RIO - Um mês depois de pedir que músicos não fizessem shows em Israel, Roger Waters agora admitiu que está pensando se essa é mesmo a melhor decisão a ser tomada. "A carta pedindo aos meus colegas que boicotassem Israel nunca apareceu", afirmou o fundador do Pink Floyd, referindo-se ao documento no qual solicitaria, oficialmente, o boicote ao país. "Estou pensando nisso tudo com cuidado extremo porque eu me importo mais com o resultado, mais com as pessoas envolvidas, do que com o momento."
Crítico ferrenho do governo israelense, Waters chegou a acusar o país, no mês passado, de promover um motim, e recomendou o boicote como a melhor maneira de lutar contra o "o regime de arpatheid" de lá.
A repentina moderação no tom, durante uma entrevista ao Huffington Post, não o fez, no entanto, poupar alfinetadas aos assentamentos de Israel.
"A ocupação e os assentamentos são obstáculos para a paz. Não haverá paz, a não ser que a ocupação termine, que os assentamentos terminem", reforçou o músico inglês, que é membro do Tribunal Russell para a Palestina, organização que se diz motivada a levar justiça ao Oriente Médio.
No ano passado, Roger Waters e sua banda apresentaram o espetáculo The Wall no Brasil. Na ocasião, ele afirmou que Israel faz terrorismo de Estado nos territórios palestinos.