RIO — Três meses depois de lançar “Hit n run: Phase one”, o cantor e compositor Prince rapidamente deu o próximo passo com a aparição surpresa do “Phase two”. Com 12 faixas, o novo álbum do americano foi lançado no Tidal, sábado, sem qualquer tipo de aviso prévio. Usuários da plataforma já podem conferir “Hit n run: Phase two”, e Prince vem encorajando os fãs que não usam o serviço de Jay-Z a comprar uma cópia digital do novo trabalho (também pelo Tidal).

O álbum conta com faixas que já tinham sido lançadas em formato de single (“Baltimore”, “Stare”, “RockNRoll love affair” e “Screwdriver”) e músicas que vinham sendo apresentadas nos shows de Prince, mas que não tiverem lançamento comercial, como “Revelation”, “When she comes” e “Black muse”. Prince - Baltimore (feat. Eryn Allen Kane)

“Depois de uma reunião, era óbvio que Jay Z e a equipe que ele formou no Tidal reconhecem e aplaudem o esforço que músicos de verdade botam em seus trabalhos para atingir o melhor que podem nesse momento crucial da indústria musical”, disse Prince em um comunicado oficial. "Phase one" também tinha sido lançado com exclusividade no Tidal.

Segundo o músico, “Hit n run: Phase two” foi completamente gravado de maneira analógica em um período de mais de quatro anos, adicionando músicas gradativamente até atingir “a sequência perfeita e certa para o lançamento”.

Com 8,5 metros de altura, pesando 7 toneladas, fundida em aço e nas cores vermelho (parte externa) e prata (parte interna), a escultura instalada na madrugada de domingo para segunda-feira em frente ao número 1.111 da avenida Paulista, entre as ruas Pamplona e Campinas, em São Paulo, é a realização de um dos últimos projetos da artista plástica Tomie Ohtake (1913-2014). Com 35 obras públicas de grande porte espalhadas pelo mundo, Tomie expressou, há dois anos, o desejo de ocupar um espaço na via mais emblemática da capital paulista.

— Em 2013, durante a inauguração de uma obra da Tomie no Paço Municipal de Santo André, no ABC paulista, perguntaram à Tomie onde mais gostaria de ter uma obra e ela respondeu na hora: "Avenida Paulista". Não sei onde isso foi publicado, não lembro se era um jornal ou se foi uma entrevista à TV — disse o arquiteto Ricardo Ohtake, filho da artista que morreu em fevereiro, aos 101 anos.

Na época, a Associação Paulista Viva, organização sem fins lucrativos que trabalha pela preservação e valorização da região, se prontificou a levar o projeto adiante. Tomie deixou um projeto completo, com croqui, indicações e uma maquete com 20 centímetros de altura. O Citibank patrocinou a obra, cuja inauguração marca o centenário de sua entrada no Brasil.

— Nós entramos em contato com o poder público municipal e outras entidades para viabilizar a realização da escultura e a instalação no espaço que a senhora Tomie desejava — explica o vice-presidente da Associação Paulista Viva, Antonio Carlos Franchini Ribeiro.

A demora na instalação da obra se deveu à dificuldade de encontrar o espaço adequado na avenida. Inicialmente, pensou-se na Praça do Ciclista, próxima ao cruzamento com a rua Bela Cintra. Mas a Comissão de Gestão de Obras e Monumentos Artísticos em Espaços Públicos, do Departamento de Patrimônio Histórico, vetou o local por considerar "haver incompatibilidade entre a implementação da escultura e o traçado da ciclovia proposta para o local".

Segundo Ribeiro, a decisão de instalar a obra no canteiro em frente à sede do Citibank, em São Paulo, foi tomada há menos de um mês. A comissão justificou que o "local permite o uso dos espaços de circulação para fruição da obra sem obstruir a passagem de pedestres e outros elementos de sinalização urbana".

— A Tomie não viu a obra pronta, mas teve uma ideia de como ficaria na maquete. Eu tenho certeza de que está feliz de saber que o projeto foi concluído — disse o filho Ricardo.

A única outra escultura de Tomie na avenida Paulista foi projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake e instalada em 2007 no terreno do edifício Santa Catarina. Não é considerada uma obra pública.

RIO - Depois de ter sido esnobado no Globo de Ouro, "Que horas ela volta?", de Anna Muylaert, foi indicado a melhor filme estrangeiro no Critics Choice Awards. O longa concorre com "A assassina" (China, Taiwan, Hong Kong e França), "Boa noite, mamãe" (Áustria), "Cinco graças" (Turquia) e "O filho de Saul" (Hungria). Links prêmios

O filme de Anna Muylaert foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar.

O Critics' Choice Awards, marcado para o dia 17 de janeiro, avalia filmes e programas de TV. "Mad Max: Estrada da Fúria" se destaca, com 13 indicações, incluindo melhor filme e melhor atriz, para Charlize Theron. "Carol", "Perdido em Marte" e "O regresso" tiveram nove indicações cada.

Jennifer Lawrence concorre em três categorias: duas por "Joy" (melhor atriz e melhor atriz de comédia) e uma por "Jogos Vorazes: A esperança - O final". Outro nome de destaque é Rachel McAdams, na disputa pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante por "Spotlight" e melhor atriz em minissérie ou telefilme, com "True detective".

