LONDRES - Os integrantes ainda vivos do grupo britânico de comédia Monty Python perderam uma batalha na Justiça envolvendo os direitos autorais do musical "Spamalot", sucesso da Broadway.
Mark Forstater, que ajudou a produzir o filme "Monty Python - Em busca do Cálice Sagrado", de 1975, no qual a versão teatral foi baseada, disse não ter recebido sua parcela do lucro sobre o musical. Apesar da defesa apresentada pelos membros do grupo - Eric Idle, Michael Palin e Terry Jones -, o juiz Alastair Norris deu ganho de causa ao produtor.
"Sempre tive certeza de que eu estava certo. Agora provei isso. A justiça venceu", disse Forstater.
Inspirado no longa, o musical estreou na Broadway em 2005 e também fez sucesso na Grã-Bretanha. Idle escreveu as letras. Forstater, americano radicado na Grã-Bretanha, argumentou que tinha direito a um sétimo dos lucros sobre "Cálice Sagrado" e qualquer variação da produção. O advogado dele disse ao tribunal que, para efeitos de participação nos lucros, ficou decidido que Forstater era o "sétimo Python". Mas Palin, ao lado de Jones e Idle, que formaram o Monty Phyton com John Cleese, Terry Gilliam e Graham Chapman, rejeitaram essa sugestão.
"A ideia de um sétimo Phython simplesmente não existe. Não acho que tenha havido nenhuma sugestão de que esse homem fosse o sétimo Phython", afirmou Palin em dezembro.
No julgamento, Norris disse que Palin foi uma testemunha "equilibrada e confiável", mas que admitiu que suas lembranças eram "nebulosas", enquanto as evidências de Jones foram "tomadas pela sensação de que o senhor Forstater se saiu muito bem durante sua breve relação com os Pythons".
"Eric Idle foi suficientemente honesto para reconhecer que ele, agora, não gosta de Forstater, mas ele expressou a esperança de que, em suas provas, ele estava sendo sincero e que sua antipatia não afetou a sua honestidade", afirmou Norris. "Ele com certeza considerava Forstater ingrato."
Nenhum dos integrantes do Monty Phyton estava presente no tribunal para ouvir a decisão. Os números finais serão decididos mais tarde, mas Forstater revelou a jornalistas que ele deve receber mais de US$ 300 mil.
"Existe uma tristeza, porém, em enfrentar no tribunal pessoas que eram minhas amigas", ele disse. "A amizade acabou".
Ele acrescentou que não acha que o litígio vá prejudicar a reputação do grupo. "Eles são uma instituição. Eu ainda os acho muito engraçados."