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Batalha underground: veto a músicos no metrô e trens do Rio gera debate

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2015 871237412-201512021942336201.jpg_20151202.jpgRIO — Em algum momento do início da década de 1960, o usuário do metrô londrino poderia ouvir as guitarras de garotos talentosos em início de carreira como Eric Clapton e David Gilmour. Em Nova York e Paris, há músicos do underground (literalmente) que são tidos como celebridades. Em Berlim e Buenos Aires, bandoneonistas virtuosos, rappers e instrumentistas de gypsy jazz são quase um serviço adicional nas viagens.

Difícil não pensar nisso tudo quando se veem imagens de repressão violenta à atividade de músicos nos vagões do Rio, como as que foram divulgadas nas redes sociais há poucas semanas, nas quais um grupo de três artistas é expulso da estação Central à base de gravatas e pancadas de cassetete. O episódio aponta para uma tensão que se arrasta por anos entre MetrôRio e músicos e que agora envolve Secretaria Estadual de Cultura e Assembleia Legislativa — o Projeto de Lei 2958/2014, que dispõe sobre o assunto, está em tramitação.

Música no metrô: como é em outras cidades?

Na atual redação, o projeto de lei de autoria do deputado André Ceciliano (PT) permite a apresentação no interior dos vagões dos trens e do metrô no Rio. E aí está o centro da questão. O MetrôRio se mostra irredutível na proibição de músicos em seus vagões. Os músicos alegam que é fundamental para seu trabalho que as apresentações sejam nesses espaços, porque não há na cultura carioca a tradição da arte nas estações.

“O MetrôRio apoia e realiza exibições artísticas organizadas em suas estações, em espaços pré-determinados, como é feito nos metrôs das principais capitais do mundo”, afirma nota da empresa em resposta ao GLOBO. “A concessionária reitera que exibições dentro dos trens representam risco à operação, conflitam com os avisos sonoros das composições e podem causar acidentes.”

Em busca de uma redação da lei que os contemple, um grupo de artistas formou o coletivo AME — Artistas Metroviários. Em seu manifesto, eles argumentam que “nunca houve acidentes ou problemas de segurança causados pelos artistas”. E lembram que “as concessionárias já apoiaram apresentações no interior dos vagões, como o evento Estação Nordeste (realizado em novembro de 2013)”. Também citam que, na SuperVia, o Trem do Samba “revive essa tradição”.

O pleito da AME para a legislação inclui a criação de “um cadastro a ser gerido pela Secretaria de Estado de Cultura junto aos artistas — e não pela concessionária —, sem que haja caráter de autorização ou seleção de artistas habilitados”, além de permissão de “apresentações compreendidas entre os horários de maior fluxo de passageiros (das 9h30m às 16h e 19h30m às 22h nos dias úteis e das 9h às 22h nos sábados, domingos e feriados)”.

SECRETARIA PROPÕE PESQUISA

O debate ferve nos vagões, nas estações (foi realizado na Carioca um flashmob dos músicos, que o MetrôRio tentou impedir juridicamente inclusive vinculando os manifestantes à impalpável entidade black blocks) e na Assembleia Legislativa (com votação adiada para o ano que vem, para aprofundar a discussão). Sobre os interesses de parte a parte, o que está em questão é como a cidade quer ver seus artistas de rua. Nesse sentido, a Secretaria Estadual de Cultura assumiu um papel de interlocutor entre artistas e o metrô. Não é só uma questão de parar de tocar. Os seguranças nos obrigam a sair e a pagar uma nova passagem para voltar

— Desde que assumi, em agosto, fizemos algumas reuniões com os músicos do metrô para entender a realidade deles — conta Daniel Domingues, coordenador de Música da Secretaria Estadual de Cultura. — Nos encontramos também com MetrôRio e Supervia, que batem muito não só na tecla dos problemas de segurança das apresentações nos vagões, mas também na de que seus usuários não querem música. Sugeri então uma pesquisa com os usuários, com urnas eletrônicas do TRE nas estações principais. Sugerimos a existência de “vagões de silêncio” ou “vagões das artes”, mas a ideia não foi bem recebida.

A pesquisa seria um ponto de partida para se pensar a legislação, afinal não há números fortes sobre a aceitação dos usuários à música nos vagões. O MetrôRio afirma que “das interações nas redes sociais do MetrôRio sobre músicos no sistema, 62% são de críticas às apresentações nos trens”, mas não informa o que isso representa em termos de volume ou o teor das críticas.

— Entramos no Facebook do Metrô e encontramos pouquíssimas menções à música, quase todas favoráveis aos artistas — conta Yuri Genuncio, um dos artistas articuladores do AME.

Yuri é um dos que estavam no vídeo da agressão que teve milhares de visualizações (“eram uns 15 seguranças para três músicos”). A AME tem registro de uma série de boletins de ocorrência de episódios do tipo — e dezenas de histórias de violência são relatadas numa conversa com eles, que incluem seguranças mantendo artistas presos em salinhas nas estações ou em carros do MetrôRio e ameaças de que, num ambiente sem câmeras ou testemunhas, eles “entrariam na porrada”.

Músicos são expulsos do metrô no Rio

— Não é só uma questão de parar de tocar. Os seguranças nos obrigam a sair e a pagar uma nova passagem para voltar — conta Thiago Dagotta, da AME. — Hoje sei que isso é inconstitucional, eles não têm esse direito.

Muitas das tensões começam exatamente nesse momento, quando o músico não aceita ser expulso do trem, e o segurança usa a força para obrigá-lo. A posição oficial do MetrôRio é de repúdio à violência, mas ressaltando que há um amparo legal para a ação dos seguranças:

— O MetrôRio não admite qualquer ação violenta por parte dos seus colaboradores. Se comprovado o desvio de conduta, o responsável sofrerá as sanções cabíveis, que vão desde advertência, suspensão e até demissão (o MetrôRio cita um único caso de demissão, de um agente que agrediu um flautista, causando revolta por parte dos usuários). Amparado pela Lei 6.149/74 e pelo Decreto Estadual 2.522/79, o MetrôRio está autorizado a agir sempre que o comportamento de algum usuário comprometa a segurança dos demais passageiros, perturbe a ordem ou comprometa a operação.

Como o MetrôRio esclarece, o metrô nas maiores capitais do mundo — o que inclui as citadas Londres, Paris, Nova York e Buenos Aires — não permitem apresentações no interior dos vagões — apesar de ser uma prática comum em algumas delas, como na capital argentina, onde há uma organização de artistas nos moldes da AME, a Artistas del Subte — FAAO, que luta contra a repressão à atividade. Ou seja, não só aqui, há um complexo debate em curso entre lei e prática, o silêncio e a música, a violência e a arte.


‘House of Cards’: Frank Underwood volta em campanha presidencial

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hoc4.jpgRIO — O debate republicano entre os pré-candidatos a presidência dos EUA, na noite desta terça-feira, teve uma participação inesperada: a de Frank Underwood. O personagem de Kevin Spacey apareceu para anunciar a quarta temporada da série “House of Cards”, na qual um deputado ambicioso alcança a presidência da República após tramar golpes contra o presidente e o vice.

Num vídeo que ironiza o mundo colorido das campanhas políticas, a série faz referência ao principal projeto de Underwood, o "America Works".

"É um novo dia na América. Hoje mais pessoas vão trabalhar, voltam para casa, para suas famílias, e dormem melhor do que em qualquer tempo. Tudo porque um homem não aceita se acomodar, colocando as pessoas antes da política. Esse homem é Frank Underwood”, diz o texto. Trailer da quarta temporada de 'House of Cards'

Frank então aparece no Salão Oval para falar à Nação: “América, eu estou apenas começando”. A quarta temporada da série, com 23 episódios, vai ao ar no dia 4 de março de 2016. Um site de campanha para a candidatura de Underwood já está no ar.

