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Suspense, sexo e humor ácido pontuam ‘Copa Hotel’, nova série brasileira do GNT

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RIO - Ter morado um ano em Londres ajudou Miguel Thiré a entender o temperamento do seu primeiro protagonista na TV. Fred é um fotojornalista que volta ao Rio para a missa de sétimo dia do pai depois de viver por mais de uma década na capital britânica. Durante a estada, acaba decidindo se fixar novamente no Brasil para tocar o negócio que dá nome à nova série de ficção do GNT, “Copa Hotel”. Com estreia marcada para amanhã, às 22h30m, a atração tem direção-geral do cineasta Mauro Lima, de “Meu nome não é Johnny” (2008) e “Reis e ratos” (2012).

Miguel, de 30 anos, fez teste para levar o papel principal na produção, e explica como a experiência fora do país o ajudou:

— Em Londres, as pessoas não costumam trocar olhares nas ruas. E Fred, embora seja carioca, traz o olhar do europeu quando volta para uma cidade que não conhece mais. As circunstâncias em que ele está envolvido são dramáticas, mas o personagem tem um humor britânico, seco, irônico.

Na trama, com roteiro assinado por J.P. Cuenca e Felipe Bragança, Fred desiste de vender o decadente hotel da família e vai contra a vontade de sua madrasta e dos filhos dela, Bia (Verônica Debom) e Tavinho (Luca Bianchi). O fotógrafo resolve tocar o negócio, que já viveu o seu auge na década de 1970 e está afundado em dívidas.

— Fred tem uma espécie de regressão ao voltar ao Rio, e herda esse elefante branco. Ele mesmo acha absurda a ideia de tocar o hotel, mas não consegue se desfazer daquilo. É um personagem que está fora do eixo — explica Miguel.

No primeiro dos 13 episódios da temporada — o segundo ano da série também já está acertado com o canal —, o protagonista resume seu sentimento em relação ao Rio: “Essa cidade é toda nostalgia para mim”.

— Ao chegar, Fred se depara com essa loucura do Rio pré-Copa do Mundo e Olimpíadas. Ele não entende mais o jeitinho carioca de ser e carrega essa coisa mais dura, britânica — descreve o ator, num dos intervalos das gravações da série.

Enquanto se readapta ao novo cotidiano, o fotógrafo também precisa lidar com duas mulheres que entram em sua vida. Ele se envolve ao mesmo tempo com a médica Maria (Maria Ribeiro), que conhece na missa de sétimo dia do pai, e com a atriz paulistana Antônia (Fernanda Nobre), hóspede do hotel.

— Mulher não falta para ele. Mas o Fred não é um Don Juan. Ele acaba sendo devorado por esse comportamento feminino — diverte-se Miguel.

O ator protagoniza sequências de sexo com diferentes atrizes, mas garante não ter se preocupado com essa questão:

— A série está elegante. Essas não foram cenas que me deixaram apreensivo. No ar o resultado será excitante.

No primeiro episódio, Fred flerta com uma frequentadora do bar do hotel, mas brocha na hora H. No segundo, ele arrasta a médica Maria para um dos quartos, mas também falha.

— Já fiz muita cena de sexo, mas não estou querendo mais. Tenho um filho com 10 anos (João, do relacionamento com Paulo Betti) e outro de 3 (Bento, do casamento com Caio Blat). A história pode ser sensual sem ser explícita. Desta vez não fico pelada e nem beijo mulher. Não é tão animado quanto “Oscar Freire 279” — conta Maria Ribeiro, referindo-se à série sobre o mundo da prostituição de luxo exibido pelo Multishow em 2011 e na qual atuou.

O fato de as duas atrações serem da mesma produtora, a Prodigo Films, foi determinante para que Maria — já no ar no “Saia justa”, no GNT — topasse integrar o elenco de “Copa hotel”.

— “Oscar Freire 279” foi uma experiência muito feliz. O modelo de fazer TV deles me interessa muito. Eu quero escrever seriados, e aqui (na produtora) posso participar mais, mexer no texto. Falar de Copacabana também me animou. E ainda, rolou a oportunidade de trabalhar com o Mauro Lima — enumera ela.

Maria é só elogios ao estilo do cineasta.

— Mauro é um esteta. Ao invés de ir por um caminho mais óbvio, dos amores e do triângulo, a série fala de uma certa decadência de Copacabana, e trata dessa questão de você não saber ao certo quem é no mundo. Se bem que poder falar na TV de um cara que está a fim de duas mulheres é genial. Por que isso não pode acontecer? Por uma questão cultural? — questiona a atriz.

Lima tem experiência em TV: já dirigiu duas temporadas da série “Ó paí, ó”, exibida pela Globo. Em “Copa Hotel”, ele divide o trabalho com Tomás Portella.

— O que eu acho interessante é que a série não é sobre Copacabana. É como se fosse um olhar externo. A fauna que circula pelo hotel não é a mesma do bairro — aponta Lima.

Com aproximadamente 70% das cenas gravadas num estúdio montado num casarão do Alto da Boa Vista (a parte interna do hotel foi reproduzida lá), a série também terá sequências realizadas em cartões-postais como o calçadão e a Praia de Copacabana.

A atração ainda traz em seu elenco nomes como nomes como Zezé Motta, Tamara Taxman, Natasha Stransky, e Paulo Verlings e Felipe Rocha, que interpreta o advogado David, melhor amigo do protagonista. Rocha diz também ter entrado para o projeto atraído pela possibilidade de trabalhar com Lima.

— A série não é aquele coisa objetiva da TV, nem chega a ser cinema. Estamos no meio do caminho. O GNT tem uma coisa mais sofisticada. Tem tesão, tem humor, e tem suspense — acredita o ator.


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