Nas categorias de TV, "Fargo" lidera com oito indicações, com "The leftovers" e "Transparent" com seis indicações cada. Veja abaixo os principais indicados:

CINEMA

Melhor filme

"A grande aposta

"Ponte dos espiões"

"Brooklyn"

"Carol"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O regresso"

"O quarto de Jack"

"Sicario: Terra de ninguém"

"Spotlight - Segredos revelados"

Melhor filme estrangeiro

"A assassina" (China, Taiwan, Hong Kong e França)

"Boa noite, mamãe" (Áustria)

"Cinco graças" (Turquia)

"O filho de Saul" (Hungria)

"Que horas ela volta?" (Brasil)

Melhor ator

Bryan Cranston, "Trumbo"

Matt Damon, "Perdido em Marte"

Johnny Depp, "Aliança do crime"

Leonardo DiCaprio, "O regresso"

Michael Fassbender, "Steve Jobs"

Eddie Redmayne, "A Garota Dinamarquesa"

Melhor atriz

Cate Blanchett, "Carol"

Brie Larson, "Room"

Jennifer Lawrence, "Joy - O nome do sucesso"

Charlotte Rampling, "45 years"

Saoirse Ronan, "Brooklyn"

Charlize Theron, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Melhor ator coadjuvante

Paul Dano, "Love & Mercy"

Tom Hardy, "O regresso"

Mark Ruffalo, "Spotlight - Segredos revelados"

Mark Rylance, "Ponte dos espiões"

Michael Shannon, "99 Homes"

Sylvester Stallone, "Creed: Nascido para Lutar"

Melhor atriz coadjuvante

Jennifer Jason Leigh, "Os oito odiados"

Rooney Mara, "Carol"

Rachel McAdams, "Spotlight - Segredos revelados"

Helen Mirren, "Trumbo"

Alicia Vikander, "A garota dinamarquesa"

Kate Winslet, "Steve Jobs"

Melhor ator jovem

Abraham Attah, "Beasts of no nation"

RJ Cyler, "Eu, você e a garota que vai morrer")

Shameik Moore, "Um Deslize Perigoso"

Milo Parker, "Sr. Holmes"

Jacob Tremblay, "O Quarto de Jack"

Melhor diretor

Todd Haynes, "Carol"

Alejandro González Iñárritu, "O regresso"

Tom McCarthy, "Spotlight - Segredos Revelados"

George Miller, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Ridley Scott, "Perdido em Marte"

Steven Spielberg, "Ponte dos espiões"

Melhor roteiro original

Matt Charman, Ethan Coen e Joel Coen ("Ponte dos Espiões")

Alex Garland ("Ex Machina: Instinto Artificial")

Quentin Tarantino ("Os Oito Odiados")

Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley ("Divertida Mente")

Josh Singer and Tom McCarthy ("Spotlight - Segredos Revelados")

Melhor roteiro adaptado

Charles Randolph e Adam McKay ("A Grande Aposta")

Nick Hornby ("Brooklyn")

Drew Goddard ("Perdido em Marte")

Emma Donoghue ("O Quarto de Jack")

Aaron Sorkin ("Steve Jobs")

TELEVISÃO

Melhor série dramática

"Empire"

"Mr. Robot"

"Penny Dreadful"

"Rectify"

"The Knick"

"The Leftovers"

"UnREAL"

Melhor série de comédia

"Black-ish"

"Catastrophe"

"Jane the Virgin"

"Master of None"

"The Last Man on Earth"

"Transparent"

"You’re the Worst"

Melhor minissérie ou telefilme

"Childhood’s end"

"Fargo"

"Luther"

"Saints & Strangers"

"Show Me a Hero"

"The Wiz Live!"

Melhor ator em série de comédia

Anthony Anderson, "Black-ish"

Aziz Ansari, "Master of None"

Will Forte, "The Last Man on Earth"

Randall Park, "Fresh Off the Boat"

Fred Savage, "The Grinder"

Jeffrey Tambor, "Transparent"

Melhor ator em série dramática

Hugh Dancy, "Hannibal"

Rami Malek, "Mr. Robot"

Clive Owen, "The Knick"

Liev Schreiber, "Ray Donovan"

Justin Theroux, "The Leftovers"

Aden Young, "Rectify"

Melhor atriz em série de comédia

Rachel Bloom, "Crazy Ex-Girlfriend"

Aya Cash, "You’re the Worst"

Wendi McLendon-Covey, "The Goldbergs"

Gina Rodriguez, "Jane the Virgin"

Tracee Ellis Ross, "Black-ish"

Constance Wu, "Fresh Off the Boat"

Melhor atriz em série dramática

Shiri Appleby, "UnREAL"

Carrie Coon, "The Leftovers"

Viola Davis, "How to Get Away With Murder"

Eva Green, "Penny Dreadful"

Taraji P. Henson, "Empire"

Krysten Ritter, "Jessica Jones"

RIO - Los Angeles vai parar para a pré-estreia mundial de "Star Wars: O despertar da Força" na noite desta segunda-feira. Quatro quarteirões do Hollywood Boulevard, uma das principais avenidas da cidade, estão fechados para o trânsito desde a noite de quinta-feira. "É definitivamente maior que o Oscar", disse um integrante da produção da sessão ao "Hollywood Reporter".