Primeiras exibições revelam sinopse de ‘Star Wars: Episódio VII’

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201512142016407286_AP.jpgLOS ANGELES — Falta pouco para “Star Wars: Episódio VII - O despertar da Força” chegar aos cinemas e a ausência de Luke Skywalker nos trailers e posters do filme segue motivo de especulação entre os fãs. Agora, com as primeiras sessões para a imprensa, finalmente o motivo foi revelado.

ATENÇÃO: 'SPOILERS' A SEGUIR

No início de "O Despertar da Força" o já clássico texto com letras amarela sobe para informar que o personagem interpretado por Mark Hamill desapareceu depois de treinar cavaleiros Jedi. A Primeira Ordem, um novo exército do mal inspirado no Império Galático, está em busca de Luke para destruí-lo, enquanto a Resistência, liderada pela agora General Leia Organa (Carrie Fisher), tenta encontrá-lo primeiro. Pacotão Star Wars 2

Criado pelo cineasta George Lucas, “Star Wars” se passa em um mundo espacial onde a Força, um "campo de energia criado por todas as coisas vivas, que nos cerca, penetra e mantém a galáxia unida", pode ser usada para o bem, pelos Jedi, ou para o mal, pelos guerreiros Sith, que querem o controle da galáxia.

O enredo cuidadosamente guardado do "Episódio VII" da saga, coescrito por J.J. Abrams, também diretor do longa, gira em torno da busca de Rey (Daisy Ridley) por sua família perdida e o desejo do ex-Stormtrooper Finn (John Boyega) de escapar do seu passado.

“O despertar da Força” se passa 30 anos depois de “O retorno de Jedi”. No longa de 1983, a então Princesa Leia (Carrie Fisher), o aventureiro Han Solo (Harrison Ford) e o piloto rebelde Luke Skywalker derrotam o arquivilão Darth Vader e o Imperador.

Depois do sucesso de bilheteria, que transformou a saga no maior fenômeno da cultura pop, uma nova trilogia de filmes, lançados entre 1999 e 2005, mergulhou nas origens de Vader, contando a história pregressa a da franquia original.

O novo longa tem início com o adorável droide BB-8 no planeta deserto Jakku ao lado de Poe Dameron (Oscar Isaac), guerreiro da Resistência. Ele esconde um pedaço de mapa, a ser entregue a Skywalker, dentro do robô. Os dois são atacados por Stormtroopers da Primeira Ordem liderados pelo vilão mascarado Kylo Ren (Adam Driver). Finn então decide se rebelar e libertar Dameron.

Trailer de 'Star Wars: Episódio VII - O despertar da Força'

Enquanto isso, Rey, que não é, como chegou a ser pensado, filha de Han Solo e da Princesa Leia, mas tem uma grande ligação com a Força, salva BB-8. Ao lado de Finn, ela ajuda BB-8 a voltar para sede da Resistência na enferrujada, porém ainda confiável, Millennium Falcon.

Com Rey e Finn estabelecidos comos os novos heróis da franquia, eles embarcam juntos em uma jornada na qual encontram novos e antigos personagens com algumas referências ao passado. Quando Rey pergunta “Você é Han Solo?", Harrison Ford responde: “Eu costumava ser”.

“Star Wars: Episódio VII — O despertar da Força” estreia nesta quinta-feira no Brasil.

Google, Spotify e Facebook promovem experiências para fãs de ‘Star Wars’

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fuga-com-sabre-de-luz-600x330.pngRIO - Responsável pela febre da venda de bonequinhos mundo afora, "Star Wars" continua caprichando nas ações promocionais. Grandes empresas como Spotify, Google e Facebook entraram na onda e lançaram especiais para preparar seus usuários para a estreia de "O despertar da Força", nesta quinta-feira.

O Google já preparou várias surpresas. A mais impressionante é o jogo "Fuga com sabre de luz", uma experiência que transforma o smartphone do usuário na poderosa arma, uma espécie de controle que se conecta com o computador, e com a qual ele pode lutar contra Stormtroopers em cenários galáticos. Pacotão Star Wars 2

E não para por aí. Há poucas semanas, os usuários que buscassem pela expressão "a long time ago in a galaxy far far away" viam seus browsers tomarem a forma da clássica introdução de todos os filmes da franquia.

Ainda é possível escolher entre o lado luminoso e o lado sombrio da força, o que se reflete na aparência vários dos produtos da gigante da tecnologia, incluindo no YouTube. Para completar, vale a imersão em 360º pelo planeta Jakku atrás do droide BB-8, esta disponível apenas para smartphones.

Já os assinantes do Spotify podem verificar com qual personagem das três trilogias o seu gosto bate. A análise é feita a partir do histórico de músicas ouvidas pelos usuários. A partir daí, uma lista de reprodução é gerada conforme o perfil de cada personagem, estabelecido pelo serviço de streaming.

De acordo com o Spotify, o Anakin Skywalker do "Episódio I" gosta de música infantil, enquanto sua versão jovem, dos episódios II e II prefere emo. Depois de passar para o lado sombrio da força e de se transformar em Darth Vader, o gosto muda novamente e ele passa a ouvir metal das antigas.

Chewbacca? Hair metal. C-3PO? Música clássica. R2-D2? Trance, techno e EDM. Já Lando Calrissian adora R&B, Leia ouve power pop oitentista e Jabba The Hutt é fã de gangsta rap. Han Solo é fã de country rock e por aí vai. Nas playlists especiais, a barra de progressão das músicas é trocada por um sabre de luz.

Por último, usuários do Facebook podem adicionar um sabre de luz às suas fotos de perfil.

Comédia 'Community' volta à grade em 2016

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COMMUNITY.jpgRIO - Protagonizada por Joel McHale (o titular de "The soup!", do E!), "Community" voltará a ser exibida por aqui. A comédia, que já esteve na grade do Sony, teve os direitos adquiridos pelo Comedy Central, que estreia a atração desde a primeira temporada a partir do dia 18 de janeiro.

Após ter sido cancelado, o programa ganhou uma sobrevida com sexta temporada de 13 episódios no Yahoo Screen, de março a junho deste ano.

Na história, criada e produzida por Dan Harmon, MacHale é Jeff Winger, aluno de uma escola comunitária, a GreendaleCommunity College. Entre seus colegas de turma, Shirley (Yvette Nicole Brown), Britta Perry (Gillian Jacobs), Abed Nadir (Danny Pudi) e Pierce Hawthorne (Chevy Chase).

ArtRio anuncia datas de 2016 e abre inscrições

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RIO - A ArtRio, feira anual de arte, anunciou suas datas de 2016 — será realizada de 28 setembro a 2 de outubro, no Píer Mauá — e abriu inscrições para os dois programas do evento: Panorama, para galerias nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de arte moderna e contemporânea; e Vista, dedicado às galerias jovens, com projeto de curadoria experimental. Os formulários de inscrição serão avaliados por um comitê de seleção, que levará em conta itens como relevância da galeria em seu mercado de atuação, artistas que representa, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras. Neste ano, a comissão será integrada pelos galeristas Alexandre Gabriel (Galeria Fortes Vilaça/SP); Anita Schwartz (Anita Schwartz Galeria de Arte/RJ); Elsa Ravazzolo (A Gentil Carioca/RJ); Greg Lulay (David Zwirner/Nova York); Eduardo Brandão (Galeria Vermelho/SP) e Max Perlingeiro (Pinakotheke Cultural/RJ).

