RIO - Caetano Veloso foi convidado a participar de uma aula inaugural na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na última semana. Para justificar sua “quase impossibilidade” de estar no evento, ele enumerou tudo o que tem acontecido em sua vida, incluindo a polêmica das biografias como um problema que tem tomado muito seu tempo. Em pouco menos de dois minutos, ele resumiu sua posição sobre a questão, afirmando que não é contra publicarem sua biografia não autorizada, bem como filmes, e defendeu o grupo Procure Saber, do qual integra ao lado de sua ex-mulher e empresária, Paula Lavigne, com outros artistas, como Chico Buarque e Gilberto Gil. Veja vídeo acima.
“Eu que não tenho interesse nenhum em controlar nada que diga respeito a minha vida pessoal. Nem biografia, nem filme, nem revelações sobre minha vida. Podem dizer o que quiserem, divulgar o que quiserem. Não tenho esse negócio, nunca tive. Porém, tenho respeito pelos meus colegas e apoiei a decisão deles de querer tomar cuidado e acho que é um direito. As pessoas precisam ser ouvidas”.
O músico baiano ainda reclamou das críticas que sofreu por defender a posição contrária à publicação das biografias não autorizadas. Roberto Carlos, que integra um dos episódios de maior polêmica no assunto ao proibir a venda de “Roberto Carlos em detalhes”, de Paulo César de Araújo, deixou o grupo no início do mês. Ele havia concedido uma entrevista ao “Fantástico”, por pressão de Caetano, poucos dias antes.
“Tenho tido muito trabalho para a cabeça por causa da reação da imprensa pela questão das biografias. Isso causou um tumulto danado. Eu tenho uma coluna no GLOBO e mantenho a discussão aberta. Porém, a gente tem apanhado muito da imprensa de uma forma indiscriminada. Eu sofri — digo eu, porque me junto aos meus colegas —, porém como grupo sofremos ataque da ‘Carta Capital’ a ‘Veja’, do Zuenir Ventura ao ‘Pânico na TV’. Todo mundo atacando. Aí vira uma pressão”.