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'Lulu se reinventa mantendo a essência', diz Memê

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RIO - Dos 23 discos da carreira de Lulu Santos, entre de estúdio e ao vivo, o mais bem-sucedido em termos de números é "Eu e Memê, Memê e eu", lançado em 1995. O disco contabiliza mais de um milhão de cópias vendidas, com covers remixados de "O descobridor dos sete mares", "Se você pensa", "Fullgás" e "Sossego", além de versões repaginadas de clássicos da carreira de Lulu, como "Casa" e "Toda forma de amor". O DJ Memê, ou Marcello Mansur ("só a família me chama assim"), falou ao GLOBO sobre a capacidade de reinvenção de Lulu. E coloca-se à disposição para um segundo capítulo do trabalho que lhe rendeu discos de ouro, platina e diamante.

O que você acha que Lulu Santos representa para a música brasileira? Ele é mesmo o rei do pop nacional?

Como não ser? Atravessou décadas "re-inventando-se", mas mantendo sua essência; conquistou novos fãs e continua no topo, levando lotação máxima onde toca; não há um ser humano no Brasil que não conheça pelo menos uma de suas músicas. Surgiu em uma geração, onde é visto que poucos sobreviveram... e o fez com uma grande diferença entre todos: Enquanto os outros são banda, com várias cabeças pensantes, ele é o único artista solo! Que outro título dar a ele?

Como ele conquistou essa relevância?

A resposta permeia a sua obra de ponta a ponta: a canção! Alem do alto padrão de suas composições, suas canções mais conhecidas, são experiências vividas por ele. Ao interpretá-las, ele canta com verdade, e isso emociona o público. Junto a tudo, ele tem algo que somente os grandes possuem: Lulu tem a "lágrima" na voz. Não há como resistir. A fórmula está aí, mas repeti-la, não é pra qualquer um.

Qual a importância de se reinventar no mundo pop? Ele faz isso bem?

O universo da música pop, diferente do "popular" por exemplo, tem o árduo e muitas vezes cruel compromisso com a modernidade, forçando artistas consagrados a procurarem novos sons ou formatos musicais. A constante mudança de sonoridade já vem embutida nas regras de manutenção do sucesso, e poucos sabem fazê-lo. Mesmo entre esses poucos, raros têm coragem para mudar, e Lulu é o único que faz isso naturalmente e sem dor. Mudar é inerente à sua pessoa, e ele o faz sem perder sua essência. Ele é o sinônimo encarnado do pop.

Você acha que pode haver algum novo capítulo de "Eu e Memê, Memê e eu"?

Este foi o disco que mais vendeu em sua carreira. Passou de um milhão e vende até hoje, mas não o vejo indo em direção a fórmulas passadas. Não seria ele. Mesmo assim, ele sabe que continuo a ter prazer em nossa parceria, e é so "esfregar a lâmpada" que eu apareço.

Qual sua música preferida do repertório dele?

Difícil eleger apenas uma, então...fico com duas: "Tudo bem", do álbum "Lulu" de 1986, e "Tudo igual" do álbum "Assim caminha a humanidade", que foi a música que deu start à nossa parceria, e me fez chorar quando ele a tocou pela primeira vez em meu estúdio. (Veja o vídeo com o registro acima.)


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