neto de Nelson Mandela, e Bianca Jagger, embaixadora da Boa vontade do Conselho Europeu, para promover os direitos prisionais da fundação Zona da Lei.
Alyoshina criticou as leis anti-gays russas, afirmando que “sempre que há crise na sociedade, o governo tenta achar um lado para colocar a culpa”. “Isso é um poder fraco” disse ela. “O poder que não está apto a admitir falhas. Esse tipo de poder é o que vemos no presidente Putin”.
As integrantes do Pussy Riot confirmaram a possibilidade de concorrer a um cargo na próxima eleição do parlamento de Moscou. A busca pela presidência, no entanto, está descartada.
Tolokonnikova e Alyoshina passaram quase dois anos presas depois de serem condenadas em 2012 por “vandalismo motivado por ódio religioso”. Na ocasião, o Pussy Riot protestou dentro da maior catedral de Moscou, cantando músicas que chamavam a Virgem Maria para tirar o presidente Vladimir Putin do cargo.