Quantcast
Channel: OGlobo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

Poeta e dramaturgo Amiri Baraka morre aos 79 anos

$
0
0

RIO — O poeta, dramaturgo e crítico musical americano Amiri Baraka morreu nesta quinta-feira aos 79 anos. Ele foi um ativista político influente na cultura americana, e, através da inclusão de críticas em seus textos e peças, expandiu os debates sobre direitos civis durante os anos 1960 e 1970.

Baraka, nascido LeRoi Jones, estava internado em um hospital de Newark desde o mês passado, informou seu agente.

Intelectual da geração beat e revolucionário marxista, ele liderou o movimento Black Power, que rejeitava o otimismo liberal, e incentivou a união racial e a disseminação da chamada arte negra. Seu livro "Blues people: Negro music in white America", de 1963, é considerado o primeiro grande registro escrito por um homem negro sobre a black music.

Em um manifesto publicado dois anos depois, ele disse querer "poemas que matam". Prolífico escritor de poemas, romances, ensaios, peças, musicais e óperas, ele inspirou uma geração de artistas. Usava com frequência palavras coloquiais e linguagem urbana, antecipando gêneros musicais como o rap e o hip-hop.

Polêmico, escreveu, em 2002, um poema em que sugeria que israelenses teriam informações privilegiadas sobre os ataques de 11 de setembro. Críticos chegram a acusá-lo de antissemitismo, e também de homofobia e demagogia. Já seus defensores o chamavam de gênio, profeta e de "Malcolm X da literatura".

A primeira obra de Baraka foi publicada ainda nos anos 1950, mas foi apenas na década seguinte que ele se consagrou na área, com a estreia de "Dutchman". A peça abordava a relação entre um homem negro de classe média e uma mulher branca, e fez história justamente no auge do movimento dos direitos civis.

As influências de Baraka incluíam Kafka, Ray Bradbury e Mao Zedong. Ele também gravou músicas. Em 1972, lançou o álbum "It's nation time - African Visionary music". Em 1996, colaborou com DJ Spooky na compilação "Offbeat", da Red Hot, organização que combate a Aids através da cultura pop. Desse trabalho também participaram artistas como My Bloody Valentine, David Byrne e Tortoise.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>