RIO — Spike Lee vem recebendo críticas pela campanha de financiamento coletivo criada para pagar seu próximo filme. Criada no dia 22 julho, a mobilização já arrecadou U$ 404.821. O diretor divulgou um vídeo em resposta à repercussão que a sua iniciativa gerou, se defendendo das acusações de ofuscar as chances de jovens diretores conseguirem financiar seus filmes pela mesma plataforma.
— Eu entendo porque podem pensar desta maneira, mas esse definitivamente não é o caso. Estou levando pessoas ao Kickstarter que nunca tinham ouvido falar do Kickstarter, especialmente negros. E por que eu estaria trabalhando como professor da NYU durante os últimos 15 anos, se eu não me importasse com os novos cineastas? — diz Lee, que também é diretor artístico do programa de graduação em Cinema da universidade.
A nova produção do americano é uma história sobre “seres humanos viciados em sangue”, que ele define como “divertida, sensual e sangrenta”. Steven Soderbergh, cineasta e amigo de Spike Lee, fez uma doação de US$ 10 mil para a campanha, e divulgou uma carta na página do Kickstarter onde defende os motivos pelos quais contribuiu.
“Spike Lee é uma figura única no cinema americano, e ele sempre fez as coisas de seu jeito e foi fiel às suas ideias, mesmo quando os interesses comerciais eram elevados, qualidades essas que estão em falta no mercado cinematográfico. Eu conheço os filmes do Spike melhor do que conheço o próprio Spike, mas eu o respeito como pessoa e como cineasta”, escreveu Soderbergh.