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Paul McCartney lança clipe filmado no Brasil

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RIO - Paul McCartney aproveitou o feriado da Independência do Brasil para divulgar um clipe gravado no país. O vídeo ilustra a faixa "Back in Brazil", que mescla música eletrônica com bossa nova.

Filmado em Salvador, o clipe conta a história de uma baiana que conhece um americano. O vídeo tem cenas gravadas durante o show de Paul McCartney na Arena Fonte Nova, no ano passado. Na ocasião, a atriz do vídeo foi convidada para subir ao palco e dançou com o cantor sem que o público soubesse que estava tudo combinado.

back-in-brazil

O lançamento do videoclipe de "Back in Brazil" acontece junto com o lançamento do novo disco do Beatle, "Egypt Station", que já está disponível nas plataformas de streaming e no YouTube. É o primeiro disco de McCartney desde 2013.

CRÍTICA: Paul McCartney faz viagem agradável em 'Egypt Station'


Veneza: 'Roma', do mexicano Alfonso Cuarón, é o grande vencedor do festival

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VENEZA — Drama de inspiração autobiográfica, “Roma”, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, foi o grande vencedor do Leão de Ouro de melhor filme da 75ª edição do Festival de Veneza, encerrado no início da noite deste sábado (8).

Produzido pela Netflix, o filme é dedicado a uma antiga babá da família de Cuarón. No filme, o diretor parte da memória afetiva para falar de questões de classe, raça e a condição da mulher na sociedade mexicana.

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Rodado em preto e branco e ambientado na Cidade do México, no início dos anos 1970, o filme é centrado na figura da empregada de origem indígena de uma família de classe média da cidade. Ela cuida dos filhos do patrão como se fossem os seus próprios.

Trailer de 'Roma'

– Por uma incrível coincidência, hoje (sábado) é o dia do aniversário de Libo, a pessoa que inspirou esse filme – contou Cuarón, que recebeu o troféu das mãos do conterrâneo e amigo Guillermo Del Toro, presidente do júri da competição oficial, e vencedor do Leão de Ouro do ano passado com a fantasia “A forma da água” – É preciso tratar as mulheres com respeito. “Roma” é o resultado do meu amor imenso por minha família e por meu país.

Del Toro dividiu a tarefa de avaliar os 21 concorrentes deste ano com a produtora chinesa Sylvia Chang, a atriz dinamarquesa Trine Dyrholm, a cineasta francesa Nicole Garcia, o diretor italiano Paolo Genovese, a diretora polonesa Malgorzata Szumowska, o diretor neozelandês Taika Waititi, o ator austríaco Christoph Waltz e a atriz britânica Naomi Watts.

O grande prêmio do júri, que equivale a um segundo lugar, foi para “The favourite”, dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos. O drama de época sobre a disputa de poder nos bastidores da corte da rainha Anne da Inglaterra, no século XVIII, também ganhou a Copa Volpi de melhor atriz, para a britânica Olivia Colman, intérprete da monarca.

O cineasta francês Jacques Audiard ganhou o prêmio de direção, por “The Sisters brothers”, westerns de tons cômicos protagonizado por John C. Reilly e Joaquin Phoenix. Um dos favoritos da categoria de interpretação masculina, o americano Willem Dafoe levou a Copa Volpi de melhor ator por “At eternety’s gate”, de Julain Schnabel, no qual encarna o pintor holandês Vincent Van Gogh.

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FILME DE ÚNICA CONCORRENTE MULHER TAMBÉM FOI PREMIADO

“The ballad of Buster Scruggers”, dos irmãos Ethan e Joel Coen, ficou com o troféu de melhor roteiro. O filme é uma antologia de histórias inspiradas na cultura do faroeste.

O prêmio especial do júri ficou com “The nightingale”, da australiana Jennifer Kent, única mulher entre os 21 cineastas concorrentes deste ano. A sessão para a imprensa do filme, sobre a vingança de uma jovem irlandesa contra um oficial britânico na Tasmânia do século XVIII, foi marcada por reações consideras sexistas.

– A força feninima é a mais poderosa desse planeta. Espero que nos anos que virão as mulheres não sejam mais uma minoria no cinema – agradeceu Jennifer.

O prêmio Marcelo Mastroianni para melhor performance de estreante foi para o ator australiano (de origem aborígene) Baykali Ganambarr, de “The nightingale".

– Gostaria de prestar tributo a meus ancestrais. O filme de Jennifer apenas toca na superfície do extermínio do meu povo.

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A mostra paralela Horizontes foi vencida pelo longa-metragem “Kraben Rahu”, do tailandês Phuttiphong Aroonpheng. “Anons”, de Mahut Fazil Coskun, mereceu o prêmio especial do júri, e Emir Baigazin o de direção, pelo filme “Ozen”. A estatueta de ator ficou com Kais Nashif, por sua performance na comédia “Tel Aviv on fire”, do palestino Sameh Zoabi; Natalya Kuryashova levou de atriz, por “The man who surprised everyone”, de Aleksey Chupov e Natalya Merkulova.

“Jinpa”, de Pema Tseden, ficou com o troféu de melhor roteiro da Horizontes. Na categoria curta-metragem, venceu “Kado”, de Aditya Ahmad.

O prêmio Dino De Laurentiis, para filme de diretor estreante, escolhido por um júri paralelo, foi para “The day I lost my Shadow”, de Soudade Kaadan.

“The great Buster: a celebration”, de Peter Bogdanovich, sobre o ícone do cinema mudo americano Buster Keaton, levou o prêmio de melhor documentário sobre cinema da mostra Venice Classics.

