RECIFE - A (i)mobilidade e a verticalização desenfreada da paisagem urbana das capitais brasileiras, particularmente as nordestinas, finalmente chegaram ao cinema, na tela do 17° Cine PE, na noite de segunda-feira. O documentário pernambucano “Rio Doce-CDU” , de Adelina Pontual, registra as transformações físicas e humanas dos subúrbios de Olinda e de Recife a bordo de uma emblemática linha de ônibus que corta a região.
O filme refaz o sofrido percurso entre o bairro do Rio Doce, em Olinda, e a Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Ao longo da viagem, vai colhendo depoimentos de personagens que habitam ou trabalham em suas margens.
— O ônibus da linha Rio Doce-CDU é um pretexto para falar sobre os problemas da cidade ligados à urbanização — conta Adelina, que usou muito os serviços do coletivo nos anos 1990, quando dividiu a produtora Parabólica Brasil, que ficava em Olinda, com os cineastas Cláudio Assis e Marcelo Gomes. — Minha intenção era ir soltando farpas ao longo do caminho sobre o impacto das mudanças urbanas na população. Espero que o filme ajude não fique no âmbito no cinema e ajude a pensarmos sobre a qualidade de vida das pessoas.
O repórter viajou a convite do Cine-PE