RIO — O apelido Pintinha veio de uma pinta que Regina Maria do Amaral tem debaixo do queixo.
— E também por causa das roupas com pintas que eu gostava de usar. Mas Chacrinha também me chamava de Regina Pintada, porque eu tinha muitas sardas — recorda-se.
Regina trabalhou com Abelardo Barbosa de 1970 a 1975 e, nesse meio tempo, chegou a fazer participações no programa de Chico Anysio. Deixou o show do Velho Guerreiro para dançar na Venezuela, a convite da vedete Ester Tarcitano.
— Não me arrependo de ter saído. Dançarina é igual a jogador de futebol. Recebi uma proposta e fui — explica, reforçando que também já foi eleita mulata de ouro e fez shows por vários hotéis cinco estrelas do Rio de Janeiro.
Após aposentar as sandálias plataforma, Regina fez curso de cabeleireira, manicure e depiladora, e trabalhou por três anos num salão de beleza. Numa viagem a passeio à Europa, ela acabou se casando com um alemão e ficando por lá quatro anos; mas o marido não quis acompanhá-la na volta ao Brasil.
— Fiquei bem sozinha. Já tive namorados depois disso, mas sinto falta de uma pessoa que me faça companhia e ajude nas despesas de casa.
Ela, que tem 62 anos e mora há 23 na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, diz que “corre atrás, na frente e do lado”:
— Tenho um projeto sociocultural na Delegacia do Idoso, um brechó em casa, faço panos de prato e bijuterias. E vou começar agora a fazer faculdade de administração. Estou muito feliz, era um sonho que eu tinha.