Para a edição de 2015, inscreveram-se 370 galerias, das quais 80 foram selecionadas (55 brasileiras e 25 estrangeiras). O número foi menor do que o de 2014, quando 99 galerias participaram da ArtRio. O enxugamento se deveu, assumidamente, à crise econômica. Na ocasião, uma das sócias do evento, Brenda Valansi, disse ao GLOBO ter sido uma decisão difícil, mas “bem pensada”: "Temos que nos alinhar com a economia, com a situação do país e a global.”

Para a próxima edição, ainda não há uma definição do número de participantes. As inscrições podem ser feitas até o dia 19 de fevereiro de 2016, com informações no site www.artrio.art.br.

Jordan Smith confirma favoritismo e vence nona edição do ‘The voice’

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NUP_171511_4761.jpgRIO — Na noite desta terça-feira, o cantor pop Jordan Smith, comandado pelo vocalista do Maroon 5, Adam Levine, foi anunciado como grande vencedor da nona temporada do reality show musical “The voice”, transmitido no Brasil pelo canal Sony. Ele superou os artistas country Emily Ann Roberts e Barrett Baber, ambos treinados por Blake Shelton (”rival” de Levine), e o também cantor pop Jeffery Austin, do time de Gwen Stefani. É a terceira temporada em que um representante do time de Levine sai como campeão — o líder segue sendo Shelton, com quatro troféus. A festa contou ainda com performances de Coldplay, The Weeknd, Missy Elliott, Justin Bieber e Sam Hunt, além das participações de Usher, Tori Kelly, Wynonna e Ricky Skaggs, que fizeram duetos com os finalistas.

Desde sua primeira apresentação no “The voice”, na fase de audição às cegas, o americano Jordan Smith, de 21 anos, provou ser um forte candidato ao fazer uma emocionante interpretação de “Chandelier”, hit da cantora Sia. A maneira como o cantor, que foge dos padrões estéticos com que a indústria se acostumou, saía de tons mais delicados para alcançar notas maiores, mostrando total controle da potência de sua voz, fez com que todos os quatro técnicos dessa temporada (Adam Levine, Blake Shelton, Gwen Stefani e Pharrell Williams) não só virassem suas cadeiras como aplaudissem de pé, visivelmente tocados. “Acho que você é a pessoa mais importante que já esteve neste show”, disse Levine após a performance. Pela veia pop de Smith e a empolgação do vocalista do Maroon 5, sua escolha como treinador acabou soando quase como óbvia.NUP_171512_3383.jpg

Ao longo da competição, as reações entusiasmadas dos treinadores e do público se repetiam a cada vez que Smith subia ao palco. Quando interpretou o sucesso cristão “Great is thy faithfulness”, por exemplo, sua fama foi além do programa e gerou sua aparição em 30º lugar na lista de mais ouvidas na “Billboard”. Algo que também se repetiria no decorrer de sua jornada. No dia 8 de dezembro, uma poderosa versão de “Somebody to love”, do Queen, fez Smith superar Adele entre as músicas mais vendidas do iTunes.

“Você coloca as pessoas para cima. Você me colocou para cima. Cada vez que eu te ouço cantar é uma experiência de vida. Você está muito além do que eu imaginava aqui”, se derreteu Adam Levine em certo momento do programa.

O timbre delicado do cantor o fez enfrentar alguns problemas na infância, como ele revelou ao longo do programa. “No ‘The voice’, eles deram ênfase ao fato de que minha voz não combina com minha aparência, o que é OK para mim, porque essa é a mensagem que eu quero passar para frente. É normal ser diferente do que as pessoas esperam que você seja”, disse ele, em entrevista ao “Lexington Herald-Leader”. “Nós vivemos em um mundo que pode ser doloroso, em que pessoas discordam sobre coisas que não importam”.NUP_171511_5028.jpg

Sua principal concorrente na final era Emily Ann Roberts, uma cantora country de 17 anos que encantou Blake Shelton e os demais treinadores pela voz que remete a artistas clássicos do popular gênero americano. Apesar da idade, Emily Ann se mostrava conhecedora de vertentes como bluegrass e teve uma evolução visível ao longo da competição, principalmente pelo apoio de Shelton — que disse repetidas vezes que ela seria a próxima estrela da country music, ou “a próxima Taylor Swift”.

Com a confirmação da vitória, Jordan Smith levou um prêmio de US$ 100 mil e um contrato de gravação com a Universal Music Group. A décima temporada do reality show começa em fevereiro de 2016.

Veja vídeos da trajetória de Jordan Smith no “The voice”:

The Voice 2015 Blind Audition - Jordan Smith: “Chandelier"

The Voice 2015 Jordan Smith - Semifinals: "Somebody to Love"

The Voice 2015 Jordan Smith - Top 12: "Great is Thy Faithfulness"

The Voice 2015 Knockout - Jordan Smith: "Set Fire to the Rain"

The Voice 2015 Jordan Smith - Live Playoffs: "Halo"

The Voice 2015 Jordan Smith and Usher - Finale: "Without You"

The Voice 2015 Jordan Smith and Adam Levine - Finale: "God Only Knows"

The Voice 2015 Jordan Smith - Finale: "Mary, Did You Know"

Nome de Portinari leva a disputa judicial de quase 30 anos

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portinari_centro-texto.jpgRIO — São quase 30 anos de parceria; e praticamente o mesmo tempo de briga entre a família de um dos mais respeitados pintores do Brasil e uma empresa líder no mercado de azulejos.

Em 1987, os herdeiros de Candido Portinari firmaram um contrato com a Cecrisa, permitindo que a companhia utilizasse, em definitivo, dois modelos de assinatura do artista para uma linha de produtos chamada Cerâmica Portinari. A ideia era associar o nome do pintor, ele próprio com importantes painéis de azulejos em sua carreira, à marca. A Cecrisa, contudo, preferiu criar um novo logotipo, com o nome do artista manuscrito, semelhante a uma assinatura que nunca foi de Portinari. Foi a deixa para o rompimento.

— Quem fez o contato foi o Manoel Dillor de Freitas, proprietário da Cecrisa na época, já falecido. Ele era colecionador de arte e disse que estava interessado em ter uma linha de azulejos com o nome do meu pai — diz João Candido Portinari, filho do pintor. — Nós fizemos um contrato de cessão de direitos do uso do nome na categoria de cerâmicas, mas com a condição de que eles optassem por duas assinaturas com a letra dele, o que nunca fizeram.

Hoje, a Cerâmica Portinari é o principal produto da Cecrisa, tanto que o próprio endereço de site da empresa remete automaticamente ao site da marca. Por outro lado, a associação do nome Portinari a um produto, iniciada justamente em 1987 com os azulejos, se transformou numa fonte de renda importante para o Projeto Portinari, instituição criada por João Candido para cuidar da memória do pai. Perfumes, joias e até um hotel já utilizaram o nome do artista em acordos com a família.

RECURSO NOS STJ

O problema com a Cecrisa, diz João Candido, foi único. Desde os anos 1990, os dois lados travam uma guerra sobre os direitos do uso do nome de Portinari na Justiça e no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), este o órgão federal em que se registram marcas industriais. Depois de uma série de recursos de um ou de outro, o caso foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em setembro, e o resultado foi publicado em outubro: os ministros do STJ decidiram que a Cecrisa não pode utilizar a marca que difere das autorizadas pelo contrato de 1987, mas também que João Candido Portinari não poderia reaver o direito sobre as assinaturas.

Curiosamente, tanto Cecrisa quanto os Portinari consideram ter saído vitoriosos.

— Eles perderam — afirma Virgílio Matias, um dos advogados da família na ação. — Mas o que aconteceu é que, na decisão de segunda instância, nós havíamos vencido tudo, inclusive o direito de reaver as assinaturas cedidas. Isso o STJ modificou.