A seção Venice Virtual Reality, dedicada a experiências com realidade virtual, premiou “L’ile des morts’, de Benjamin Nuel, como melhor história contada com a técnica. O júri, presidido pela cineasta dinamarquesa Susanne Bier, elegeu “Buddy VR", de Chuck Chae, como a melhor experiência em realidade virtual. Finalmente, o prêmio de melhor filme com a tecnologia foi para “Spheres”, de Eliza McNitt.

O prêmio da crítica, concedido pela Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema), foi para “Sunset”, do húngaro Lásló Nemes.

OS PRINCIPAIS VENCEDORES

Filme: “Roma”, de Alfonso Cuarón

Grande prêmio do júri: “The favourite”, de Yorgos Lanthimos

Prêmio especial do júri: “The nightingale”, de Jennifer Kent

Direção: Jacques Audiard (“The Sisters brothers”)

Ator: Willem Dafoe (“At eternety’s gate”)

Atriz: Olivia Colman (“The favourite”)

Roteiro: Ethan e Joel Coen (“The ballad of Buster Scruggs”)

Prêmio Marcelo Mastroianni (revelação): Baykali Ganambarr, de “The nightingale”

* O repórter está hospedado a convite do festival

Paul McCartney faz show surpresa em estação de trem em Nova York

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Vinte e cinco anos após viver a intersexual Buba, Maria Luisa Mendonça encara a atormentada Karen

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RIO — Maria Luisa Mendonça não nega que se sente à vontade na pele de personagens densas. Com Karen, de “Segundo Sol”, não tem sido diferente. Envolvida com os irmãos Roberval (Fabricio Boliveira) e Edgar (Caco Ciocler) e pertencendo a uma família em constante crise, a governanta da trama é um deleite para sua intérprete.

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— Acho legal esses dramas psicológicos que João Emanuel Carneiro (autor) consegue estabelecer. Karen vive em uma casa onde teve uma relação com dois irmãos. Ela está ali prestando atenção em tudo e também no que está sentindo. Com isso estabelecido, cria-se uma tensão boa de se trabalhar. O que faço é ficar sensível às camadas que ela apresenta. Às vezes, isso se dá no silêncio — analisa Maria Luisa, de 48 anos.

Figura sazonal em novelas, com apenas sete no currículo, a atriz volta às tramas após cinco anos (“Fiz poucas, não vou fazer muitas na minha vida, porque é uma doação enorme’’, diz). Com Karen, ela traz à tona o perfil de suas personagens que precisam da ajuda da análise. Maria Luisa, no entanto, não vê com bom humor o fato de que as figuras que interpreta sejam sempre vistas como desequilibradas.

— Todo mundo tem indicação para terapia, porque não acho que seja coisa de doente. A psicanálise está em outro lugar, ajuda pessoas que querem se conhecer. Muitas vezes, maluco é quem não faz — rebate.

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Mas a artista retoma a leveza na voz ao lembrar que 2018 é um ano especial. Há 25 anos, ela estreava na TV em “Renascer”, na pele da polêmica Buba. A lembrança que Maria Luisa tem é da bravura de, aos 23 anos, ter encarado uma personagem intersexual:

— Vinha do teatro, tinha acabado de fazer Julieta, de Shakespeare. Lembro da minha coragem de estar em um papel incomum na TV. Eu a humanizei para tirar o preconceito, a fiz doce, carismática. Hoje, ouço pessoas dizendo que aquele trabalho repercutiu para muita gente que se sentia assim, se identificava ou não sabia o que era, mas percebia que tocávamos em uma coisa que não era o padrão estabelecido. Discutimos gênero, mas também o amor. Tenho muito orgulho de ter feito a Buba.

Mesmo com o crescimento das discussões sobre gênero de lá para cá, Maria Luisa acredita que a personagem ainda teria muita repercussão hoje em dia.

— Há muitas questões, até o nome se modificou (na época de “Renascer”, falava-se hermafrodita). Mas defendo a sua humanidade. Ela queria ser mãe, ter um amor. E isso independe de gênero. Esse preconceito tem que acabar. Quero ver o momento em que não vamos discutir isso. As pessoas têm que viver as suas orientações e serem felizes — diz.

Diário escrito por Caio F. durante 32 anos é mantido em segredo a pedido da família

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Livro reúne contos inspirados em objetos de Caio Fernando Abreu; leia trechos

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Amigos têm ‘acervo paralelo’ de Caio Fernando Abreu

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RIO — O diário lacrado na PUC-RS não é a única parte inacessível da obra de Caio Fernando Abreu. Perfeccionista na escrita, o autor era desligado de questões práticas e nem conta no banco tinha, revela Paula Dip, que o conheceu nos anos 1980. Ela lembra que o amigo era descuidado com seus originais; por isso, muitos itens estão espalhados pelo Brasil na mão de terceiros, fora do acervo oficial do escritor.

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— Há até alguns (amigos) que guardam a sete chaves e dizem que só pretendem revelar seus guardados daqui a algumas décadas — diz Paula, autora de “Para sempre teu, Caio F.” — A qualquer momento alguém pode mudar de ideia e liberar um poema ou texto que estava perdido ou inacessível.

Vale lembrar que, à época de sua morte, Caio não tinha a mesma popularidade de hoje. Sua obra renasceu mesmo graças a redes sociais e blogs, onde virou campeã de citações — muitas delas, falsamente atribuídas a ele.

O Caio é um desses autores retomados a cada geração

Hoje, o escritor é um dos destaques da Companhia das Letras, que reuniu seus “Contos completos” e deve reeditar ano que vem mais dois títulos: seu primeiro romance, “Limite branco” (1970), e a coletânea de contos “Morangos mofados”. Mas nem sempre foi assim.