Para a maior premiação do cinema americano, apenas um quarteirão da via é fechado. A Disney e a LucasFilm ainda não informaram aos convidados vip quais cinemas serão ocupados na première. No perímetro que fechado, há três importantes espaço: Dolby (onde acontece o Oscar), El Capitan e TCL Chinese. Tweet Star Wars

Durante o fim de semana, artistas de rua capitalizaram em torno do frenesi sobre o novo filme. Um músico tocava a lendária trilha de John Williams, enquanto um homem distribuía balões com o formato de sabres de luz.

Há um grupo de fãs acampando na porta do Chinese Theater desde o dia 5. Eles pretendem permanecer por lá até as 19h do dia 17, data de estreia do filme. Eles precisarão sair de lá por conta da pré-estreia desta noite, mas funcionários do cinema guardarão os equipamentos de camping até que eles possam voltar. "Lucasfilm nos comprou pizza, foi legal", contou Caroline Ritter.

RIO - Os finalistas do segundo semestre do Prêmio Cesgranrio de Teatro foram revelados nesta segunda-feira. “Kiss me, Kate – O Beijo da megera”, de Charles Möeller, lidera com sete indicações. “Caranguejo overdrive”, de Marco André Nunes, e “A Santa Joana dos matadouros”, de Marina Vianna e Diogo Liberano, têm quatro cada um. As três montagens concorrem ao título de Melhor Espetáculo.

Todos os concorrentes vão competir com os nomeados do primeiro semestre em uma cerimônia marcada para 18 de janeiro no Copacabana Palace. Jacqueline Laurence, Carolina Virguez, Daniel Schenker, Lionel Fischer, Macksen Luiz, Mirna Rubim e Tânia Brandão formam o júri.

A atriz Nathalia Timberg é a homenageada da terceira edição do prêmio.

Confira a lista completa com todos os indicados:

Melhor Direção

Marco André Nunes, por “Caranguejo overdrive"

Marina Vianna e Diogo Liberano, por "A Santa Joana dos matadouros"

Charles Möeller, por "Kiss Me, Kate - O beijo da megera"

Melhor Ator

Bruce Gomlevsky, por "Uma ilíada"

Matheus Macena, por "Caranguejo overdrive"

Renato Carrera, por "O homossexual ou a dificuldade de se expressar"

Melhor Atriz

Ana Paula Secco, por "O pena carioca"

Letícia Isnard, por "Marco zero"

Melhor Cenografia

Paulo de Moraes e Carla Berri, por "Inútil a chuva"

Bia Junqueira, por "A Santa Joana dos matadouros"

Bia Junqueira, por "Santa"

Melhor Iluminação

Maneco Quinderé, por "Inútil a chuva"

Paulo César Medeiros, por "A Santa Joana dos matadouros"

Renato Machado, por "O homossexual ou a dificuldade de se expressar"

Melhor Figurino

Carol Lobato, por "Kiss me, Kate - O beijo da megera"

Antonio Guedes, por "O homossexual ou a dificuldade de se expressar"

Antonio Guedes, por "O pena carioca"

Melhor Texto Nacional Inédito

Pedro Kosovski, por "Caranguejo overdrive"

João Cícero Bezerra, por "Sexo neutro"

Diogo Liberano, por "O narrador"

Categoria Especial

Bia Radunsky, pela curadoria do Espaço Sesc

Claudio Botelho, pela versão brasileira de "Kiss me, Kate - O beijo da megera"

Claudio Lins, pela adaptação da obra de Nelson Rodrigues para o teatro musical

Melhor Direção Musical

Nando Duarte, por "SamBRA, o musical - 100 Anos de samba"

Marcelo Castro, por "Kiss me, Kate - O beijo da megera"

Marcelo Alonso Neves, por "Amargo fruto - A vida de Billie Holiday"

Melhor Ator em Musical

José Mayer, por "Kiss me, Kate - O beijo da megera"

Thelmo Fernandes, por "O Beijo no asfalto - O musical"

Melhor Atriz em Musical

Alessandra Verney, por "Kiss me, Kate - O beijo da megera"

Laila Garin, por "O beijo no asfalto - O musical"

Melhor Espetáculo

“Kiss me, Kate - O beijo da megera”

“Caranguejo overdrive”

“A Santa Joana dos matadouros”

RIO — A venda de ingressos destinada ao público geral para os shows dos Rolling Stones no Rio de Janeiro (20 de fevereiro, no Maracanã) e em Porto Alegre (2 de março, no Beira-Rio) foi iniciada na madrugada desta segunda-feira, e não há mais entradas disponíveis para a estreia dos britânicos na capital gaúcha — a capacidade do estádio é de 50 mil pessoas. Enquanto isso, no Rio, todos os dez setores seguem com ingressos à disposição dos fãs dos Stones — os preços variam entre R$ 900 (pista premium) e R$ 260 (superior 2 sul e superior nível 5).