— É comum que periodicamente seja feita uma modernização de logotipos, e foi isso que a empresa fez tempos atrás. Mas o STJ decidiu que não pode — rebate Gabriel Leonardos, advogado da Cecrisa. — Só que, no todo, a decisão nos é favorável, porque deixa clara a validade do contrato.

O caso, porém, ainda não foi encerrado. Os advogados da família entraram com pedido de embargo de declaração no STJ, alegando que a lei prevê a caducidade de uma marca que não seja utilizada, o que significaria que os Portinari poderiam cancelar a cessão. Mas não há previsão para julgamento desse recurso.

Enquanto isso, outra batalha tem sido travada no INPI. Em 18 de setembro de 1987, com a aprovação da família Portinari, a Cecrisa depositou no instituto as duas marcas com as assinaturas do pintor nas categorias ‘‘materiais de construção e pavimentação em geral’’ e ‘‘pias, peças sanitárias e artigos similares’’. Na mesma data, a Portinari Licensing LTDA, empresa que cuida dos licenciamentos do artista, deu entrada em 28 registros com as assinaturas de Portinari em outras categorias, de artigos para ginástica a tabaco.

Só que, em 1998, a Cecrisa pediu ao INPI o registro da logo ‘‘Cerâmica Portinari’’ com a letra manuscrita diferente da assinatura do artista, justamente a que deu início ao embate. Apenas no último dia 15 de setembro, o instituto resolveu conceder a marca à empresa. Contrária à decisão, a família Portinari entrou com recurso de nulidade no INPI, ainda sem data para ser avaliado.

NOVO LOGOTIPO NO SITE

A Portinari Licensing, por sua vez, depositou no INPI, em janeiro de 2004, as duas assinaturas originais na categoria ‘‘materiais de construção’’. Em ambos os casos, as decisões finais foram adiadas à espera do resultado do processo judicial. A Cecrisa, contudo, alegou na Justiça que a ação dos Portinari constituiu ‘‘má-fé ao tentar reaver o que validamente havia vendido’’.

— A família nunca entrou em juízo para revogar o contrato, mas, quando entrou no INPI para pedidos idênticos de cerâmica, é óbvio que estava tentando recuperar a marca. Parece evidente que o João Candido se arrependeu da venda — diz Gabriel Leonardos. — Agora, como já há uma decisão no STJ, não importa o que o INPI decida. O instituto vai se adaptar ao que foi dito pelo tribunal.

Até esta quarta-feira o site da Cecrisa trazia ao lado esquerdo um quarto logotipo ‘‘Cerâmica Portinari’’, com uma fonte digital em letra de fôrma. Atualmente é esse o uso mais comum da linha de azulejos em catálogos e mostruários, o que, para os advogados dos herdeiros do artista, vai de encontro à decisão do STJ.

— Eles não têm direito a um nome, têm direito a um desenho com a assinatura do Portinari. Essa marca que está no site, portanto, é uma violação — acusa Virgílio Matias.

O advogado da Cecrisa rebate, dizendo que a decisão do STJ não estipula normas para o uso, apenas negou que a Cecrisa seja proprietária do nome:

— Na nossa visão, o João Candido deveria estar muito feliz de o “Portinari” ser usado como um nome fantasia, e a empresa não utilizar a assinatura do pintor em padronagens que não foram feitas por ele. A meu ver, o João Candido é um homem maravilhoso, mas hoje há muita emoção envolvida, creio que decorrente de uma falha de comunicação com antigas diretorias da Cecrisa. No futuro, imagino que os dois lados voltarão a conversar.

Com 5 mil obras catalogadas, Candido Portinari morreu em 1962, já consagrado como um dos maiores pintores do país. Entre seus trabalhos de azulejos estão os murais do Palácio Gustavo Capanema, no Rio, e da Igreja de São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte.

— Eles jamais nem propuseram usar imagens do Portinari em suas cerâmicas. Só quiseram o nome para ganhar dinheiro — diz João Candido Portinari.


Moradores de rua de SP expõem sua visão da cidade

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foto1.jpgSÃO PAULO. Há cinco anos morando em São Paulo, em sua maioria nas ruas, o baiano Diogo Viroli, de 35, tenta sempre achar na cidade traços que lembrem sua terra natal. Na primeira oportunidade que teve de segurar uma máquina fotográfica, eternizou a imagem do que teria sido sua feliz infância na terra de Jorge Amado. Hoje, o clique de dois meninos brincando com um cachorro, pintados no muro de uma casa, faz parte do calendário Minha São Paulo, produzido por uma ONG internacional, e que ainda rendeu ao artista prêmio de R$ 100.

Acostumada a realizar trabalhos com população de rua através da música, a ONG inglesa Streetwise Opera queria atuar por aqui. Em 2012, durante as Olimpíadas de Londres, ela levou 300 artistas para participar da abertura do evento e pensou em promover algo parecido no país-sede dos Jogos de 2016. Os ingleses então procuraram a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e algumas ONGs para se pensar no que poderia ser realizado. Após inúmeras conversas e um intercâmbio feito na Inglaterra, chegou-se à ideia de distribuir 100 câmeras fotográficas descartáveis para moradores de rua e, com as imagens, produzir um calendário. O material foi enviado pela ONG inglesa Café Art, que fez o mesmo trabalho em outros países.

E escolha dos novos fotógrafos foi feita com ajuda de centros de acolhida, que já realizam diversas ações com essa população. A ideia era transmitir como eles enxergam as ruas. Todos foram orientados a não fotografar cartões postais, para não caírem no lugar comum. Em três dias, quase cinco mil fotografias foram produzidas. Uma comissão escolheu 20 finalistas, que receberam R$ 100 pela participação no projeto. As imagens deles foram expostas na entrada da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, para que o público apontasse as 13 imagens preferidas. Feita a escolha, elas foram parar no calendário Minha São Paulo, que está sendo comercializado por R$ 25, no site do Cafe Art. A renda deverá servir para projetos artísticos com a população de rua de São Paulo em 2016.

- Nunca peguei numa máquina fotográfica. Muito menos tive um trabalho exposto. Mas nem foi tão difícil. Consegui focar legal. Estou maravilhado - celebra Diogo, que agora está num curso de fotografia realizado no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) Pop Bela Vista, na região central. Sua foto estampa o mês de fevereiro do anuário.

Eagles of Death Metal anuncia turnê com passagem por Paris e pelo Brasil

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EODM.jpgRIO — O Eagles of Death Metal voltará a Paris no dia 16 de fevereiro. A banda americana anunciou nesta quarta-feira uma turnê mundial que inclui a capital francesa, onde aconteceram os ataques terroristas do dia 13 de novembro, e também a cidade de São Paulo.

Depois do ataque ao Bataclan, o Eagles of Death Metal voltou a Paris no início do mês para uma participação especial no show do U2, mas o show de fevereiro será a primeira apresentação completa da banda na cidade desde então. U2 e Eagles of Death Metal

O show será no Olympia e quem estava no Bataclan no dia dos atentados receberá ingressos gratuitos para a nova apresentação do grupo. No dia 13 de novembro, o EODM estava no palco da casa de shows quando terroristas entraram no local e mataram 80 pessoas.

O líder da banda, Jesse Hughes, afirmou que nunca foi uma opção deles deixar o show de Paris inacapado: “Estamos ansiosos para voltar em fevereiro e continuar nossa missão de levar o rock para o mundo”.

A turnê do Eagles of Death Metal começa dia 13 de fevereiro em Estocolmo. Os integrantes passam ainda por países como a Noruega, Bélgica, Espanha, Portugal, Argentina e Chile.

No Brasil, o grupo vai se apresentar no Lollapalooza, no dia 12 de março. O line-up do festival conta ainda com Eminem, Florence and The Machine, Jack Ü, projeto de Skrillex & Diplo, e Mumford & Sons.