Nos anos 1990, parte de seus livros entrou numa espécie de limbo após sua saída da editora Brasiliense. Quando Caio morreu, aos 47 anos, vítima de complicações em decorrência do vírus da Aids, não havia consciência da importância de seu acervo. O material ficou inicialmente dividido entre a garagem da casa da família, em Porto Alegre, e uma sala na UFRGS. É este material que se encontra agora reunido na PUC-RS.

SEGREDOS NO HD

— O Caio é um desses autores retomados a cada geração — explica Ítalo Moriconi, que em 2002 lançou “Cartas”, com missivas inéditas do autor. — A partir de uma pesquisa, corri atrás dos destinatários. Alguns, gentis, me cederam.

Volta e meia, raridades aparecem. A própria Paula Dip comprou uma caixa com a correspondência de Caio e Hilda Hilst, transformada no livro “Numa hora assim escura” (2016). Moriconi também planeja uma continuação do livro de cartas, com mais textos inéditos.

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Há, ainda, uma outra possível fonte de inéditos, mas que esbarra em problemas técnicos. Trata-se de um computador guardado no acervo do Delfos. Apesar de todos os esforços, o seu HD não conseguiu ser ressuscitado pela instituição.

— Ele acreditava na vida após a morte — diz Paula. — Costumo dizer que Caio vive, tal a força de sua obra. Só vejo aumentarem no Brasil as teses, livros, peças de teatro sobre ele.

Na Espanha, água estaria ameaçando o Museu do Prado

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RIO — Mais importante museu da Espanha e um dos principais do mundo, o Prado pode estar ameaçado pelo lençol freático sobre o qual foi construído, no século XIX. A informação foi publicada em uma reportagem do jornal "El País", neste fim de semana, que cita o incêndio ocorrido no dia 2 de setembro no Museu Nacional para exemplificar os riscos a que as instituições estão sujeitas.

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A reportagem lembra que o museu sobreviveu a um incêndio devastador em 16 de Novembro de 1936, quando foi bombardeado durante a Guerra Civil por caças alemães em apoio ao general Francisco Franco, mas que a água sempre continuou sendo uma ameaça constante.

Um levantamento feito em 2016 sobre as reações do edifício ao lençol freático que está abaixo dele apontam para riscos estruturais caso não sejam construídos novos poços de drenagem. A umidade seria perceptível no corredor do porão que liga os edifícios Villanueva e Jerónimos, assim como a rachadura surgida na fachada norte.

Fotos de visitas ao Museu NacionalInfiltrações já causavam problemas habituais em áreas como a pinacoteca, sobretudo em épocas de chuva. Mas a pesquisa, entregue no ano passado, demonstra que a chuva não está relacionada à umidade que aparece no porão. Segundo a direção da instituição, bombas de poço puxam a água cada vez que ela excede o nível recomendável, mas o relatório aponta que esta ação seria insuficiente. A recomendação é que sejam feitas obras de drenagem, com mais poços de bombeamento e valas para evacuá-los. Inaugurado em 1819 no reinado de Fernando VII, o museu foi construído sobre o antigo córrego Prado, que foi aterrado.


'A freira' lidera bilheteria nos EUA e bate recorde de franquia na estreia

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RIO — Em seu fim de semana de estreia, o terror "A freira" liderou a bilheteria americana, ao arrecadar US$ 53 milhões, batendo a comédia romântica "Podres de ricos" ("Crazy rich asians"), que estava no topo da lista há três semanas.

Trailer do filme 'A freira'Com a arrecadação de US$ 77 milhões fora dos EUA, "A freira" chegou a um total de US$ 131 milhões, tornando-se a melhor abertura da da franquia "A invocação do mal" (até então o recorde era do primeiro filme, de 2013, com US$ 41 milhões).

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Além de passar "Podres de ricos", o terror ficou à frente de "A Justiceira" (US$ 13 milhões), "Megatubarão" (US$ 6 milhões) e "Buscando..." (US$ 4,5 milhões).

Moradora de povoado espanhol pinta obras sacras com cores berrantes

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RIO — Seis anos após a "restauração" feita pela pintora amadora Cecília Giménez, de 81 anos, do afresco do século XIX "Ecce Homo", assinado pelo pintor Elías García Martínez, em Zaragoza, a Espanha ganha um novo caso de intervenção mal feita sobre uma obra sacra.

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Desta vez foi uma moradora do povoado de Rañadoiro, no município de Tineo, nas Astúrias, que pintou três esculturas de madeira dos séculos XV e XVI com cores berrantes. Os três entalhes em madeira retratando a Virgem Maria com o Menino Jesus e Santa Ana, outra de São Pedro, e outra da Virgem com o Menino Jesus, se encontram na capela de Rañadoiro.

78742769_This picture taken on September 6 2018 shows several Romanesque period religious statues di.jpgAutora da "restauração", María Luisa Menéndez, que administra uma tabacaria na localidade vizinha de La Espina, disse ao jornal "El Comercio" que não era pintora profissional, mas as imagens precisavam de pintura: "Pintei as imagens como pude, e os moradores gostaram."

Professor da Escola Superior de Arte do Principado de Astúrias, o restaurador Luis Suárez Saro disse, em entrevista ao "El País", que esculturas poderiam voltar ao seu estado anterior “Se a moradora não tiver lixado a policromia original antes de pintá-las”.

— É preciso saber exatamente como foi o processo, aplicar técnicas de infravermelho e ver se ela simplesmente pintou por cima — observou Saro, que restaurou o conjunto de esculturas a pedido dos próprios moradores em 2003.

Artistas lamentam a morte de Mr. Catra e prestam homenagens nas redes sociais

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2015052906954.jpgRIO - Após o anúncio da morte do cantor e compositor carioca Mr. Catra, codinome de Wagner Domingues Costa, artistas da música se manifestaram pelas redes sociais. Os funkeiros, em especial, prestaram homenagens lembrando momentos ao lado dele. O músico estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo. A morte foi confirmada por sua assessoria de imprensa.

