RIO - Tatá Werneck, toda cheia de intimidade e chamando Roberto Carlos de “Roberts”, foi um dos momentos mais engraçados da gravação, anteontem, do especial de final de ano do cantor — desta vez em versão “de gala” pelos 40 anos que o programa completa agora. Vai ao ar dia 25 de dezembro.
“Roberto, eu não sei como vou pagar essa roupa, mas obrigada. Dividi em 10 vezes no cartão de uma tia, mas estou muito feliz. Estou de calcinha-short e não respiro há uma semana, mas estou muito honrada”, brincou ela. A plateia adorou e aplaudiu com vontade.
A entrada dos convidados era por um tapete azul, e não vermelho, como de praxe. Nos bastidores, todos foram aconselhados a evitar pronunciar o nome do lugar da gravação, Cidade das Artes. A sonoridade do “das artes” lembra aquela palavra que Roberto não fala de jeito nenhum. Podia dar algum bode...
Na primeira fila do show, ficaram estrategicamente posicionados os atores do elenco de “Amor à vida”: Mateus Solano, Paola Oliveira, Suzana Vieira etc. Cantavam juntos, riam. Suzana, que certa vez teve suas pernas elogiadas por Roberto, mandava beijos para ele.
Uma das primeiras atrações, Anitta já foi logo quebrando o gelo: “Eu só estou fingindo que não estou nervosa. Agradeço muito não só por mim, mas por toda a galera de dance e funk. E eu também sou romântica, viu, Roberto?” Era a deixa para eles dançarem, juntinhos, ao som de “Olha”. Em seguida, emendaram num mashup de “Show das Poderosas” e “Se você pensa”.
Anitta estava realmente nervosa, e o número teve de ser regravado. “Desafinei pelo menos umas cinco vezes, gente”, disse ela, ganhando a simpatia da plateia, que a aplaudiu depois que tudo deu certo.
O show teve também a participação de Lulu Santos, que usava terno azul, meias e cinto vermelhos, e foi logo fazendo uma declaração de amor. “Eu tinha 11 anos quando vi você tocar na Jovem Guarda. Ali eu decidi ser o que eu sou hoje. Te amo”. Lulu ainda puxou coro de “Ei, ei, ei, Roberto é nosso Rei”.
Tiago Abravanel apareceu vestido de Tim Maia para lembrar o início da carreira de Roberto, nos anos 50, quando ele e o síndico montaram a banda The Sputniks. A plateia cantou junto “Não quero dinheiro”, com maior empolgação no refrão “eu só quero amar, só quero amar, só quero amar...”. Depois do show, Tiago — filho de Cintia, a filha “de número um” de Silvio Santos —, recusou lugar nas primeiras fileiras para ficar ao lado da família, lá no fundão.
O momentinho tenso da noite foi quando, para promover o lançamento do EP “Reimix”, Roberto apresentou algumas de suas canções próprias em batida eletrônica, com a participação de músicos e DJs como Memê, Junior (aquele da Sandy) e MauMau.
“Agora a barra pesa”, brincou RC. E pesou mesmo. Foi preciso repetir duas vezes a gravação para tudo sair como deveria.
De vez em quando, quem aparecia em cena era Marcelo Adnet. “Vocês perceberam que eu tô aqui meio de tapa buraco, né?”, brincou, enquanto ajustes técnicos eram resolvidos, nas três horas de gravação.
Adnet fez seu show solo, numa apresentação de stand up comedy, com imitações e improvisos. “Vocês se assustaram quando ficaram sabendo que era para vir de roupa chique?”, perguntou.
“Vou dar um conselho aos homens: não cruzem as pernas. Todo mundo sabe que por trás de todo terno Armani, há uma meia da Renner”, brincou ele, olhando para Mateus Solano.
No fim da festa, Flávia Alessandra, Zeca Camargo, Serginho Groisman e boa parte dos atores de “Amor à vida” seguiram para um jantar de comemoração no Gero. Roberto, que peninha, não apareceu.