RIO - A distância entre Valesca Popozuda e a música clássica parece ser enorme, mas o carioca Cayo Nametala de Souza, de 27 anos, acaba de aproximar os dois extremos com uma versão que fez, no piano, para o hit “Beijinho no ombro”.
Cayo divide seu tempo entre a engenharia e o trabalho de percussionista nos blocos Sinfônica Ambulante e Bloco Virtual. O piano, segundo ele, é “só diversão”. Ele gosta de brincar de fazer arranjos diferentes para músicas famosas. No repertório entram bandas consagradas, como Beatles e Bon Jovi, e também sucessos do pop “renegados” pelos eruditos, como o hit dos anos 90 “Rhythm of the night”, “Amor de chocolate”, do Naldo, e o eletrônico-chiclete “Don’t you worry child”.
- Gosto de fazer versões de músicas que possuem uma bela melodia, mas que sofrem preconceito. Colocando-as no piano, consigo eliminar esse preconceito e fazer com que as pessoas percebam aquilo que realmente importa: a melodia - afirma Cayo.
Cayo confessa que não acha o sucesso de Valesca Popozuda “uma das melhores músicas do planeta”, mas enxerga nela um charme além do batidão.
- Digamos que eu acho ela mais bonita do que a maioria das pessoas - brinca o músico.
Outra especialidade do engenheiro é adaptar para o piano músicas de pista, daquelas que tocam em todas as nights. O vídeo “Medley das noitadas” contém trechos de canções de Usher, Flo Rida, Kate Perry e Ne-Yo.
- Não importa o gênero. Se a música tem uma melodia boa, ela pode ficar legal no piano - defende Cayo. - No meu canal do YouTube tem até axé e sertanejo.
Os amigos, é claro, fazem a festa quando vão à casa do pianista e adoram dar sugestões de novas músicas a serem repaginadas. O rapaz também tem recebido muitos recados de internautas que se amarram nos covers, além de convites para tocar em bares.
No YouTube há ainda outras versões de “Beijinho no ombro” que vale a pena conferir. Em uma delas, um músico faz um mashup do funk com “L’aprés midi”, do compositor francês Yann Tiersen, autor das trilhas sonoras de “Amélie Poulain” e “Adeus, Lenin!”. Porém, a mais famosa delas - e uma das primeiras a ser publicada - é a de Max Lima, que tem um tom dramático.