RIO - Sexta-feira, 9 de agosto, por volta de 16h. Klebber Toledo e Ivi Pizzott fazem o último ensaio antes da apresentação da coreografia de funk na “Dança dos famosos”, dali a dois dias. Os passinhos estão memorizados, mas na hora da última rodada, já com o figurino, surge um problema. O ator faz cara de dor e para tudo após dar um tipo de mergulho no chão: são as miçangas da blusa que machucam. É um tal de equipe do figurino para cá e para lá a pensar numa solução. Mas, conforme vimos no “Domingão do Faustão” do dia 11, a questão foi resolvida: Klebber e Ivi levaram nota 10 de todos os jurados. Nada mal para o rapazinho que cresceu num sítio entre Nazaré Paulista e Bom Jesus dos Perdões, no interior de São Paulo.
— Ele começou um pouco mais tímido e contido. Ficava receoso quando chegava uma coreografia nova. Mas agora já chega cheio de ritmo, mais aberto. Ainda mais no caso do funk, que exige muito de quadril, dá para ver que ele está bem mais solto — elogia Ivi.
Klebber está em segundo lugar entre os seis casais que disputam a semifinal da competição neste domingo. Mas, embora pareça tirar os desafios de letra, diz que sua vida não tem sido fácil.
— É muito difícil. É pouquíssimo tempo de ensaio, você precisa decorar a música, a coreografia, sincronizar os passos. E dói. Mesmo para quem pratica esporte, porque aqui a gente trabalha em níveis diferentes: agacha, fica em pé, deita, levanta, segura a parceira no ar... Tudo sorrindo e interpretando.
A timidez de interiorano, que Klebber diz conservar de certa forma até hoje, quase o impediu de ser ator. O fato de viver no meio do mato também não ajudava muito:
— Sempre tive curiosidade, mas, na minha família mesmo, não tinha muito estímulo cultural. A gente não tinha hábito de assistir a peça de teatro, ir ao cinema. Até porque não tinha por perto. E no interior era aquela coisa mais conservadora, tem que ser médico ou advogado. Eu saí de casa com 15 anos para jogar vôlei.
E as coisas não foram exatamente simples para ele:
— O pessoal olha para mim e acha que tenho carinha de playboy, mas passei por muita coisa. Não ganhava quase nada para jogar, passei fome, fiz bico em vários lugares para me manter. Quando fui morar em São Paulo, dividia apartamento e, como todo mundo passava necessidade, guardava sua comida com cadeado para os outros não pegarem.
Logo, Klebber viu que sua altura (1,80m) não seria suficiente para transformá-lo num jogador de vôlei bem-sucedido. E uma tendinite no joelho foi aos poucos o tirando das quadras. Nessa mesma época, um amigo que era modelo o convidou para participar de um concurso numa agência. A partir dali, ele fez cursos de teatro, trabalhou como modelo e trabalhou em publicidade até pintar a oportunidade de fazer um teste para a Oficina de Atores da Globo, em 2006:
— A oficina foi o divisor de águas. Ali eu descobri a real paixão, o amor pelo que eu fazia. E foi quando comecei a acreditar também. Porque, até então, todo mundo te põe mais para baixo do que para cima. Vi, naquele momento, que o mercado me aceitava. Dali em diante, falei: “Não largo mais!”.
Em seu terceiro trabalho na emissora, a novela “Morde & assopra”, de 2011, Klebber conheceu Marina Ruy Barbosa, sua namorada até hoje. Ele se derrama em elogios ao trabalho da atriz em “Amor à vida” e diz que os dois são amigos e parceiros.
— Se ela precisa de ajuda para passar o texto, faço com ela. Damos dicas um para o outro — conta o ator, garantindo que não rola ciúme das cenas românticas. — Não tem, exatamente porque a gente se conheceu trabalhando. E temos um respaldo bom do público. Todo mundo está acostumado a ver casais famosos que ficam, se separam, estão sempre trocando... E a gente tem uma vida normal.
E depois da “Dança dos famosos”, nada de férias:
— Odeio férias. Gosto de viajar, mas de voltar logo para trabalhar. Ficar de bobeira não é a minha. Já tenho novela agendada sim. Tem coisas saindo na internet dizendo que estou na novela do Manoel Carlos... Mas eu mesmo nunca disse nada.