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Crítica: Marcelo D2 refina a batida perfeita

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RIO - Marcelo D2 encontrou sua batida perfeita faz tempo. E, malandramente, não se afastou mais dela.

Desde “Eu tiro é onda”, de 1998, suas rimas vêm com o carimbo das ruas (do Rio), do morro ao asfalto. Em “Nada pode me parar”, porém, ele foge da tentação de ficar estacionado e do perigo de criar limo. E circula, “por aí” (como diz em “Vou por aí”), lembrando parceiros antigos, formando novos amigos, entre levadas old school e criações na ponta do hip-hop.

As três primeiras faixas são emblemáticas. Ao lado dos espanhóis do Cookin’Soul, D2 dá as caras com a radiofônica “MD2 ”, de tons jazzy, que remonta ao melhor do rap dos anos 1990, do De La Soul ao A Tribe Called Quest. Em “Danger zone”, os beats dos novatos Beni e Jackson explodem nas caixas, coloridas pela voz soul do americano Aloe Blacc. E na rascante “Eu já sabia”, ele bate bola com Sain (seu filho Stephan) e com Hélio Bentes, do Ponto de Equilíbrio.

A conexão com o samba fica menos explícita desta vez, só surgindo em “Na veia”, a única música com a participação da banda que o acompanha ao vivo. No geral, são os samples que dão o tom de “Nada pode me parar”, com Ivan Lins, Milton Nascimento, Wagner Tiso, Raul Seixas e Dom Um Romão surgindo, aqui e ali, como micropartículas suspensas no ar pela produção refinada de Mario Caldato Jr.

Cada vez mais fluido e claro em suas rimas, D2 mantém a essência street, “sem ninguém pra chamar de patrão”, como diz em “Livre”. O sagaz Homem Fumaça agora tem o poder e nem precisa mais tirar onda.

Cotação: Bom


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