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Autora do best-seller ‘Orange is the new black’, Piper Kerman fala sobre adaptação da série para a TV

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SÃO PAULO - A beleza e educação da ex-presidiária Piper Kerman impressionam à primeira vista. Com um vestido azul, ela se levantou para receber a reportagem do GLOBO e, num aperto de mão, elogiou o casaco da repórter. Ela é autora da autobiografia best-seller nos Estados Unidos que deu origem à série “Orange is the new black”. A primeira temporada de 13 episódios está disponível no Netflix desde 11 de julho.

É ela também a cocriadora do argumento de “Weeds”. Não é à toa que as duas histórias se encontram, ao menos na questão das drogas. Com toda pinta de boa moça, Piper foi sentenciada a 15 meses de prisão. Deixando um noivo a sua espera, ela foi presa dez anos depois de ter um relacionamento homossexual com uma traficante de drogas, Alex (na série, vivida por Laura Prepon, de “That 70’s show”, agora morena). Numa viagem que fizeram juntas, Piper levou uma mala cheia de dinheiro. Por isso, cumpriu 13 meses — saiu dois meses mais cedo por bom comportamento, em 2005. E é esse tempo em que viveu num presídio feminino americano que é narrado na nova série, uma comédia dramática com muito sexo.

A intérprete na ficção de Piper é a atriz Taylor Schilling. Por ordens médicas, ela não pôde acompanhar a escritora em sua vinda ao Brasil, na última segunda-feira. Ao lado da atriz Danielle Brooks (na trama, ela é a presidiária Tasha “Taystee” Jefferson) e do ator Jason Biggs (Larry, noivo de Piper), Piper esteve em São Paulo para promover o lançamento da série.

— Eu li a biografia de Piper umas... — disse Biggs, sem conseguir lembrar quantas vezes releu a história — Mas o Larry da série definitivamente é muito diferente do Larry do livro. Como ator, tudo o que preciso está no roteiro e a roteirista tem sido generosa, portanto, estamos criando nossas próprias versões dos personagens — completou o ator, o Jim da franquia de filmes “American pie”.

As expectativas são grandes. Antes mesmo da estreia, a segunda temporada de “Orange is the new black” foi confirmada. As gravações começarão ainda este ano.

— A resposta do público e da crítica tem sido maravilhosa — comemora Danielle.

Os atores já planejam voltar ao Brasil, ficaram encantados com o que viram na rápida visita. Em São Paulo, Biggs se deslumbrou com restaurantes, grafites nas ruas da cidade e foi ao jogo do Corinthians no domingo passado. Danielle, atriz shakespereana, preferiu cair no samba e ver exposições no Masp. Pareceram empolgados com as manifestações no país, ainda que confusos.

— Vocês não querem a Copa do Mundo? — perguntou Biggs.

Também de olho na produção nacional, os atores questionaram se é possível assistir à primeira parte de “Tropa de elite”, filme de José Padilha, no Netflix. Pediram para a repórter que anotasse o nome do filme e do diretor.

— Nunca fui ao Brasil e pensava que hoje estaria aí, explorando esse país. Infelizmente, não foi dessa vez. Espero poder ir. Quem sabe no lançamento da segunda temporada? — disse Taylor Schilling, por teleconferência.

Feita numa coprodução do Netflix com a Lionsgate Television Group, a comédia dramática de Jenji Kohan (criadora de “Weeds”), tem em Piper não só inspiração. Ela atua como consultora da trama:

— A série é muito diferente do livro. É uma adaptação. O crime é o mesmo. Mas a Piper da série faz escolhas muito diferentes das minhas. Do que mais gosto no programa de TV é a riqueza das histórias de cada uma das presidiárias e o elenco incrível.

Quanto a sua personagem na série, Piper diz não saber qual será o final, embora o dela esteja sendo bem proveitoso. Na ficção, ela teme pelo pior.

— Não acho que a série vá ter um final assim tão feliz. Mas nunca se sabe — respondeu.


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