Marina Ruy Barbosa chega à entrevista sorridente. É extremamente polida e responde a todas as perguntas com frases organizadas, de um jeito muito profissional. Prestes a completar 18 anos, no próximo dia 30, a atriz está feliz na pele da ricaça Nicole, de “Amor à vida”, uma menina ingênua que será diagnosticada com uma doença fatal nos próximos capítulos. Tão feliz que nem parece tão perturbada com a possibilidade de raspar sua linda e longa cabeleira ruiva. Mas a moça jura que não tem ideia se isso vai mesmo acontecer.
— É um boato. Todo mundo acha que eu já falei que rasparia, mas eu nunca disse isso. Só disse que é uma coisa super-radical. E falei também, mas não especificamente sobre a personagem, e sim de modo geral, que qualquer mudança radical para um trabalho bacana, para uma história em que eu acredite, acho que vale a pena — diz a atriz, que ainda não conversou sobre o drama de Nicole com o autor da novela, Walcyr Carrasco. — Ele apenas me disse para que eu estivesse preparada para a grande carga de sofrimento que ela vai sentir.
E se um dia ela descobrisse que, assim como a personagem, corre o risco de ter pouco tempo de vida? Depois do choque inicial, Marina sabe o que faria.
— Teria que aceitar e tentar aproveitar para viver melhor os dias que restassem. Iria viajar o mundo! — conta a atriz.
Com tanta coisa acontecendo no mundo de sua personagem — que, Marina espera, pode “despertar para a vida” com a doença — , a atriz diz que a chegada da maioridade não deve alterar tanto assim a sua rotina.
— Vai mudar porque eu vou tirar a minha carteira de motorista. Mas, como eu sou muito família, não fico: “Ai, que bom que eu vou ser independente”. Muito pelo contrário. Eu adoro ter a minha mãe por perto. Não tem nada que eu queira mudar porque vou fazer 18 anos — diz Marina, que pretende fazer uma festa. — Estamos planejando, mas ainda não sei ao certo em que dia vai ser. Minha família é muito pequena, seria mais para os amigos.
Assim como Nicole, Marina vem de uma família tradicional — a atriz é tataraneta de Rui Barbosa (1849-1923), intelectual que atuou na política brasileira na época da Primeira República. Mas ao contrário de muitas meninas de sua idade, diz que não é chegada a noitadas. O que não a impede de gostar de um batidão.
— Eu não costumo ir muito para a balada. Gosto mais de estar em festas com os amigos. Adoro dançar, e adoro funk também. Danço com as minhas amigas. Não vou até o chão, mas danço — conta.
A dança também está presente da vida de Marina de outro jeito atualmente. Namorado da atriz, o também ator Klebber Toledo está no time da “Dança dos famosos”, no “Domingão do Faustão”. Eles se conheceram há dois anos, quando gravavam a novela “Morde & assopra”, também de Walcyr Carrasco.
— Klebber é nove anos mais velho que eu, mas o homem amadurece mais tarde também — brinca a atriz, aos risos: — Ele é muito brincalhão, animado. Eu sou mais caseira, sou mais tranquila. Sou muito família. Gosto de dançar sem compromisso, só como diversão, quando vamos a alguma festa. Nem se eu quisesse teria como ajudá-lo, pois é muito difícil.
Marina fala sobre o namorado com os olhos brilhando e com carinha de apaixonada. Mas casamento, por enquanto, está fora dos planos dela:
— De jeito nenhum (risos)! Eu sou muito novinha, ainda tenho muita coisa para fazer na vida. Casamento é uma coisa que a pessoa tem que estar mais madura e com uma vida mais planejada. Não dá para fazer nada por impulso.
Embora “Amor à vida” tenha estreado há menos de um mês, Marina vem trabalhando há quase seis para o papel, com aulas de prosódia, preparação de elenco e encontros com a direção da novela. Ao aceitar o convite para viver Nicole, a atriz abriu mão de cursar Comunicação na PUC-Rio.
— O meu intuito é fazer cinema. Acho interessante ter um pouquinho do olhar do diretor também. Quem sabe, um dia, dirigir. Não escolhi Artes Cênicas porque eu não sabia se ia gostar. Eu fui aprendendo tudo trabalhando, o que acho muito bom. Aprender vendo a Fernanda Montenegro, a Gloria Pires, Tony Ramos, Cláudia Abreu... É uma baita de uma escola, e eu tive esse privilégio. Fazer Artes Cênicas, agora, talvez me atrapalhasse. Sempre fui boa aluna, estudiosa, então vou estudar ano que vem para passar de novo — explica Marina, que tem contrato com a Globo até 2016.
Com mais de 400 mil seguidores no Twitter, a atriz diz estar gostando do que vem lendo na rede social:
— Sou muito crítica, sempre fui. Sempre vejo os defeitos. Com a internet a resposta do público é imediata. Vejo a novela acompanhando pelo Twitter e vendo o que as pessoas estão falando. Na primeira cena, foram parar nos assuntos mais falados do Twitter o meu nome e o nome da personagem. Cliquei, e vi que as pessoas estavam gostando, falando que eu estava diferente dos outros trabalhos. Fiquei feliz com essa recepção do público.