Além de Rio e Porto Alegre, os Stones se apresentarão em São Paulo, nos dias 24 e 27 de fevereiro, no Morumbi. A venda para os dois shows será iniciada nesta terça-feira — sempre pelo site “Tickets For Fun”. The Rolling Stones Announce América Latina Olé Tour!

Na última vez em que estiveram no Brasil, em 2006, os britânicos Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood fizeram um show único e histórico na Praia de Copacabana, testemunhado por cerca de 1,2 milhão de pessoas.

Os Stones ainda não confirmam oficialmente, mas alguns integrantes ventilaram a possibilidade dos dinossauros do rock lançarem, no ano que vem, seu primeiro álbum de inéditas desde "A bigger bang", de 2005. “Talvez a gente entre em estúdio em dezembro para cortar algumas faixas e ver o que acontece. Uma coisa de cada vez”, disse Wood à rádio ABC, no mês passado.

Além dos quatro shows marcados no Brasil, a America Latina Olé Tour 2016 passará ainda por Santiago, Buenos Aires, Montevidéu, Lima, Bogotá e Cidade do México.

RIO - Os 70 anos de Lemmy Kilmister foram celebrados por uma dezena de roqueiros de peso na noite de domingo em Los Angeles. A festa do líder do Motörhead, realizada no clube Whisky a Go Go, reuniu nomes como Slash, Duff McKagan, Matt Sorum e Gilby Clarke, que fizeram parte de diferentes formações Guns N’ Roses; Robert Trujillo, do Metallica; Steve Jones, um dos fundadores do Sex Pistols; Sebastian Bach, ex-Skid Row; Steve Vai; e Billy Idol.

Como já diria Belchior, a data foi comemorada como o diabo gosta. Os convidados se revezaram no palco do lugar para honrar o anfitrião com o mais puro rock'n'roll. O setlist incluiu "Whole lotta love", do Led Zeppelin; "Helter skelter", dos Beatles; e "Beer drinkers & hell raisers", do ZZ Top.

Slash

Lemmy, que só faz aniversário em 24 de dezembro, tem lidado com problemas de saúde nos últimos tempos. A debilidade física, que forçou o adiamento da turnê da banda, fez com que a estrela do rock diminuísse seus hábitos em torno do álcool e do tabaco. No entanto, ele afirmou recentemente que não suporta ouvir perguntas sobre sua condição.

“Estou cansado de ouvir coisas como ‘Você vai morrer?’. Esse assunto está ficando velho. Estou bem”, garantiu, em entrevista à “Classic Rock”.

Lemmy

RIO — O Brasil fechou o ano passado com muito menos livrarias do que tinha em 2006, pouquíssimas videolocadoras e lojas de CD e DVD, menos grupos ligados às artes visuais e menos municípios com políticas públicas voltadas para a cultura. Por outro lado, ganhou bibliotecas e rádios comunitárias e viu a explosão de lan houses — em muitas cidades, são as portinhas apinhadas de computadores e de moleques gritando os únicos centros culturais disponíveis.

Praticamente todos os estados, exceto Rondônia, que não incentivou nenhum filme, apoiaram a realização de curtas, médias e longas-metragens. Em relação às políticas públicas para incentivo do livro e da leitura, o cenário ainda é tímido, mas otimista: mais da metade das cidades brasileiras mantém ações para fomentar a criação e circulação literária e algum tipo de programa para tal finalidade.

São números absolutos, que guardam muitas contradições se analisados com lupa, mas, de acordo com as conclusões do suplemento de cultura do “Perfil dos Estados e Municípios brasileiros 2014 (Estadic/Munic)”, divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maioria dos indicadores culturais do Brasil melhorou de 2006, data em que o último suplemento equivalente foi publicado, até 2014, quando a pesquisa foi elaborada.

Isso apesar dos arrochos sem precedentes pelos quais o orçamento do Ministério da Cultura vem passando nos últimos anos — em 2015, o corte foi de mais de 30%, e, conforme O GLOBO noticiou nesta segunda, entidades como a Funarte já anunciaram que não vão pagar nenhum dos editais programados para 2015 e já analisam a possibilidade de entregar a gestão de seus equipamentos culturais a organizações ligadas à iniciativa privada, com anuência do próprio ministro da pasta, Juca Ferreira, que se declarou “completamente a favor” da proposta, ontem, durante a apresentação dos dados do IBGE, no Rio.

Os dados foram coletados ao longo de 2014 com as 5570 prefeituras e os governos estaduais: em relação aos equipamentos culturais presentes nos municípios e estados do país, por exemplo, o levantamento indicou que 97,1% deles tinham bibliotecas públicas em 2014, quando em 2006 eram 89,1% (o número vem crescendo desde 1999, quando a contagem começou a ser detalhada pelo IBGE, e 76,3% dos municípios declaravam ter o equipamento). Por outro lado, a porcentagem de cidades com livrarias caiu de 35,5% para 27,4% no mesmo período.

POUCA PRODUÇÃO LOCAL PARA TV

De 2012 para cá, chama a atenção o crescimento vertiginoso das lan houses, equipamentos que antes estavam presentes em 80,7% dos municípios e que hoje existem em 82,4% das cidades brasileiras, enquanto a presença de videolocadoras caiu sensivelmente (de 82%, em 2006, para 53,7%, em 2014).

