SÃO PAULO - "Benzinho" foi escolhido como representante brasileiro na disputa por uma indicação ao prêmio de melhor filme ibero-americano no Goya 2019, o equivalente espanhol ao Oscar. Antes de chegar à decisão, na manhã de quarta-feira, a comissão de seleção que escolheu a comédia dramática dirigida por Gustavo Pizzi se reuniu por uma hora na sede da Agência Nacional do Cinema (Ancine), no Rio. A ata da reunião, com o anúncio, foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
A comissão justificou a escolha dizendo que o "Benzinho" foi considerado uma "obra cinematográfica com consistente marca autoral e força criativa". Além disso, salientou na mesma nota que apresenta "um universo genuinamente brasileiro, com capacidade de se comunicar com plateias de todo o mundo".
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Profissionais indicados por entidades do setor audiovisual brasileiro compuseram a comissão: Josiane Osório de Carvalho, por indicação do Fórum dos Festivais; Marcelo Müller, por indicação da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine); João Daniel Tikhomiroff, por indicação do Programa Brasil de Cinema; Adriana de Lucena Navais Dutra, por indicação da Academia Brasileira de Cinema (ABC); e Gustavo Ferreira Rolla, por indicação da Ancine.
- Ficamos super felizes com a escolha, até porque estamos em cartaz em muitos países ibero-americanos. Incluindo a Espanha, onde o filme estreou dia 3 de agosto, com o título 'Siempre juntos', e está em 46 salas no país inteiro. Só em Madri, foi lançado em três salas e, depois, ampliou para cinco - disse o diretor do longa.
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Além de "Benzinho", participaram da seleção mais 20 filmes, incluindo "O Grande Circo Místico", de Cacá Diegues. Na segunda-feira, o mais recente longa de Diegues foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2019.
Por enquanto, Pizzi preferiu não comentar a escolha da comissão de seleção do Oscar. Só disse achar que uma decisão como essa deve ser sempre tomada levando em conta o filme enquanto projeto cinematográfico, e as chances que tem de alcançar ao menos uma indicação.
- São os filmes,e a carreira deles, que têm de ser levados em conta. Aqueles que têm força para chegar - avalia.
Em 'Benzinho', Irene (Karine Teles) mora com o marido Klaus (Otávio Müller) e mais quatro filhos numa cidade próxima do Rio. Quando o primogênito é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá de lidar com a síndrome do ninho vazio. Em cartaz há três semanas, o filme acumula até o momento 23 mil ingressos vendidos e renda de cerca de R$ 370 mil.
- No Brasil, o filme tem crescido nos cinemas. Da primeira para a segunda semana, aumentou muito de circuito. Estamos batalhando para levar as pessoas para o cinema, porque o comportamento do público murou muito de um tempo para cá. Nossa sorte é que as recomendações pessoais estão muito fortes. E isso tem sido maravilhoso - completa o diretor.
A cerimônia de entrega dos prêmios Goya será realizada no dia 2 de fevereiro de 2019, em Sevilha. A premiação ocorre desde 1987 e é organizada pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha.
Veja a lista completa de filmes que entraram na disputa:
"A Filosofia na Alcova", de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
"A Moça do Calendário", de Helena Ignez
"A Tecnologia Social", de Patricia Innocenti
"Antes Que Eu Me Esqueça", de Tiago Arakilian
"Benzinho", de Gustavo Pizzi
"Dedo na Ferida", de Silvio Tendler
"Ferrugem", de Aly Muritiba
"Henfil", de Angela Zoé
"Meu Corpo é Político", de Alice Riff
"O Desmonte Do Monte", de Sinai Sganzerla
"O Grande Circo Místico", de Carlos Diegues
"Querida Mamãe", de Jeremias Moreira
"Xingu Cariri Caruaru Carioca", de Beth Formaggini
"As Boas Maneiras", de Juliana Rojas e Marco Dutra
"Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi
"Não Devore Meu Coração', de Felipe Bragança
"Paraíso Perdido", de Monique Gardenberg
"Praça Paris", de Lucia Murat
"Silêncio no Estúdio", de Emília Silveira
"Unicórnio", de Eduardo Nunes
"Yonlu", de Hique Montanari