A cantora e compositora Valesca popozuda fez uma publicação contando considerá-lo um "pai", pelo apoio que teve no início da carreira. Catra ficou marcado como o "Pai do Funk" e por ter ajudado outros artistas do meio. Agora na estrada em turnê, em entrevista, a cantora conta que Mr. Catra "tinha um coração enorme, generoso ao extremo e de um respeito por mim enorme! Um homem de palavra."

- Ele era um pai pra mim. O pai que eu não tive na minha vida. E poucos sabiam dessa importância pra mim. Ele sempre cuidou de mim, ele sempre me estendeu a mão - diz. - Ele foi o Pai do funk, ele lutou por toda classe, ele deixa um legado importantíssimo para todos nós do funk.

Catra_Valesca

Nas redes sociais, Jojo Todynho poupou palavras, postando uma imagem com um coração preto e emoticons chorando com a legenda "Que tristeza...". A cantora estava prestes a lançar o clipe “Fã do rabetão”, em parceria com Mr. Catra. O adiamento da data (ainda sem previsão) ocorreu devido ao estado de saúde do funkeiro. Jojo fala que a decisão foi para que ele se dedicasse ao tratamento.

- Não lançamos o clipe porque ele estava "dodói", se cuidando direitinho, e para os veículos não ficarem tocando nesse assunto por ser um tratamento doloroso. E ele precisava desse silêncio, de paz pra poder seguir o tratamento pra ficar bom e voltar com tudo... Mas nada é como planejamos. Deus sabe de todas as coisas - disse a cantora, completando. - Estou completamente arrasada.

Catra_Jojo_Todynho

Outros artistas também se manifestaram pelas redes sociais.

Catra_Buchecha

Catra_Pericles

Catra_Tati_QuebraBarraco

Catra_BrunoCardoso

Catra_Tico_Santa_Cruz

Catra_Paula_Lavigne

O cantor Nego do Borel primeiro prestou homenagem a Mr. Catra por meio de uma postagem em seu perfil no Twitter. Ele escreveu: "o céu ganhou mais uma estrela. Vai com Deus, Catra!". Em seguida, em seu perfil no Instagram, publicou uma foto tirada durante uma apresentação ao lado do funkeiro. Na legenda, o chama de "paizão" e de "mito do funk".

Catra_Nego_do_Borel

O produtor musical Pitter Correa - à frente de clipes de sucesso, como "Que tiro foi esse?", lançamento de Jojo Todynho no ano passado - também prestou homenagem ao cantor.

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Funkeiro Mr. Catra morre aos 49 anos

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RIO — Morreu neste domingo, aos 49 anos, o cantor e compositor carioca Wagner Domingues Costa, conhecido pelo codinome Mr. Catra. O funkeiro estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo. A morte foi confirmada por sua assessoria de imprensa. Ele deixa três mulheres, 32 filhos e quatro netos.

LEIA MAIS: Artistas lamentam a morte de Mr. Catra e prestam homenagens nas redes sociais

Mr. Catra foi internado em dezembro de 2017 para tratar um câncer. Leia a íntegra da nota do Hospital do Coração:

"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do amigo e cliente, Wagner Domingues Costa o Mr Catra, que nos deixou na tarde deste domingo, 09, em decorrência de um câncer gástrico. O cantor e compositor estava internado no hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e já vinha lutando contra a doença. A informação foi dada a família pelo cirurgião oncológico, Dr. Ricardo Motta, por volta das 15h20 da tarde. Catra deixou três esposas e 32 filhos. Neste momento de sofrimento, agradecemos o carinho, cuidado e compreensão dos amigos da imprensa, e pedimos, gentilmente, para que respeitem o momento de tristeza da família."

O velório de Catra vai acontecer na madrugada desta segunda-feira, a partir das 1h da manhã, em São Paulo. O corpo começa a ser velado no Aespe Atendimento, que fica na Rua Muhidin Lbrahim Hawache, 46, Picanço, em Guarulhos. Segundo a assessoria de imprensa de Catra, também haverá um velório no Rio na terça-feira. Mr. Catra e Lulu Santos ensaiam show que farão juntos no Rock in Rio

Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra, foi muito mais do que o personagem de inúmeras mulheres e dezenas de filhos. Sua trajetória marca um movimento de aceitação do funk para além das barreiras geográficas e sociais entre favela e asfalto. Foi ele, por exemplo, o primeiro artista do gênero a se apresentar no Rock in Rio — convidado por Lulu Santos, em 2015. Estudioso da música e figura de fácil circulação entre diferentes cenas — seu leque de parcerias vai de Caetano Veloso a Bonde da Stronda — , ajudou a diminuir o preconceito que sempre acompanhou o sucesso do funk carioca.

— Quem faz careta para o funk hoje é neto de quem discriminou o samba ontem e bisneto de quem condenou a capoeira anteontem — cravou, em entrevista ao “Extra” em 2014. Mr Catra - Adultério (4x4)

Com sua voz cavernosa e defensor do papel libertário na vida e na música, acumulou hits com letras sacanas, como “Adultério” (versão de “Tédio”, do Biquíni Cavadão), “Vem todo mundo” e “Uh papai chegou”. Ainda teve um forte papel de padrinho para outros nomes de ponta do gênero, como Tati Quebra-Barraco e Gaiola das Popozudas, grupo de onde saiu Valesca. Foi com ela que Catra gravou outro grande sucesso, o despudorado “Mama”.