Outra surpresa apontada pela pesquisa é o crescimento das rádios comunitárias, que apareciam em 48,6% dos municípios brasileiros em 2006 e em 64,1% em 2014. Os provedores de internet aumentaram sua presença nos municípios de 45,6%, em 2006, para 65,5% em 2014.

Radiografia dos equipamentos culturais nos municípios

— O que estamos vendo é a facebookização cada vez maior da sociedade brasileira, a cultura passa cada vez mais pelas redes sociais — atesta o gerente da pesquisa, Antonio Carlos Alkmim.

Presente em 99,9% dos municípios, o sinal da TV aberta continua sendo o maior meio de acesso aos conteúdos culturais no país, de acordo com o instituto, mas apenas 12,1% dos municípios contam com produção local de conteúdo, sendo majoritariamente replicadoras.

Além do volume de equipamentos culturais, a pesquisa contou também a produção cinematográfica apoiada por prefeituras e governos estaduais do país: apesar de apenas 10,4% dos municípios terem ao menos uma sala de cinema, de acordo com a pesquisa, em 2014 o poder público apoiou a produção de 1.849 títulos, entre longas, médias e curtas-metragens.

O estado do Rio Grande do Sul é o que se destaca, com 60 filmes apoiados, tendo na sequência os estados de Pernambuco (54 filmes) e São Paulo (42). O estado de Rondônia foi o único que não apoiou sequer um título no período analisado.

— Quando assumimos o MinC, em 2003, o Estado só havia apoiado seis filmes. A política audiovisual é a mais bem-sucedida do ministério. É mais dinheiro investido do que na época da Embrafilme — declarou o ministro da Cultura, Juca Ferreira. — Os dados melhoraram, mas essa melhora não é produto espontâneo, é fruto de política pública. Quando chegamos ao ministério, em 2003, constatamos a gravidade do acesso à cultura no Brasil. O Brasil sempre foi desleixado com sua população. Nós desenvolvemos políticas culturais para colocar a cultura como direito básico, como é comida, saúde e educação. Nós chegamos ao ponto de baixar uma portaria que dizia que nenhum município sem biblioteca teria direito a recurso público, para forçar os municípios que não tinham a abrir uma, mas as prefeituras se recusam a pagar dois funcionários que sejam para manter uma biblioteca aberta.

Seguindo o rol de conclusões, o número de municípios com cineclubes, circos e orquestras também aumentou de 2006 para 2014: 223,8%, 134,5% e 92,2%, respectivamente. Mas a quantidade de municípios com grupos ligados às artes plásticas e visuais caiu 11,7%.

Também recuaram os indicadores de municípios que tinham alguma política pública para o setor de cultura. Em 2006, eram 57,9%. Em 2014, são 54,6%.

— Nós trabalhamos com pouquíssimos recursos. É difícil satisfazer as necessidades culturais da população com tão pouco dinheiro, e a gente não faz mágica. Mas esses números são um sintoma: investindo, o Brasil se desloca — declarou Juca Ferreira.

O número de cidades que incentivam a leitura, o livro ou a literatura foi medido pela primeira vez pelo IBGE: em 2014, 56,3% dos municípios apresentavam algum tipo de programa ou ação para fomentar a criação, produção ou circulação literária. O estado que tem mais municípios com ações do tipo é o Rio de Janeiro, que também se destaca no levantamento por ser o que tem mais equipamentos culturais por município (o que não chega a surpreender, já que historicamente o estado concentra tais equipamentos, ao contrário do Tocantins, estado que aparece na pesquisa por ser o que tem menos equipamentos culturais), e o que tem maior percentual de municípios com pontos de cultura do país, 64,2%.

Segundo o levantamento, há pontos de cultura em 1.258 municípios do Brasil, e o estado que mais se destaca depois do Rio é o Ceará, com 59,8% das suas cidades já com manifestações culturais referendadas pelo Estado como um ponto de cultura.

Entre as curiosidades, a pesquisa levantou que o bordado é a atividade artesanal mais presente no país: 76,2% dos municípios brasileiros acusaram a atividade como sendo representativa em seus territórios.

MADRI — Montserrat Caballé, cantora de ópera da Espanha de 82 anos, aceitou nesta terça-feira sentença de detenção pelo período de seis meses por reter € 500 mil (cerca de R$ 2 milhões) em impostos em 2010. Apesar do veredicto, ela não vai realmente colocar os pés na prisão já que o ocorrido tem mais de dois anos e a soprano não tem antecedentes criminais. A decisão, na verdade, apenas confirma um acordo fora dos tribunais estabelecido entre ela e procuradores há quase um ano.

Em 2010 a cantora lucrou em torno de € 2 milhões (mais de R$ 8 bilhões) com concertos na Espanha, Alemanha, Suíça, Itália, Lituânia, República Checa, Rússia e Ucrânia. Declarando ser residente de Andorra, apesar de morar em Barcelona, ela evitou pagar imposto sobre esses rendimentos na Espanha. Segundo o acordo estabelecido ano passado, Montserrat aceita a condenação e uma multa de € 240 mil (R$ 1 milhão).

