RIO — Quase metade da União Europeia acha aceitáveis downloads ilegais de música e filmes, segundo um estudo. Ao todo, 96% das pessoas concordam com a importância de se proteger a propriedade intelectual, mas, ao mesmo tempo, 42% também apoiam baixar conteúdo audiovisual para consumo próprio.
A pesquisada, liderada pelo Instituto de Harmonização do Mercado Interno, apontou que 9% dos europeus admitiram ter baixado arquivos ilegalmente no ano passado. Jovens entre 15 e 24 anos são os que mais recorrem à prática (26%). A taxa cai conforme a idade avança: 17% no grupo entre 25 e 34 anos; 9% entre 35 e 44 anos; 5% entre 45 e 54; e 2% entre os que têm mais de 50.
Ainda segundo o estudo, os homens possuem uma tendência muito maior para realizar downloads ilegais do que as mulheres (13% contra 6%). A porcentagem cresce proporcionalmente ao nível educacional: apenas 3% das pessoas que abandonaram a escola antes dos 15 anos baixaram material protegido por direitos autorais. A taxa sobe para 6% entre quem estudou até os 19, 10% para os que permaneceram em algum sistema educacional até quando tinham pelo menos 20 anos, e 27% a partir daí.
De acordo com o documento, o "paradoxo reside no fato de que essas duas posturas não são mutuamente excludentes. A grande maioria dos cidadãos da União Europeia demonstra forte apoio à propriedade intelectual, e ainda assim considera que, em um nível pessoal, quebrar essas regras pode ser justificada pelo poder de compra limitado ou funciona como protesto ao modelo econômico imposto pela economia de mercado e grandes marcas".
O texto faz uma ressalva: falta a consciência de que determinados conteúdos podem ser obtidos através de downloads legais. Apenas 65% das pessoas sabiam que havia formas previstas na lei de comprar música, e 56% sabiam que é possível comprar filmes online. Ao todo, 80% dos europeus concordaram que, quando disponível, preferem recorrer a uma opção legal para comprar um produto ou serviço.