RIO — Aconteceu em 1985, na primeira edição do Rock in Rio. À frente do Barão Vermelho e de um público de cerca de 200 mil pessoas, Cazuza saudou a eleição de Tancredo Neves à presidência e o fim da ditadura militar antes de cantar a música “Pro dia nascer feliz”, para delírio geral. Aquele momento de incrível sintonia entre artista e plateia vai ser um dos assuntos discutidos na quarta-feira, às 19h, no Teatro Rival, na série Encontros O Globo Rock in Rio Especial Cazuza, que vai homenagear o venerado cantor e compositor, morto em 1990.
Com entrada franca, mediante senhas distribuídas meia hora antes da abertura, o evento terá a presença de músicos como Dé Palmeira (que era baixista do Barão naquela mitológica apresentação, transformada em DVD em 2007), Leoni, Charles Gavin e Sandra de Sá, com mediação de Bernardo Araujo, editor assistente do Segundo Caderno, e Arthur Dapieve, colunista do GLOBO.
— As performances do Barão Vermelho com Cazuza no Rock in Rio de 1985 foram um marco do festival e do rock brasileiro — analisa Araujo. — Aquela geração de artistas, que encarou um festival daquele tamanho ainda no começo da carreira, e que incluiu também Paralamas, Blitz, Lulu Santos e Kid Abelha, mostrou para o país que o rock era possível aqui.
O momento para tal balanço não poderia ser mais oportuno, já que Cazuza vai “voltar ao palco” do Rock in Rio, 28 anos depois, com o show “O poeta está vivo”, um tributo com curadoria de Robert Frejat e participação de artistas como Ney Matogrosso e Bebel Gilberto, na abertura do evento, na noite de 13 de setembro, no palco Mundo.