LONDRES - Penélope Cruz interpreta uma mulher estéril em um novo filme, e uma noiva arruinada em outro, mas a vida familiar da atriz é algo inacessível. A morena espanhola, de 39 anos, pediu desculpas pelo atraso de 30 minutos na entrevista concedida à Reuters em um pub londrino, porque precisou ir correndo para casa amamentar sua filha bebê.
Perguntada sobre como divide as tarefas domésticas com o marido, o também ator Javier Bardem, ela se esquivou: "Não falo sobre eles em entrevista, meus filhos. Não falo sobre eles porque realmente tento protegê-los das outras partes da minha atividade."
A entrevista era para divulgar seu novo filme, "Twice born", que estreia neste mês nos EUA, e no qual ela vive uma pesquisadora infértil que se envolve com um fotógrafo durante a Guerra da Bósnia.
"Adoro não me sentir segura quando entro no set", diz ela sobre o filme, recebido com ambiguidade pela crítica europeia em 2012. O longa acompanha a personagem desde a juventude até a maturidade, num momento em que a própria atriz se aproxima da meia-idade - o que, no entanto, ela não vê como um empecilho à sua carreira.
"Na Europa é muito possível, e também porque não é minha principal ambição. Você sabe que eu adoro trabalhar e me sinto com sorte quando posso trabalhar, porque preciso, mas não é minha prioridade número 1 - é a família, e aí meu trabalho, que tenho muita sorte de ter".
Paralelamente ao filme ambientado na Guerra da Bósnia, ela está em cartaz nos EUA e na Europa com "O conselheiro do crime", na qual aparece em tórridas cenas íntimas com Michael Fassbender - um filme, ao seu modo, também violento.
"Gosto do filme, é realmente interessante e inteligente, mas tenho dúvidas sobre a violência. Acho que a violência não deve ser glamourizada. Não participei de muitos filmes violentos, mas se fosse participar gostaria que fosse um que pelo menos não parecesse um videogame."