Broadway ganha seu 41º teatro com a reabertura do Hudson Theatre

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Hudson_Theatre_NYC_2003.jpgNOVA YORK — A Broadway em breve terá seu 41º teatro em funcionamento. O Ambassador Theatre Group, grupo proprietário de uma larga rede de teatros no Reino Unido, afirmou na última quarta-feira que vai reabrir em Nova York, já para a temporada de 2016/2017, o Hudson Theatre. O antigo espaço da Broadway atualmente era de propriedade da Millennium Hotels and Resorts e funcionava como um elegante espaço para eventos sociais.

Este é o segundo teatro da Broadway comandado pela Ambassador Theatre Group, que comprou o Lyric Theatre em 2013. A companhia, cofundada por Howard Panter e Rosemary Squire, detém 46 espaços voltados para as artes na Grã-Betanha, Estados Unidos e Austrália. Em nota, o grupo afirmou que pretende gastar milhões para “trazer novamente ao local a antiga glória de um teatro da Broadway. Vai receber melhorias significativas para melhor servir os clientes, incluindo novos assentos”.

Ao todo serão mil cadeiras, o que tornará o Hudson um dos mais pequenos teatros da Broadway, mas acima da exigência de 500 assentos. Localizado ao lado da Times Square, o espaço foi inaugurado em 1903 com uma produção de “Cousin Kate”, estrelado por Ethel Barrymore. O Hudson foi construído pelo produtor Henry B. Harris, que morreu a bordo do Titanic, aos 45 anos. Mudando de mão muitas vezes, o espaço chegou a ser um estúdio de rádio da CBS, onde ocorreu a primeira transmissão nacional do programa “The Tonight Show”, estrelado por Steve Allen. O teatro se tornou uma casa para exibição de filmes em 1968.

Museu do Prado vence batalha judicial e evita perder quatro pinturas da coleção

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The_Garden_of_Earthly_Delights_by_Bosch_High_Resolution.jpgMADRI - O Museu do Prado resolveu, nesta quarta-feira, uma longa batalha com o Museu da Coleção Real, fundado recentemente pela realeza espanhola em Madri. A disputa se concentrava nos direitos das pinturas mais famosas da coleção, como dois quadros de Hieronymus Bosch, um deles “O jardim das delícias terrenas”; um de Tintoretto; e uma tela do século XV, pintada por Rogier van der Weyden, que representa a descida de Cristo da cruz.

No acordo, assinado no Palácio Real na capital, os líderes do Prado e do Patrimonio Nacional, agência que administra todos os bens da realeza, concordaram que as quatro pinturas mais famosas do museu, inaugurado em 1819, irão permanecer por lá. Ficou acertado também que as duas instituições irão cooperar no futuro.

“A paz reina. Nada é mais forte que isso. Você pode dizer que é como um caso amoroso”, decretou José Pedro Pérez-Llorca, do conselho do Prado.

A disputa data de 2014, quando o Museu da Coleção Real reinvindicou a posse das pinturas. O pedido foi feito por José Rodríguez-Spiteri, ex-diplomata e presidente do Patrimonio Nacional.

As pinturas, que estão entre as mais importantes do Prado, foram transferidas há cerca de 80 anos do monastério real de San Lorenzo de El Escorial. A mudança foi feita por razões de segurança durante a Guerra Civil Espanhola.

A agência que administra os bens da realeza as pediu de volta para exibí-las no novo museu, que ainda não foi inaugurado. A estratégia de funcionários do Prado, que bloquearam o plano, deu certo e Rodríguez-Spiteri pediu demissão recenemente.

Pérez-Llorca, presidente do Prado, afirmou que a chave para a resolução da querela foi a nomeação de um novo diretor para o Patrimonio Nacional, Alfredo Pérez de Armiñan. Ele também disse que as duas instituições já discutem novos projetos e devem cooperar e organizar mostras internacionais da arte espanhola.

Museu do Prado vence batalha judicial e evita perder quatro obras-primas

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MADRI - O Museu do Prado venceu, nesta quarta-feira, uma batalha na Justiça contra o futuro Museu da Coleção Real, fque será inaugurado pela realeza espanhola este ano. A disputa se concentrava nos direitos sobre algumas das pinturas mais famosas da coleção: “O jardim das delícias terrenas” e "Os sete pecados capitais, de Hieronymus Bosch (1450-1516); "O lavatório de pés", de Tintoretto (1518-1594); e o painel "A deposição da cruz", de Rogier van der Weyden (1400-1464).

No acordo, assinado no Palácio Real na capital, os líderes do Prado e do Patrimônio Nacional, agência que administra todos os bens da realeza, concordaram que as quatro pinturas mais famosas do museu, inaugurado em 1819, irão permanecer por lá. Ficou acertado também que as duas instituições irão cooperar no futuro.

“A paz reina. Nada é mais forte que isso. Você pode dizer que é como um caso amoroso”, decretou José Pedro Pérez-Llorca, do conselho do Prado.

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A disputa data de 2014, quando o Museu da Coleção Real reinvidicou a posse das pinturas. O pedido foi feito por José Rodríguez-Spiteri, ex-diplomata e presidente do Patrimonio Nacional.

As pinturas, que estão entre as mais importantes do Prado, foram transferidas há cerca de 80 anos do monastério real de San Lorenzo de El Escorial. A mudança foi feita por razões de segurança durante a Guerra Civil Espanhola.

A agência que administra os bens da realeza as pediu de volta para exibí-las no novo museu, que ainda não foi inaugurado. A estratégia de funcionários do Prado, que bloquearam o plano, deu certo e Rodríguez-Spiteri pediu demissão recenemente.

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Pérez-Llorca, presidente do Prado, afirmou que a chave para a resolução da querela foi a nomeação de um novo diretor para o Patrimônio Nacional, Alfredo Pérez de Armiñan. Ele também disse que as duas instituições já discutem novos projetos e devem cooperar e organizar mostras internacionais da arte espanhola.

Ex-diretor do Municipal de SP é investigado por corrupção

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SÃO PAULO - Uma operação conjunta formada pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), e a Controladoria-Geral do Município (CGM) cumpriu na manhã desta quinta-feira mandados de busca e apreensão em quatro locais relacionados ao ex-diretor da Fundação Theatro Municipal José Luiz Herencia. Ele é suspeito de participação em um esquema de desvio de verbas públicas e recebimento de propina na Prefeitura de São Paulo, que estima em cerca de R$ 20 milhões os prejuízos aos cofres públicos. A força tarefa teve o apoio da 4ª Delegacia Sobre Crimes de Lavagem de Dinheiro.

Investigações do Gedec indicaram que Herencia, por meio da Fundação, firmou contratos superfaturados para produção de espetáculos musicais e de teatro, tendo recebido “propina” por meio da conta bancária de sua mãe, bem como de contas próprias e de empresas controladas por ele. Essas empresas teriam movimentado cerca de R$ 3 milhões no período de seis meses, durante o ano de 2014.

Herencia assumiu o cargo de diretor geral da Fundação Theatro Municipal de São Paulo em 2013 e pediu exoneração em novembro, alegando divergências com o diretor artístico, John Neschling. Este mês, assumiu o posto o advogado Paulo Dallari.

Segundo Artur Pinto de Lemos Júnior, promotor de Justiça do MPSP, foram encontrados durante a operação documentos novos que comprovam esquema de corrupção, contratos administrativos da Prefeitura Municipal e documentos correspondentes ao patrimônio conquistado por Herencia.

— Estamos trabalhando para desvendar a extensão da teia criminosa que foi instalada na Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Inclusive, temos nomes de outras pessoas que fariam parte do esquema de corrupção e de empresas que pagariam propina em troca de serem beneficiados em contratos públicos — disse Lemos Júnior em entrevista ao GLOBO.

