RIO - Eles não aparecem na novela, não são apresentadores de TV, nem participaram do último reality show de sucesso. Mas, no YouPix Festival, no Rio de Janeiro, os blogueiros, vlogueiros e podcasters são assediados como artistas de cinema. Com direito a tarde de autógrafos e fotos para compartilhar nas redes sociais, as webcelebridades estão criando uma nova forma de lidar com a fama.
Um dos mais procurados durante o festival era Alexandre Ottoni, o Jovem Nerd, fundador do portal que leva seu apelido. No caso de Alexandre, a fama já ultrapassou o mundo online. Ele afirma que não consegue mais sair um dia sequer sem ser reconhecido e parado por fãs.
— Já tiraram foto minha até passeando com meu cachorro, sem eu saber, tipo paparazzi. Mas tenho muito prazer em dar atenção e retribuir. Eu sei que quando as pessoas vêm falar comigo é porque elas têm carinho pelo meu trabalho — diz Jovem Nerd.
Para Affonso Solano, um dos integrantes do podcast Matando Robôs Gigantes, a abordagem do fã de internet é diferente, pois o público é mais engajado ao conteúdo produzido.
— O que eu percebo é um reconhecimento ideológico. Adoro essa experiência.
O assédio ao vlogueiro Cauê Moura é tanto, que a repórter precisou esperar que ele atendesse cinco fãs, que o paravam a cada passo para tirar fotos e pegar autógrafos.
— Comecei a fazer vídeos porque tinha ideias para compartilhar. Mas não esperava isso tudo — diz Cauê, cujo canal no YouTube tem mais de 700 mil assinantes.
Até Erik Gustavo, que é menos famoso do que o fantoche criado por ele, o Marcelinho dos contos eróticos, já está aprendendo a conviver com o assédio.
— Há dois meses, estava andando em Copacabama, quando uma freira me parou e me perguntou se era eu o criador do Marcelinho. Aí ela disse: “ele é muito engraçadinho, mas fala cada besteira...”.