A cantora, que está com a saúde debilitada, não estava no tribunal para ouvir a sentença, mas participou do julgamento via videoconferência de sua casa depois de juiz autorizar o procedimento incomum. Em 2012, Montserrat sofreu um derrame e quebrou o braço durante estadia na Rússia para um performance e, desde então, tem limitado suas aparições públicas. 'How can I go on', Freddie Mercury e Montserrat Caballe

Considerada um ícone da ópera durante décadas, com especialidade em bel canto, técnica da ópera italiana, Montserrat Caballé se tornou mais conhecida depois de cantar com Freddie Mercury a música “How can I go on”, em 1987.

A soprano não é a única celebridade a ter passado pelo acompanhamento da administração fiscal espanhola nos últimos tempos. Assim como ela, o jogador Lionel Messi, o tenista Rafael Nadal e os cantores Ana Torroja, da banda Mecano, Alejandro Sanz, Lola Flores e Isabel Pantoja tiveram que dar explicações ao governo.

RIO — Cinco mil pessoas se dividiram entre os três cinemas do Hollywood Boulevard, entre eles o Chinese Theatre, onde o primeiro “Star Wars” foi lançado, para a première de "Episódio VII: O despertar da Força". A noite repleta de estrelas (George Lucas e Steven Spielberg estavam lá, por exemplo) já seria motivo de sobra para J.J. Abrams ter que respirar fundo, mas a isso se soma ainda toda a expectativa mundial dos fãs da franquia, que aguardam ansiosamente o novo filme. Abrams não podia deixar de sentir a pressão, mas procurou não se abalar durante a sessão. Pacotão Star Wars

“Há certamente um nervosismo em mostrar o filme para mais de mil pessoas esta noite, mas eu me sinto confiante no trabalho que foi feito pelos atores. Então eu acho que as pessoas vão gostar de assistir, disse ele à Reuters. Já à revista “The Hollywood Reporter” o diretor afirmou que o mais difícil já passou: “Me sinto mais aliviado agora com o filme sendo visto. A pior parte é a antecipação”.

Mark Hamill, o rosto por trás do protagonista Luke Skywalker, de papel ainda misterioso no novo longa, preferiu colocar um freio nas expectativas de quem espera reviver os sentimentos causados pela primeira produção, lançada há quase 40 anos.

“É apenas um filme e se você acha que vai entrar nele e recapturar sua infância você está se preparando para uma decepção”.

A declaração não desanimou os presentes na cerimônia, e os que queriam entrar e não puderam, acompanhando apenas a movimentação do lado de fora. A pré-estreia foi repleta de seguranças (com direito a detectores de metal e cães da polícia), stormtroopers, sabres de luz, longos tapetes vermelhos e homenagens. Nenhum de nós estaria aqui se não fosse a milagrosa criação de um homem. George Lucas, do fundo do meu coração, em nome de todos os envolvidos em ‘Star Wars: O despertar da Força’, obrigado ao senhor

George Lucas foi o grande homenageado da noite, recebendo palmas da plateia em pé, ao lado de Spielberg, o amigo de longa data.

“Nenhum de nós estaria aqui se não fosse a milagrosa criação de um homem. George Lucas, do fundo do meu coração, em nome de todos os envolvidos em ‘Star Wars: O despertar da Força’, obrigado ao senhor”, declarou Abrams.

O cineasta vendeu sua empresa Lucasfilm (e com ela os direitos da franquia) para a Disney em 2012 por US$ 4,05 bilhões. A nova proprietária da história logo anunciou que novos capítulos da saga seriam lançados e "O despertar da força" é o primeiro deles, com mais dois previstos para 2017 e 2019. Lucas chegou a fazer críticas ao novo filme, mas a produtora Kathleen Kennedy já disse que ele aprovou o resultado final.

RIO — Não foi desta vez. “Que horas ela volta?”, da brasileira Anna Muylaert, tentava uma indicação na categoria melhor filme ibero-americano nos Prêmios Goya, mas acabou não conseguindo entrar na disputa. Já o espanhol “La novia”, de Paula Ortiz, lidera, com 12 nomações, as candidaturas do “Oscar espanhol” que, como nas últimas edições, deixou também de fora da luta pelas estatuetas sucessos de bilheteria — este ano “Ocho apellidos catalanes”, “Ahora o nunca” e “Perdiendo en el norte”.

O segundo filme de Paula, que rendeu a ela uma indicação como melhor diretora, é uma adaptação atemporal e com papel estético importante de “Bodas de sangre”, peça do espanhol Federico García Lorca. O lançamento foi na última sexta-feira na Espanha. “La novia” vai competir pelo prêmio de melhor filme com “Nadie quiere la noche”, de Isabel Coixet, que acumula nove candidaturas, “A perfect day”, de Fernando León de Aranoa, com oito, além de “Truman”, de Cesc Gay, e “A cambio de nada”, obra do ator Daniel Guzmán, com seis nomeações cada uma.