O promotor informa que a investigação vai prosseguir para apurar também indícios de corrupção durante sua gestão de Herencia como Secretário de Políticas Culturais no Ministério da Cultura, nos anos de 2009 e 2010, e como presidente da Associação Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Na Cidade Tiradentes, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que, após a demissão de Herencia da direção do Teatro Municipal, solicitou uma investigação nas contas da entidade.

— (A operação) Passa a limpo tudo o que aconteceu. Nós não vamos tolerar, como nunca toleramos, o desvio de um centavo sequer — disse Haddad, por meio de nota emitida pela assessoria da prefeitura

A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Theatro Municipal de São Paulo informaram por meio de nota que estão colaborando com o MPSP e a CGM e não se pronunciarão para não prejudicar as investigações em andamento.

Domício Proença Filho toma posse na ABL: 'Somos a diretoria da crise'

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201512172012140509.jpgRIO — A nova diretoria da Academia Brasileira de Letras (ABL) tomou posse na noite desta quinta-feira. Em cerimônia realizada no Petit Trianon, Domício Proença Filho, de 79 anos, assumiu a presidência da instituição. No seu discurso, o escritor e professor carioca, que ocupa a cadeira 28 desde 2006, fez referência à crise que atinge o Brasil.

— Os tempos são ásperos, sabemos todos — disse. — Estamos cientes e conscientes da grave crise econômica literal e etimologicamente vivida pelo país. Somos a diretoria da crise. Árduo será o percurso.

Em uma fala veemente, ele prometeu envolver a ABL na luta pela "afirmação da identidade cultural da etnia negra" e na batalha contra o racismo. Evocando nomes como o do abolicionista Joaquim Nabuco, ele afirmou:

— Nessa direção, indicia a assunção pela Academia, da tomada de posição para além dos estereótipos e do preconceito étnico ou epidérmico, nesse espaço ainda vigente no comportamento de muitos, veladamente; explicitamente; agressivamente; envergonhadamente; vergonhosamente.

Proença Filho sucede o pernambucano Geraldo Holanda Cavalcanti, que termina o segundo mandato. Secretário-geral da antiga gestão, o novo presidente foi o responsável iniciar a cerimônia, que teve presença da secretaria de estado de cultura Eva Doris Rosental e do secretário municipal de cultura Marcelo Calero. No primeiro discurso, o acadêmico fez, durante cerca de 30 minutos, um balanço da administração passada.

Em sua despedida, Cavalcanti fez agradecimentos e desfiou aplaudidos elogios ao novo presidente, que foi indicado por ele. Por fim, reconheceu as dificuldades que devem ser enfrentadas pelo sucessor:

— A Academia tem que atender a esses desafios com imaginação e celeridade.

Depois, já empossado, Proença Filho saudou os outros integrantes da diretoria. A chapa única, que venceu por unanimidade as eleições realizadas em 3 de dezembro, é formada pela primeira vez na história por duas ex-presidentes: Ana Maria Machado e Nélida Piñon. Dois ex-secretários completam a lista: Marco Lucchesi e Merval Pereira.

— Agradeço fundamente o alto privilégio da inédita votação por unanimidade com que fomos privilegiados. A distinção superlativa a nossa responsabilidade — disse ele, que participou de administr.

Diante dos colegas, como o poeta Ferreira Gullar e o jornalista Zuenir Ventura, Proença Filho se comprometeu a zelar pela língua e pela literatura durante o seu ano de mandato. Ele e sinalizou que a ABL vai dirigir "sua atuação para outras manifestações da cultura". Segundo ele, a casa estará em permanente diálogo com a atualidade:

— Parodiando e ampliando Machado de Assis, nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos e os pós-modernos: com os haveres de uns e de outros é que se constrói o patrimônio cultural do país.


Sean Penn vai estrelar minissérie da HBO sobre Andrew Jackson

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2015 871942406-201512051054511941_AP.jpg_20151205.jpgRIO — O ator Sean Penn, vencedor de duas estatuetas do Oscar, vai viver o advogado e político Andrew Johnson, sétimo presidente dos Estados Unidos, em uma minissérie da HBO, que será escrita por Doug Miro e Carlo Bernard, criadores de “Narcos”, da Netflix.

Com um total de seis horas de duração, a série será uma adaptação da biografia “American lion: Andrew Jackson in the White House”, escrita por Jon Meacham e vencedora do Prêmio Pulitzer. A trama é centrada na história do ex-presidente, que virou órfão por conta dos britânicos e é considerado um guerreiro violento, um general amado e o primeiro “Presidente do povo” do país. Em seu mandato, Jackson lutou contra um Congresso intratável e interesses especiais para preservar a União a todo custo — deixando uma legado profundamente controverso.

Além de protagonista, Penn também será o produtor executivo da minissérie, que foi apresentado ao estúdio Lionsgate e à HBO por Matt Jacobson, diretor do Facebook. Ele também será um dos produtores executivos, junto com Miro e Bernard. Meacham será um dos consultores do projeto, cuja produção deve ser iniciada em 2016.

As informações são do “Hollywood Reporter”.

'Que horas ela volta?' está fora da disputa do Oscar

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RIO - "Que horas ela volta?", com Regina Casé, dirigido por Anna Muylaert, ficou de fora da disputa pelo Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Nove longas avançaram para a próxima rodada de votação. Oitenta filmes haviam sido considerados na categoria. Os filmes selecionados, listados em ordem alfabética por país, são os seguintes:

Bélgica: "The brand new testament", dirigido por Jaco Van Dormael

Colômbia: "Embrace of the serpent", dirigido por Ciro Guerra

Dinamarca: "A war", dirigido por Tobias Lindholm

Finlândia: "The fencer", dirigido por Klaus Haro

França: "Mustang", dirigido por Deniz Gamze Ergüven

Alemanha: "Labyrinth of lies", dirigido por Giulio Ricciarelli

Hungria: "Son of Saul", dirigido por László Nemes

Irlanda: "Viva", dirigido por Paddy Breathnach

Jordânia: "Theeb", dirigido por Naji Abu Nowar

A lista final com os indicados será anunciada em 14 de janeiro.

'Labirinto de mentiras' narra a origem dos julgamentos de Auschwitz

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04_key_visual_copyright_heike_ullrich_small.jpgRIO — Há cinco anos, o ator teuto-italiano Giulio Ricciarelli, conhecido por seu trabalho na TV alemã, descobriu a história de Fritz Bauer, juiz responsável por aceitar as denúncias que resultaram nos Julgamentos de Frankfurt, levando ao banco dos réus ex-membros da SS atuantes no campo de concentração de Auschwitz, onde cerca de 1 milhão de pessoas foram mortas durante o Holocausto. Assim nasceu o embrião de “Labirinto de mentiras”, primeiro longa do diretor e última aparição do ator Gert Voss, morto em 2014, nas telas (como o juiz Bauer).Crítica: 'Labirinto de mentiras'

No filme, que se tornou a aposta alemã para o Oscar de filme estrangeiro, o promotor fictício Johann Radmann (Alexander Fehling, de “Bastardos inglórios”) decide iniciar uma investigação quando começa a descobrir atrocidades cometidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

— Até o fim da década de 1950, a maioria das pessoas não tinha ideia do que acontecera. Havia uma cultura do silêncio — afirma Ricciarelli, de 50 anos, em entrevista ao GLOBO por telefone.

E lembra o complô para proteger antigos nazistas:

— Havia uma conspiração. A polícia alemã não colaborou com as autoridades suíças quando tentaram capturar o Josef Mengele (médico da SS conhecido como “O anjo da morte”), por exemplo. O governo sabia do paradeiro dele e de Eichmann — diz o realizador, citando o oficial responsável pela logística da Endlösung, a “Solução final”, eufemismo do regime de Hitler para o extermínio dos judeus.