Filho do frentista (e passista) Manoel e da doméstica Elza, Wagner cresceu no Morro do Borel, na Tijuca, mas virou Catra por ter sido adotado pela família do patrão de sua mãe, o magnata Edgar Marcos Molina, na rua Dr. Catrambi, no Alto da Boa Vista. A adoção lhe trouxe regalias: Catra estudou em colégios renomados, como o Pedro II, onde foi líder estudantil, tornou-se poliglota (ele dizia que falava inglês, francês, alemão, hebraico e grego) e formou-se em Direito pela Universidade Gama Filho. Mr Catra & Os Templários - O Retorno É De Jedi (Clipe Oficial)

Na música, também ia muito além do funk. Apaixonado pelo samba por influência de seu pai biológico, lançou em 2012, um disco dedicado ao gênero, “Com todo respeito ao samba”. Na adolescência, montou uma banda de rock, batizada de O Beco, onde era guitarrista. Em 2016, resolveu matar saudades da época com o projeto “Mr. Catra & Os Templários”, que também rendeu disco.

— Componho em vários ritmos. Faço até louvor! — garantiu, ao falar sobre o disco “Tempo de louvor”, cantado em hebraico e árabe, previsto para sair há três anos, mas que acabou não sendo concluído. Mr. Catra - Baseado na Lei do Samba (Com Todo Respeito ao Samba - 2012) | Alta Qualidade

Sua trajetória foi contada em documentário (“90 dias com Catra”), livro (“A estética funk carioca: criação e conectividade em Mr. Catra”, da antropóloga Mylene Mizrahi) e inúmeros programas de televisão. Chegou a ter um programa próprio, “Bagulho louco com Mr. Catra”, que foi ao ar no Multishow, em 2016.

Catra ainda fez aparições no cinema, como o hilário comprador de ouro no filme “O roubo da taça” (2016) ou ainda no papel de Deus em “Internet — O filme” (2017).

E, claro, Catra foi também um nome de respeito no folclore da cultura popular brasileiras nas últimas duas décadas. Sua vida amorosa era tão movimentada que nem o noticiário mais atento conseguia acompanhar.

— Não falam mal da minha cor nem do meu credo, mas da minha forma de viver. Deviam respeitar, já que ninguém é dono da verdade. A sociedade se liga na razão, mas o que importa é o amor — disse. 90 DIAS COM CATRA

Em 2016, Catra deixou a casa que tinha em Vargem Grande para outra maior, em Mogi das Cruzes, acompanhado por 24 de seus rebentos. Companheira do cantor por mais de 20 anos, Silvia Regina era mãe de cinco dos filhos de Catra, mas cuida dos outros como se fossem seus. Ela garante que o estilo de vida libertário do companheiro não o impediu de ser um pai zeloso:

— Me admira a disposição do Negão, ele quase não dorme de tanto que trabalha pra não deixar faltar nada pra gente.

— Solidariedade é lei. Você não pode ficar com a graça toda para você, tem que dividir para multiplicar. Não compro nada para mim, ganho tudo. Os cordões e anéis (de ouro) e até o avião foram presente... — garantia o cantor. MR CATRA MEDLEY

Religioso, Catra costumava sempre citar “a vontade de Deus” em suas entrevistas. Ele se dizia hebreu (“sigo um Deus único lá do início. Acredito num Deus sem religião, na força universal, no supremo, no onipotente”) e não fugia de temas espinhosos. Quando perguntado, por exemplo, sobre drogas ou política, deixava a fanfarronice de lado e falava sério:

— Sou a favor da liberação e da tributação dos entorpecentes. Que se reverta o dinheiro do tráfico para escolas, hospitais ou mesmo clínicas de reabilitação. Esse combate às drogas é um artifício para os corruptos botarem grana no bolso. A maior mentira do mundo é “Todo povo merece o governo que tem”. Eu não acredito em urna eletrônica! Não voto. Nem justifico. Prefiro pagar a multa a me sentir enganado.

'Catra representava coisas essenciais do ethos das periferias', diz Caetano Veloso

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RIO — A morte de Mr. Catra, neste domingo, aos 49 anos, chocou fãs, admiradores e amigos. Muitos deles se manifestaram nas redes sociais, exaltando a importância do funkeiro carioca e o apoio dado por ele para suas respectivas carreiras.

LEIA MAIS: Funkeiro Mr. Catra morre aos 49 anos

Artistas lamentam a morte de Mr. Catra

Entre os admiradores, Caetano Veloso, que tornou-se amigo de Catra, publicou um texto no Facebook em que relata como conheceu o músico carioca, além de outros causos.

A publicação conta ainda com um vídeo em que a dupla canta uma versão de "Vaca profana" no programa "Bagulho doido", apresentado por Catra no Multishow em 2016.

"É um caso existencial que o Brasil deveria amadurecer para estudar. O povo e tantos de nós amadurecemos para amar. 32 filhos. Muita coisa para ser vivida em apenas 49 anos", concluiu Caetano no texto que pode ser lido abaixo, na íntegra:

"Quando, nos anos 90, o Orfeu de Cacá Diegues ficou pronto, fomos exibi-lo em Vigário Geral e no Vidigal. Em Vigário, houve um show em que eu cantava canções que compus para o filme e, representando o som de rap e funk das favelas que (para desgosto de Kenneth Maxwell) pontuava suas cenas, subiram ao palco MV Bill e Mr. Catra. Havia uma tela grande ao ar livre para projeção e um palco adjacente.

Quando eu fui anunciado, um número simpático de moradores se aproximou e pude ver algumas caras atentas entre os que me ouviam. Quando Bill foi anunciado, houve aplausos mais intensos e cresceu muito o número de espectadores frente ao palco. Mas a multidão se multiplicou e delirava ao grito do nome de Mr. Catra. Muita gente vinha dos barracos, gente que nem tinha se abalado para vir ver o filme. Fiquei fã de Bill, cuja música já conhecia, impressionado com sua beleza, elegância e integridade. E Catra, que eu desconhecia totalmente, me fascinou para sempre.