Trailer de 'La noiva'

Inma Cuesta, a protagonista de “La novia”, tenta levar o troféu por melhor atriz em um competição que promete ser acirrada, tendo no pálio a prestigiosa francesa Juliette Binoche (“Nadie quiere la noche”), a popular Penélope Cruz (“Ma ma”) e a jovem Natalia de Molina, destaque por seu papel dramático em “Techo y comida”. Na produção de Juan Miguel del Castillo, Natalia é uma mãe solteira que tenta sobreviver no pior momento de crise econônima de seu país. A atriz traz um contraponto realista ao glamour das outras candidatas.

Na categoria melhor ator, o argentino Ricardo Darín (”Truman”) divide as atenções com Luis Tosar (“El desconocido”), Asier Etxeandia (”La novia”) e uma surpresa, Pedro Casablanc (“B, la película”), indicado por seu papel de Luis Bárcenas. O personagem da vida real era encarregado das finanças do Partido Popular no governo espanhol e aguarda julgamento em caso de corrupção.

Trailer de 'B, la película'

Na corrida pelo prêmio de filme ibero-americano, levaram a melhor as produções “O clã”, fenômeno argentino que conta com produção de Pedro Almodóvar, o chileno “La once”, o peruano “Magallanes” e o cubano “Vestido de novia”. “Que horas ela volta?” também não conseguiu entrar no Globo de Ouro, mas ainda luta por uma indicação a melhor filme estrangeiro no Oscar.

Em 2016 os Prêmios Goya, uma realização da Academia de artes e ciências cinematográficas de Espanha, chega à sua 30ª edição e será realizado no dia 6 de fevereiro. Confira a lista completa dos indicados no site do evento.

RIO - Na porta do Chinese Theater, em Hollywood, o que se via eram sorrisos. O grupo seleto de pouco mais de mil pessoas que pôde assistir à première mundial de "Star Wars: O despertar da Força", na noite desta segunda-feira, parece ter gostado do que viu.

Evitando spoilers a pedido da produção, alguns compartilharam suas impressões gerais, sem revelar muito da história. Afinal, nem a sinopse oficial do “Episódio VII” foi divulgada, tudo para manter o mistério em torno de um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos.

Os comentários sugerem que o diretor J.J. Abrams conseguirá agradar a crítica e público. “A première de 'Star Wars' está acabando agora. Muitas caras sorridentes", contou Matthew Belloni, jornalista do "Hollywood Reporter". SW 1

SW 2

"Primeira resenha de 'Star Wars': foi épico, fantástico e perfeito. O elenco estava estrelar. JJ matou!", comemorou o ator Rainn Wilson, o Dwight de "The office". Outros comentários dizem que o diretor "acertou em cheio" e "fez o que devia fazer".

"Sem estragar nada, eu posso dizer que 'O despertar da Força' tem a MELHOR cena final de todos os filmes de 'Star Wars'", contou o ator Patton Oswalt. Andrew Stanton, diretor de "Procurando Nemo", limitou-se a dizer que o filme é "ótimo". SW 3

ATENÇÃO: POSSÍVEIS ‘SPOILERS’ ABAIXO

Algumas pessoas se permitiram dar dicas mais esclarecedoras sobre o novo filme. Steven Zeltchik, repórter do "Los Angeles Times", elencou os personagens em ordem de importância: Rey (Daisy Ridley), Han Solo (Harrison Ford), o robô BB-8, Finn (John Boyega) e Kylo Ren (Adam Driver). "Da comédia aos figurinos, das lutas para os efeitos, até o sentimento geral, J.J. Abrams criou um filme como nos velhos tempos", garantiu. SW 4

"História, personagens, direção de arte, humor... Fãs de 'Star Wars', esse é o filme pelo qual vocês estavam esperando", disse a crítica de cinema do "Los Angeles Times", Rebecca Keegan. E ela foi além, destacando a participação forte das personagens femininas: "Entre suas muitas qualidades, 'O despertar da Força' passa no teste de Bechdel". Novos e velhos heróis na première de 'O Despertar da Força'

"'Star Wars: O despertar da Força' é um começo forte e promissor. Como filme sozinho, eu o colocaria em terceiro lugar entre a série", disse o editor de entretenimento do "Mashable", Josh Lincoln Dickey.

"Não vou dizer muita coisa até que eu veja novamente, mas tenho certeza de que 'O despertar da Força' é o melhor 'Star Wars' desde 1983... talvez 1980", disse Steven Weintraub, do site "Collider". SW 5

SW 6

"(O filme) falou com cada emoção minha. A maioria delas foi boa, poucas não, mas no geral foi uma experiência incrível e avassaladora", contou Germain Lussier, repórter do site "io9".

LOS ANGELES — A atriz Daisy Ridley, de "Star Wars", sorri na capa da revista "Glamour" e na pré-estreia, colares de stormtrooper estão à venda na Kay Jewelers, e comerciais para o novo filme "O despertar da Força" estão passando durante o reality show de Kim Kardashian na TV. Pacotão Star Wars

A Disney está indo atrás das mulheres e meninas para ampliar o público da franquia, dominado pelos homens, e garantir o retorno dos US$ 4 bilhões gastos para comprar "Star Wars" da Lucasfilm. A audiência feminina pode determinar se o Episódio VII fará jus às projeções de bilheteria recorde, depois que o filme estrear dia 18 de dezembro nos Estados Unidos — aqui no Brasil será na próxima quinta-feira.