Apesar de o fio condutor da trama ser um personagem inventado, a obra trabalha com fatos e pessoas reais, como o jornalista Thomas Gnielka, que diz ao jovem advogado: “É uma vergonha um promotor da Alemanha não saber sobre Auschwitz, o maior crime da Humanidade”. trailer de 'Labirinto de mentiras

— É um tema tão delicado que preferimos deixar claro o que era histórico e o que era viagem emocional do Radmann, que é inspirado em promotores verdadeiros — explica o cineasta.

Além das barreiras oficiais, o idealismo do promotor bate nos fantasmas que o cercam, as pessoas comuns que poderiam ter sido criminosas de guerra. Seriam todos assassinos?

— Após o conflito, os alemães tiveram que encarar os crimes de seus pais, seus avós, seu próprio país. A Alemanha do pós-guerra foi moldada pelos acontecimentos atrozes do período — diz Ricciarelli.

Segundo o diretor, os julgamentos de Frankfurt e de Eichmann foram cruciais para construir a Alemanha de hoje:

— O país tomou uma decisão consciente de lidar com sua História. Atualmente, todos os estudantes visitam os campos e estudam o Holocausto. (O filósofo alemão) Adorno afirmou que não se podia mais escrever poemas depois de Auschwitz. Fiz o filme para que a memória siga viva. É necessário reconhecer o horror, mas não há redenção. Seguimos perplexos. Como algo assim pôde acontecer?

Artigo: ‘Goldberg’, para escutar o silêncio e aniquilar o pensamento

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music_goldberg_adv06_2.jpgNOVA YORK — O tão esperado espetáculo “Goldberg”, do pianista Igor Levit e da artista Marina Abramovic, está em cartaz no Park Avenue Armory, em Nova York, até amanhã. O projeto é o último trabalho de Alex Poots na direção artística da instituição, posição atualmente ocupada por Pierre Audi. Em “Goldberg”, a interdisciplinaridade jamais foi vista de forma tão radical e convincente.

Desde o princípio não estava claro a quem “Goldberg” se destinava, se aos fãs de música erudita ou aos de Abramovic. Para Poots, o abismo entre os dois públicos foi motivo de inquietação, apesar de seu extenso currículo. Ele fundou o Festival de Manchester, além de ter sido diretor artístico do Armory e agora estar envolvido na construção da grandiosa New York Culture Shed. Os ingressos, que no começo pareciam encalhados, evaporaram repentinamente na última semana de venda.

Abramovic estava obcecada com essa ideia há muitos anos. Tinha o desejo de ensinar as pessoas a escutarem música, mas, para isso, seria necessário testar o método previamente. Foi isso que fez ao longo dos anos entre a exposição, no MoMA, “The artist is present” (2012) — na qual olhou nos olhos de milhares de pessoas — e sua situação atual, em que o artista está praticamente num estado de sítio. Hoje há um movimento no Facebook pela aposentadoria dela (o “Marina Abramovic Retirement Fund”) e abundam memes combinando o olhar mágico de Marina com os dizeres “Dor de cabeça? Tome paracetamol!”. Na comunidade artística, Abramovic é abertamente hostilizada por ser amiga de Lady Gaga, aparecer em clipes de Jay Z e, sobretudo, porque, aos 69 anos, quando perguntam “como vai?” responde “tudo na mesma, trabalho e sexo, sexo e trabalho”.

Foi aí que, um ano atrás, surgiu o pianista Igor Levit. Com apenas 28 anos, ele já foi nomeado “o melhor pianista do século” pelo “New York Times” e sabe de cor as “Variações Goldberg” de Bach. Embora tenha ido morar na Alemanha com apenas 8 anos de idade, onde estudou com Karl-Heinz Kämmerling e Matti Raekallio e onde foi descoberto por Poots, Levit, é claro, nasceu na Rússia. “Em que outro lugar poderia ter nascido um maluco desses?”, Abramovic me perguntou na estreia, enquanto limpava as lágrimas do pianista com uma mão e, com a outra, abraçava Urs Schönebaum, responsável pela criação da iluminação maravilhosa do espetáculo.

O segredo do deslumbrante triunfo de Goldberg vem da descoberta do ciclo divino e círculo vicioso que existe na obra de Bach; talvez o próprio compositor tenha deixado subentendido que as variações não começam nem terminam em nenhum lugar específico, mas constituem uma obra cíclica. Ao entrar no saguão, o público guarda todos os seus pertences pessoais em um armário, como o de um parque aquático: telefones, relógios e a vaidade de todas as coisas mundanas. Fones antirruído são distribuídos e todos são guiados ao vazio gótico do Armory. Milhares de espreguiçadeiras estão posicionadas ao redor de um pequeno palco redondo que fica no centro da sala, onde está o jovem Levit e um piano de cauda. Quatro quadrados de uma brilhante luz branca resplandecem pelo perímetro da sala. As pessoas colocam os fones e então toca o gongo. Este é o Método Abramovic: escutar o silêncio e aniquilar o pensamento. Esse método de pensamento não é novo, mas é especialmente belo diante de Bach, e seria horrível colocá-lo lado a lado com o WhatsApp ou o Instagram.

Depois de longos minutos, não se sabe quantos, o gongo soa novamente. É hora de tirar os fones. Os quadrados se extinguem e um deslumbrante fio branco é ofuscantemente aceso, enquadrando todo o perímetro dos muros do Armory. Um fio idêntico, porém mais curto, ilumina a tampa do piano por baixo, para que Levit possa enxergar suas mãos. O que se segue são alucinações. À primeira vista, poderíamos pensar que, após cada variação, Levit pula de piano em piano. Poderíamos pensar que há três pianos. Não. Trata-se de uma simples rotação do palco, tão lenta quanto o fluir da música de Bach, quanto o esvoaçar de Levit que paira sobre o xadrez branco e preto do piano e, como uma nuvem de gafanhotos, dá xeque-mate em tudo o que já foi dito sobre as “Variações Goldberg” antes dele, arrancando a tampa de seu piano e lançando-a ao Central Park.

Apesar das paredes finas, não se escuta mais o zumbido dos ônibus e táxis. Escuta-se somente Levit, cujas mãos são aquelas das bruxas de Goya, agarrando o ar com seus dedos finos, como mãos de mãos. O palco gira mais e mais devagar, ralentando. Aos poucos e muito lentamente, o fio branco que enquadra o Armory se apaga — tão lentamente que isso só fica evidente quando o palco dá uma volta inteira e o círculo das variações se fecha.

O palco para. O fio se derrete no escuro. Levit chora. O público se levanta, se chacoalhando em aplausos. Nesse momento, torna-se audível o som apocalíptico de uma freada de trem: uma nova era é chegada.

* Fyodor Pavlov-Andreevich é artista performático russo-brasileiro

Mauricio Farias analisa caminhos do humor e defende ética na graça

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MauricioFarias.jpgRIO - Na frente das câmeras, Maurício Farias pode não ser tão popular para o grande público quanto Marcelo Adnet ou Fábio Porchat, mas ele tem grande parcela de crédito pelo prestígio deles e de tantos outros. Aos 55 anos, Farias, além de filho do cineasta Roberto Farias e sobrinho do ator Reginaldo Faria (o S no sobrenome de Roberto foi acrescentado por erro do cartório), é também o cara por trás de humorísticos de sucesso da Globo como “Tapas & beijos” e “A grande família”, para citar os mais recentes. Atualmente, comanda o novo “Zorra”, o “Tá no ar: A TV na TV”, que volta para a terceira temporada em janeiro, e “Mister Brau”, cuja primeira leva de episódios termina no próximo dia 29, com previsão de volta para o primeiro semestre de 2016. Ainda em janeiro, estreia o longa “Vai que dá certo 2”, e sua cabeça já fervilha com projetos para o ano que vem, como explica na entrevista a seguir.