Caetano sobre Catra

Fiquei amigo tanto de Bill quanto de Catra. Com Bill tenho tido mais colaboração e parceria. Mas Catra foi uma série de surpreendentes revelações. Sua voz, suas conversas, suas histórias, sua vida, sua obra.

Em Vigário Geral ouvi coisas que vieram a ser conhecidas como funk proibidão. Depois ouvi de Catra autobiografia em que ele, criado por família branca de classe média, resolveu, adulto, ir viver na favela.

Mais tarde, fui vê-lo cantar no Paris Café, no Recreio dos Bandeirantes, canções religiosas hebraicas sobre base eletrônica, entre damas da noite de salto alto e sem roupa. Seu amor por Israel era imenso. Sua visão da história era ousada e problematizada pessoalmente ("negros é que escravizaram negros e os venderam na costa"; "não precisamos de cotas mas de reencontrar a nobreza negra"; "não vou votar em ninguém em 2018: do jeito que tá hoje, me arrependo de ter lutado pela redemocratização").

Teve vida poligâmica organizada. Ele representava coisas essenciais do ethos das periferias urbanas brasileiras. E era um cara alto astral, que sabia gostar de viver. É um caso existencial que o Brasil deveria amadurecer para estudar. O povo e tantos de nós amadurecemos para amar. 32 filhos. Muita coisa para ser vivida em apenas 49 anos".

Artigo: Catra é nosso Pai, por Dennis

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RIO — Acordei tarde, havia tocado para 100 mil pessoas entre o estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, e depois em um rodeio no interior de São Paulo. Despertei neste domingo depois que o sol se foi com a triste notícia da morte de Mr. Catra. Certamente, eu não estaria representando a bandeira do funk para grandes plateias se não fosse gente que deu identidade à música que cresceu na favelas e comunidades e criou uma verdadeira "nação" em bailes durante anos.

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OBITUÁRIO: Funkeiro Mr. Catra morre aos 49 anos

A primeira vez que ouvi Catra foi em 1995. Eu ainda era um adolescente fascinado com as batidas e com a possibilidade de transfomar minha realidade de menino suburbano fazendo os outros dançarem e esquecerem os problemas através da música. A cena tinha conseguido cruzar a linha da midia mainstream com a explosão das duplas Cidinho e Doca, Claudinho e Buchecha, além de MC Marcinho. Catra, com sua voz inconfundível, não "estourou" de primeira, mas estava nas compilações como "Rap Brasil". Dr. Rocha e Mr. Catra falavam que na favela não tinha somente bandido, violência, crime: tinha arte, artistas, gente de bem. Mr Catra - Adultério (4x4)

Pouco depois, ele já tinha mais de 20 músicas circulando e passou a ser um cronista que falava as verdades da realidade das comunidades através dos "proibidões". Catra defendia a liberdade de expressão e falava na lata o que não se sabia para fora do gueto.

Na virada do milênio, ele me procurou, trouxe MC G3, nome novo da cena e me pediu pra produzir a música. Catra me disse ali que estava sendo perseguido por falar verdades de bandidos, detentos, policiais. Em 2001, ele parou de gravar os "proibidões" e disse: "vou parar de ser perseguido, agora eu só canto sacanagem". Bonde da Stronda feat. Mr Catra - Mansão Thug Stronda (Videoclipe Oficial)

Ele foi rei nessa área, mas, em 2005, voltou a me procurar e fizemos juntos alguns de seus grandes hits como "Vem todo mundo", pois ele dizia que gostava muito de mulher, de todas. Depois, fizemos "Adultério" uma brincadeira "para maiores" em cima da música do Biquíni Cavadão que ganhou novo sentido falando da zona de prostituição, com a nossa batida e a assinatura vocal de Mr. Catra.

Catra era amado e respeitado pela galera do funk, do hip hop, do rap, do pagode, do samba, do rock... por ser autêntico e verdadeiro. Fez um papel muito importante ao tirar o preconceito da parte da galera dos outros estilos com o funk. É, sem dúvidas, um dos caras que limpou a nossa barra — que nunca foi fácil. Dennis - Soltinha - Feat. Mc Bola e Mr Catra [Clipe Oficial]

Em 2007, ele estava no auge e foi generoso ao aceitar meu chamado para gravar com os meninos do Bonde da Stronda que eu lancei e produzi. Fizemos o "Mansão thug stronda", que foi o primeiro clipe de funk carioca a estourar no YouTube e hoje tem mais de 70 milhões de views. Em 2013, iniciei meu trabalho solo e chamei Catra para gravar "Soltinha" comigo e também "Quero te provar", que o coloquei ele junto de Naldo e Koringa. Sem dúvidas, foram músicas que pavimentaram meu caminho até aqui.

Ele era muito inteligente, soube trocar com artistas de outros ritmos que se admiravam com sua figura emblemática. Tinha a fama de ter muitas mulheres e dezenas de filhos, mas, em casa, era um cara que sabia se separar do personagem que criou e fez sua marca. Foi muito generoso e tinha os agregados que ele chamava de "família sagrada". Ele ajudou muita gente. Dennis - Quero Te Provar - Feat. Naldo Mc Koringa e Mr Catra [Clipe Oficial]

No funk, Catra é o "pai de todos". Atravessou todas as fases da história desse ritmo. Ele criou a batida "tchun tchun tsta tsta" que chamamos de beatbox e hoje está em mais de 20 músicas minhas e de muita gente. Foi ele quem conseguiu dar a cara própria do funk carioca e nacional e se hoje eu tive a oportunidade de tocar "Soltinha" e "Uh papai chegou" para 1,5 milhão de pessoas em Nova Iorque, no último dia 2, devo isso a ele também.

