RIO - As maiores produções do cinema na atualidade contam com a ajuda de especialistas em artes visuais, que criam os efeitos mais incríveis e realistas possíveis. Basta ver as franquias de filmes de fantasia - como as de super-heróis (“Batman” e “Os Vingadores”) e de aventuras fantásticas (“Senhor dos Anéis” e “O hobbit”). Uma das maiores especialistas neste campo é Laurie Brugger da Framestore, que trabalhou com os efeitos visuais dos longas “Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1” (2010), “Capitão América: o primeiro vingador” (2011) e “Onde vivem os monstros” (2009).
Ela está no Rio para palestrar no CG Extreme, que reunirá grandes profissionais do entretenimento digital para debater sobre música, filmes e games. O evento será realizado neste sábado (27) e domingo (28), no Citybank Hall.
Os desenhos animados foram as primeiras paixões da especialista de 31 anos. Ela começou a trabalhar com a técnica em 2000, quando tinha 19. A Pixar era o seu xodó. Até aquele ano, a empresa já tinha produzido “Toy story” (1995), “Vida de inseto” (1998) e “Toy Story 2” (1999), que fizeram com que ela escolhesse sua profissão.
Fascinada por personagens animados, foi nessa área que ela se especializou e na qual aprendeu uma importante lição.
- Em animação, quanto mais você aprende, mais você sabe que não sabe - diz Laurie.
A especialista também aprendeu que é preciso paciência para trabalhar com animação. Cada longa demora, em média, um ano para ficar pronto, com cada profissional responsável por uma parte do projeto. Laurie bateu seu recorde em “Onde vivem os monstros”, no qual trabalhou apenas cinco meses. O tempo de duração do processo também depende de outras variáveis.
- É mais fácil trabalhar sozinha. Mas quanto mais exigências, personagens e quanto maior for a equipe, mais complexo é finalizar um projeto - comenta.
Dentro da equipe de efeitos visuais, a função de Laurie é criar músculos, articulações e formas de um personagem. Tanto para desenvolver rostos em "Capitão América" quanto as formas do elfo Dobby em "Harry Potter", a especialista precisou trabalhar em três diferentes programas de computador. Mas é necessário unir técnica e inspiração para o projeto sair do papel e se transformar no que vemos nos cinemas.
- Pensamos nas características do próprio personagem na hora de criá-lo, mas também tentamos nos inspirar em aspectos da vida real.
Para quem está começando a carreira ou pensando em seguir na profissão, Laurie dá uma dica simples, mas importante:
- Todo mundo começa em algum lugar, mas, independentemente de onde seu trabalho comece, continue perseguindo seu sonho.