Do que as pessoas riem na TV?

De muitas coisas. Da performance de um artista, por exemplo. Elas gostam de rir de si mesmas, o que mostra que é válido encarar as questões e dificuldades com uma certa graça. Todo mundo que alcança uma maturidade descobre que se levar menos a sério deixa a vida melhor. Por último, acho que as pessoas gostam de rir das coisas do mundo. É bom rir do que somos, do que fazemos.

Enquanto canais como o Multishow apostam em um humor mais escrachado, a Globo vai na contramão, com o novo “Zorra”. Por quê?

Lista: Maurício Farias e sua família de artistasPosso falar do meu caminho no humor. Venho da dramaturgia, fiz novela, cinema, série. E quando comecei a trabalhar com o humor, nos anos 2000, comecei por “A grande família”. Tenho essa procura pela dramaturgia com humor, comédias com histórias são algo que persigo na carreira. Quando eu e Marcius (Melhem) fomos chamados para o “Zorra”, queríamos outros caminhos, novos ou antigos, que não estavam sendo vistos. Fomos atrás do que achávamos legal. Procuramos elementos em “Faça humor, não faça guerra” (1970), “Satiricom” (1973) “Viva o gordo” (1981). Olhamos programas americanos das décadas de 1950, 1960, humorísticos ingleses, canadenses. Não só coisas de que a gente gostava. O “Zorra” é o resultado dessa reflexão.

Qual é o limite para um humor inteligente, mas que não seja rebuscado demais?

Existe sempre uma preocupação do autor, do narrador, do realizador. É uma condição básica da TV: precisamos fazer programas de grande audiência, e a meta, portanto, é falar com o grande público. A graça é universal, eu acho. Claro que existem graças que estão ligadas a culturas, só que quando se torna muito específico para um certo grupo, fica difícil que os outros entendam, e isso é algo a ser evitado. É uma regra de que a piada tem que estar despida de qualquer elemento, não pode depender de uma estrutura que poucos saibam. Mas, ao mesmo tempo, nossa função não é a de não provocar o espectador na sua inteligência. Temos que puxar, e, ao trazer informações relevantes, dar um passo à frente. Esse é o ideal.

O “Zorra” e o “Tá no ar” são feitos por você e pelo Melhem e, portanto, têm um tipo de humor semelhante. Como diferenciá-los?

Estamos sempre ligados para que não fiquem parecidos. Mas, sim, tem algo que permeia esse tipo de humor que a gente faz. O “Tá no ar" fala da TV, do que está nela. Ele mistura gêneros e faz algo que não necessariamente estaria na grade, mas você entende os gêneros que estão sendo misturados, e que eles têm origem na TV. O “Zorra” é um programa de esquetes, mais livre, em certo sentido. O esquete puro e simples, sem esse guarda-chuva que é a TV. Ali, o que o alimenta é a vida, o cotidiano. Tiramos do programa qualquer referência feita à grade, para que não fiquem parecidos.

Como fazer humor sem ofender?

Acho que o artista é responsável por sua obra. Quando você se propõe a falar com muita gente e quer ser escutado, há de se ter noção. A comédia é usada para atacar ou criticar, não acho errado. Mas existe uma ética aí para que você não passe do crítico ao criticado.

Um dos quadros mais populares do “Tá no ar” é aquele em que o personagem do Adnet faz críticas à TV Globo. Por quê?

A Globo, como grande empresa, e com tantos artistas dentro com expressões diferentes, é plural. Mas é recebida como uma voz só, como se tudo fosse fruto de um determinado pensamento, de uma teoria da conspiração. Uma forma simplista de classificar uma empresa desse tamanho. Aquele quadro é uma maneira de a gente falar da gente mesmo com humor, quebrar o silêncio sobre esses assuntos e colocá-los de forma bem-humorada. Ao mesmo tempo, é bom provocar a Globo, que muitas vezes não responde e deixa esse vazio no espectador. Não só fazer o público pensar sobre a Globo, mas fazer a gente pensar sobre ela.

E “Mister Brau”, o senhor acha que faz o público refletir sobre racismo?

O programa é sobre duas pessoas que ascenderam financeiramente, que representam uma faixa grande da nossa sociedade que está dentro das camadas mais baixas. Por trás dessa questão existem o racismo e o preconceito sempre permeando essas relações na sociedade brasileira. A gente não quer falar de pessoas pela cor ou raça, mas pelas condições. Nossa discussão não é essa, porque a gente acredita que a forma de combater o racismo é outra, é inserindo todo mundo na sociedade de maneira igual. Ressaltamos os valores que Brau (Lázaro Ramos) e Michele (Taís Araújo) têm acima de tudo, é a forma de transgredir e chegar ao ponto: não importa como você é na aparência, mas o que você faz.

Vaiquedacerto.jpgComo diretor de humorísticos, como o senhor sabe qual a medida certa da cena?

É um desafio. Os grandes artistas, em qualquer área, estão sempre olhando à frente deles próprios, uma maneira instigante de trabalhar. Muitas vezes o diretor não enxerga o que está sendo proposto, às vezes discorda, e é aí que a inteligência se faz necessária. Para que você não esteja atrapalhando em vez de ajudar. Para que seu senso crítico não iniba a arte do outro, afinal o diretor é capaz de interromper um processo. Após 15 anos no gênero, aprendi que às vezes, na cena, você não acha tão bom porque está pressionado pelo trabalho, mas tem que aprender a separar as coisas.

Como o improviso entra em seu método de trabalho?

Como disse, faço comédia há 15 anos. As pessoas, numa cena, falam: “Nossa, como fulano está engraçado. Isso foi um caco?”. Isso faz parte de uma ingenuidade com relação ao processo. Porque eu acho que a graça está condicionada a um sentimento do que é espontâneo. Existe um certo tipo de humor que trabalha isso, mas, nos trabalhos que eu faço, tudo o que é visto na cena veio de um texto estudado, de uma discussão, de muitos ensaios. O processo não é resultado de um primeiro momento, entende, mas de um trabalho extenso. Pode até ser que haja uma colaboração. Mas não acho que o improviso será mais eficiente que meses de ensaio.

Como um programa de sucesso como “Tapas” ou “A grande família” chega ao fim?

Os programas têm um tempo para existir. E é a soma de dois fatores: a felicidade interna e o que aquela atração ainda produz de conteúdo interessante. Essa visão é difícil, pois cada projeto exige dinheiro, estrutura, espaço na grade. Eu não posso dizer que estou de saco cheio do “Zorra”, a Globo vai pirar (risos). Para tirar um programa do ar é um acordo gigante. Então, temos que antever o tempo de parar. E esse tempo é quase dois anos antes, o que obriga você a pensar num futuro que não está vivendo. O famoso “tem que parar no auge”. Você tem que perceber dois anos antes o momento em que deixa de ser auge para se tornar decadência. É uma aposta difícil. Mas temos que saber parar.

E, no meio de tudo, você ainda dirigiu o “Vai que dá certo 2”. Como se organizou?

Trailer Vai que dá certoFoi uma loucura (risos). O ano profissional mais difícil da minha vida. Fiz quatro programas e um filme ao mesmo tempo. Uma experiência que eu não quero nunca mais repetir na vida. Sinceramente, não sei como consegui ficar bem, acho até que consegui manter a calma. Mas temos limites, e muitos deles foram testados. Passei por uma quantidade de trabalho que me tirou um tempo precioso, mas acho que me virei bem.

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