O Catra é nosso, de todos nós, e estará bem, soube viver e fazer feliz. É um artista que merece o reconhecimento e estar na mesma prateleira dos grandes maestros que nossa música criou. Tive a honra de conhecer o homem, o artista, recebê-lo diversas vezes no Baile do Dennis. Tocarei Mr. Catra para sempre, nos shows e no meu coração.

* DJ, produtor e um dos maiores expoentes do funk carioca

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Junge Deutsche Philharmonie mostra Brahms e Mahler no Rio

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RIO — O entusiasmo do maestro inglês Jonathan Nott (que volta ao Rio depois de ter regido em maio a Orchestre de la Suisse Romande) é contagiante quando ele fala da Junge Deutsche Philharmonie. Criada em 1974 em Frankfurt com o propósito de dar visibilidade e formação aos melhores talentos novos dos conservatórios da Alemanha, a orquestra (que tem integrantes com idades entre 18 e 28 anos) é a atração desta segunda-feira, no Teatro Municipal, da Série O Globo/Dell'Arte Concertos Internacionais — 25 anos.

— Todos esses jovens músicos passaram horas e horas praticando seus instrumentos: geralmente sozinhos, ou com seus professores, às vezes em música de câmara. Mas agora eles estão todos fervendo com o desejo não apenas de fazer música juntos, mas também de vivenciar as viagens emocionais dessas duas grandes obras musicais — diz Nott.

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Maestro principal e consultor artístico da Junge Deutsche Philharmonie desde 2014, Nott rege seus pupilos no Rio na “Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98”, de Johannes Brahms (1833-1897), e na “Sinfonia nº 1 em ré menor, ‘Titã’”, de Gustav Mahler (1860-1911).

— Eles estão incrivelmente ansiosos para compartilhar essa experiência com um novo público — conta o maestro. — A emoção para esses jovens é algo que se transfere para todos os que fazem parte da produção musical, para todos aqueles que vêm viver a experiência do concerto com eles.

A escolha das obras para o concerto carioca, segundo o inglês, obedeceu a critérios rigorosos para que se chegue a um resultado de impacto.

— São duas sinfonias que usam o poder interior de um som orquestral escuro e profundamente definido, onde os contrabaixos conduzem o som das cordas, e as vozes mais altas dos sopros mergulham no som das vozes mais baixas, assim co mo o estrato rochoso começa a se modificar se houver uma enorme pressão das placas tectônicas — descreve Nott. — Esses jovens músicos alemães estão dispostos a permitir que eu forme o som, para exigir um poder de fazer música que os leve aos seus limites e depois para além deles.

O maestro demonstra ter total certeza de que seu time é capaz de encarar o que, para outras orquestras, seriam desafios intransponíveis:

— Tecnicamente, juntar numa mesma noite essas duas sinfonias é algo extremamente exigente para os músicos. Então, eu estou constantemente insistindo para que nenhum compasso seja tocado sem intensidade. Eu quero contar uma história, da primeira a última nota de cada peça, sem um único momento em que a tensão da narrativa caia. Quero que nós, como público, fiquemos chocados com o poder da sinfonia de Brahms e exaltados pela jornada através da sinfonia de Mahler. Até agora estamos no caminho certo.

SERVIÇO

Onde: Teatro Municipal — Praça Floriano s/n, Centro (4003-2330).

Quando: Nesta segunda-feira, às 20h.

Quanto: de R$ 125 a R$ 600.

Classificação: Livre

Fluente em cinco idiomas, Mr. Catra era craque em frases de efeito

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34331610_Mr. Catra tem um adesivo que representa os vários filhos no carro.jpgRIO — Mr. Catra morreu neste domingo, aos 49 anos, deixando, além dos seus 32 filhos, um legado de alegria. Formado em Direito, ele falava cinco línguas (português, inglês, francês, alemão e hebraico) e era também um craque das frases de efeitos. Relembre a seguir algumas das melhores tiradas dele em entrevistas e nas redes sociais:

ARTIGO: Catra é nosso Pai, por Dennis

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“Deixa os gay ser gay, deixa os gordos comer, deixa as mida dar, deixa eu ter meus filhos. Deixa as pessoas".

"Quem faz careta para o funk hoje é neto de quem discriminou o samba ontem e bisneto de quem condenou a capoeira anteontem".

"Quer romance, vai ler um livro / quer fidelidade, compra um cachorro / quer amor, volta para a casa da mamãe, vagabundo!"

12797112_NX - Rio de janeiro - RJ - 19-06-2014 Matéria As facetas ocultas do funkeiro Na foto.jpg

"O funk foi o único movimento cultural que conseguiu nivelar todas as classes sociais. Eu sou operário do funk. Faço três ou quatro shows por noite, ninguém no Brasil trabalha mais do que eu".

"Relacionamento é assim: se não tiver química, física e biologia, vira história".

"Muitos acham melhor ter uma Mercedes e uma casa na praia. Mas a Mercedes e a casa nunca vão te dizer: eu te amo" .

"Para entender uma mulher primeiro tem que entender que não tem como".

"Para o pretinho criado na classe alta, era tão difícil socializar com a playboyzada, como socializar com o pessoal da favela".

"Não faço apologia do crime, falo da realidade da favela".

"Ter dinheiro é fácil, dificil é ter estilo”.

"Faça amor, não faça dieta".

“O senhor é meu pastor e nada me faltará/ vai começar a putaria”.

"A dor do corno não é levar chifre, mas, sim, sustentar a vaca".

"Se organizar direito, todo mundo transa"

"Nessas eleições votem no meu coração, ele tbm é partido <3"

"Nenhum bêbado telefona para alguém que não gosta <3"

"Agora só pego mulher que tem filho. Além de gostosa. Tem iogurte em casa"

"Se tá ruim pra mim, imagina pra quem tá namorando em trio e nem sabe"

"Se alguém falar mal de mim pra você, não acredite. Converse comigo, me conheça. Tire suas conclusões. Por que na boca dos outros ninguém presta."

