RIO - Andar de bicicleta entre os carros, ser atingido pela tampa de um bueiro ou simplesmente assistir a um jogo no Engenhão. Todas essas ações corriqueiras podem se tornar maneiras estúpidas de morrer no Rio. Pelo menos, é o que sugere a versão brasileira de “Dumb ways to die”.
Trata-se de uma paródia do já famoso vídeo comercial criado para o metrô de Melbourne, na Austrália, no qual mortes por motivos tolos, como atear fogo no cabelo e tomar medicamentos vencidos, são listadas para mostrar aos passageiros a importância de se cuidar da própria segurança durante a utilização dos serviços do metrô.
A animação foi produzida por um grupo de sete amigos publicitários cariocas que há três meses decidiu fazer uma versão para brincar com os principais problemas da cidade. Segundo Dudu Lopes, as maneiras estúpidas de morrer retratadas no vídeo foram eleitas a partir de uma compilação de sugestões de conhecidos.
- Não temos ligação com nenhum grupo político ou coisa parecida. A gente resolveu fazer uma crítica aos problemas que vemos todos os dias na cidade, de uma forma leve e bem humorada. O ponto de partida foi a situação do Elevado do Joá, por onde passamos diariamente - conta Dudu Lopes, que é sócio diretor da Silence Produções.
Ele conta que o vídeo foi feito nas horas vagas da turma. Desde que foi postado, às 2h desta terça-feira, a repercussão do trabalho foi grande. Ele já foi curtido por mais de 6 mil pessoas. E a equipe de criação já recebeu dezenas de telefonemas e pedidos de entrevista.
- Teve gente perguntando se fizemos por causa das manifestações, mas, na verdade, o trabalho começou antes. Só que, quando os protestos começaram, não podíamos deixar de mencionar. Resolvemos isso com a cena dos peixes levantando placas - afirmou em entrevista por e-mail.
O original “Dumb ways to die” já teve mais de 50 milhões de visualizações no YouTube, desde que foi publicado, em novembro do ano passado. Também ganhou vários prêmios de publicidade, além de dar origem a várias paródias.
A versão brasileira foi idealizada por Daniel Thomer, Marcos Siqueira, Renan Rivero e Thiago Morales. A produção musical é trabalho da Silence, assinada por Daniel Lopes, Dudu Lopes e Mario Gennari. A voz é da cantora Luiza Souto.