"É piranha pq beija todo mundo ou é piranha pq beija todo mundo menos vc?? #recalque"

"Peço desculpas a todas as mães que não têm a oportunidade de ser minha sogra <3"

"Quem passa rodo é a tia da limpeza, aqui é só amor e carinho <3"

"Pra namorar comigo, tem que entender que eu sou sonâmbulo, às vezes eu durmo e quando vou ver tô no baile"

"Mil se meterão na sua vida, dez mil nas suas escolhas, mas só vc pagará suas contas!"

"Quero deixar bem claro que eu só bebo em duas ocasiões, quando é o meu aniversário e quando não é o meu aniversário!"

"Acho que sou a única pessoa do mundo que nunca iludiu ninguém."

Análise: Mr. Catra foi a maior figura dos primeiros 30 anos do funk carioca

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Mr. Catra será velado no Teatro João Caetano

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RIO - O velório carioca do cantor e ídolo do funk carioca Mr. Catra, que morreu no domingo, em São Paulo, de câncer, acontecerá nesta segunda-feira, a partir das 21h, no Teatro João Caetano. O sepultamento será na manhã de terça, às 10h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

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'Catra representava coisas essenciais do ethos das periferias', diz Caetano

ANÁLISE: Mr. Catra foi a maior figura dos primeiros 30 anos do funk carioca

Wagner Domingues Costa morreu aos 49 anos, no Hospital do Coração. Ele deixa três mulheres, 32 filhos e quatro netos. Catra foi velado em São Paulo na madrugada de segunda-feira, no Aespe Atendimento, em Taboão, em Guarulhos.

A noite paulistana vira tema de fotonovela no Instagram

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RIO — O frenético Centro de São Paulo, com seus andarilhos, mendigos, poetas, inferninhos e prostitutas, além de personagens míticos como um Minotauro, é o centro das atenções da fotonovela "Casacaixa", feita para o Instagram. No elenco, nomes como Alexandre Nero, Sergio Guizé, Milhem Cortaz, Isabel Wilker e Mel Lisboa. A estreia é nesta segunda-feira (10) às 22h.

— A ideia é resultado de duas vontades: contar uma história que se passasse numa única noite nas ruas de São Paulo e que esta narrativa tivesse personagens com uma dimensão meio mágica, aquela noite de que você se lembra dias depois e pensa: "Cara, que noite foi essa?", a partir das pessoas com quem se encontrou. Uma aventura tipicamente paulistana mas com aspecto fantástico — explica o diretor Ravel Cabral.

1 painel nero.jpegAlexandre Nero vive um poeta andarilho que tenta ajudar o Minotauro, interpretado por Guizé, a se encontrar nesse grande labirinto que é a cidade de São Paulo. Mel Lisboa interpreta a Musa Augusta. O formato, segundo Cabral, nasceu da vontade de explorar o potencial do Instagram como veículo de narrativa.

— Tem a coisa das imagens e das pessoas estarem envolvidas com elas todos os dias, o tempo todo. O Instagram é o queijo e a faca na mão para quem quer executar um trabalho linear. É hoje a rede mais importante na medida em que a relação que se estabelece com ela é imediata, uma ferramenta visual com inúmeras possibilidades, mas que ainda não foi explorada como um veículo de storytelling. O Facebook, por exemplo, deixou de ser o lugar do entretenimento — diz.

Em 16 capítulos, a fotonovela será exibida diariamente, durante duas semanas, no perfil da plataforma @vuhaofficial no Instagram. O elenco tem também Marina Dias, Aline Filócomo, Fernanda Stefanski, Fernanda Souto, José Trassi, Sofia Botelho e Fernando Fecchio.

3 painel guize.jpegCINEMA, HQS E JORGE LUIS BORGES

Ravel Cabral idealizou a fotonovela junto com Sergio Guizé, em 2009, numa época em que nem existia Instagram.

— A gente trabalhava junto numa peça e vivia muito a noite paulistana. Era para sair impresso numa revista, mas engavetamos o projeto. No ano passado, revendo alguns trabalhos, decidi retomar a "Casacaixa", desta vez pensando na internet — detalha Ravel Cabral.

5 painel milhem.jpegAs fotos foram feitas por ele numa única noite na Rua Augusta, em julho, sando um iPhone 8S, com a proposta de realçar as características estéticas do próprio smartphone. Ou seja, um projeto feito com celular para ser consumido no próprio celular.

— O smartphone e a internet como ferramentas de criação e fantasia me impressionam muito, assim como o papel, a caneta, a máquina fotográfica.

A inspiração, ele conta, veio da mistura de cinema com HQs e a literatura de Jorge Luis Borges, "autor deste tipo de conto em que a realidade rapidamente se transforma em algo fantástico".

— É muito desafiiador e excitante porque, em minha pesquisa, não encontrei nada igual no Brasil, talvez seja a primeira investida nesse formato — aposta. — Em algum momento na vida todos nós temos que passar por uma jornada noite adentro. É esse o sentimento.

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"CASACAIXA"

Onde: @vuhaofficial

Quando: Diariamente, às 22h. Estreia nesta segunda-feira (10).

Quem dirige: Ravel Cabral.

Quem atua: Alexandre Nero (Poeta), Sergio Guizé (Minotauro), Mel Lisboa (Augusta), Isabel Wilker (Alice), Marina Dias (Hostess do Inferno), Milhem Cortaz (Cérbero), Aline Filócomo, Fernanda Stefanski e Fernanda Souto (as Fellinianas) e José Trassi, Sofia Botelho e Fernando Fecchio (Coro).

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