O elenco que tem Daisy, de 23 anos, como a estrela do filme, e mais bolsas R2-D2, vestidos BB-8 e outras peças de merchandising, indicam que a Disney está tentando atrair o público de mulheres jovens adultas que fez de filmes como "Jogos Vorazes" um grande sucesso, afirma Jeff Bock, analista de bilheteria da Exhibitor Relations:

"Os homens já estão dentro. Se você puder pegar a base de fãs dos 'Jogos Vorazes' e de 'Crepúsculo' também, você então vai estar falando sobre possivelmente US$ 700 milhões no mercado doméstico, e talvez mais ainda".

Somente um filme, "Avatar", chegou neste nível, vendendo US$ 760 milhões de dólares em ingressos nos Estados Unidos e no Canadá depois da sua estreia em dezembro de 2009. A Disney tem aprimorado a sua estratégia nos últimos anos, mas com filmes de super-heróis e ação.

A sequência de "Vingadores", "Era de Ultron", teve duas personagens principais femininas. Cerca de 40 por cento do público do fim de semana de estreia para os dois "Vingadores" era feminina, de acordo com Shawn Robbins, analista da BoxOffice.com.

Os filmes passados da série "Star Wars" tinham somente uma personagem feminina principal, sempre uma integrante da realeza.

Em "O Despertar da Força", a personagem de Ridley, Rey, é catadora de sucata e piloto, não uma princesa. Nos trailers, ela participa de combates, não muito diferente da guerreira Katniss Everdeen de "Jogos Vorazes”. Gwendoline Christie interpreta a primeira vilã feminina da série, a capitã Phasma. A atriz Lupita Nyong’o tem um papel importante, enquanto Carrie Fisher está de volta como a princesa Leia, agora uma general.

"Temos stormtroopers mulheres e mulheres pilotos da resistência", disse o diretor J.J. Abrams à Reuters. "Há vozes e energia femininas o tempo todo". É importante, afirmou Abrams, "que a gente dê as pessoas a chance de se verem no filme".

RIO - Noivo de Michelle Dockery, a Lady Mary de “Downton Abbey”, John Dineen morreu no último domingo, aos 34 anos. Um porta-voz da atriz confirmou a informação nesta terça. Ele sofria de um tipo raro de câncer, diagnosticado no começo deste ano.

O executivo de relações públicas estava internado em um hospital em Cork, na Irlanda. Michelle voltou de uma viagem promocional aos Estados Unidos para ficar ao lado do noivo.

"A família está muito grata pelo apoio e gentileza que recebeu, mas pede que eles possam viver o luto de forma privada", disseram os assessores de Michelle, em comunicado.

Os dois foram apresentados por Allen Leech, o Tom Branson de "Downton Abbey", em 2013. O casal assumiu o noivado no começo deste ano.

RIO - O primeiro trailer de “Animais fantásticos e onde habitam”, filme derivado do universo de Harry Potter, foi divulgado nesta terça-feira. Dirigida por David Yates, responsável pelos quatro últimos longas da saga de J.K. Rowling, a produção tem Eddie Redmayne no papel principal. No vídeo lançado pela Warner Bros., ele aparece na pele de Newt Scamander, um especialista em animais mágicos. De passagem por Nova York, o personagem perde algumas criaturas capturadas por ele e precisa recuperá-las.

Fantastic Beasts and Where to Find Them - Announcement Trailer [HD]

O filme é uma adaptação de uma obra lançada por J.K. Rowling em 2001. Assinado por um fictício Newt Scamander, “Animais fantásticos e onde habitam” (Rocco) cataloga toda sorte de criaturas mágicos e serve como livro didático para os alunos de Hogwarts, a escola onde Potter estuda. No entanto, para o filme, apenas o título e o nome do autor foram aproveitados. O roteiro, assinado pela escritora, se dedica a contar a vida do mago que publicou os alfarrábios.

O filme estreia apenas em 18 de novembro de 2016. Katherine Waterston, Alison Sudol, Dan Fogler, Ezra Miller,Samantha Morton, Colin Farrell e Jon Voight também estão no elenco. Em novembro, algumas imagens da produção foram reveladas pela "Entertainment Weekly".

Veja imagens de 'Animais fantásticos e onde habitam'

SÃO PAULO — O reality show "Celebridades à prova de tudo", que teve a participação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em episódio gravado no Alasca, será transmitido no Brasil pelo canal Discovery, no próximo domingo, às 22h20.

O programa apresentado pelo especialista em vida selvagem Bear Grylls mostrará Obama dividindo chá feito de folha de amentilho e comendo salmão selvagem caçado por um urso — além de aprender a evitar ataques dos animais.

Grylls contou que a curta viagem mostrou um lado íntimo e divertido de Obama que foi visto raras vezes.

"Ele disse que foi um dos melhores dias de sua presidência", afirmou Grylls a repórteres. "Houve momentos durante a jornada em que tive que me beliscar e pensar 'de verdade, é o presidente dos EUA'".

O episódio foi filmado em setembro durante uma excursão à geleira Exit, que está desaparecendo, e cujo objetivo foi chamar a atenção do mundo para a mudança climática. Só no ano passado, a Exit derreteu e recuou 57 metros em direção ao campo de gelo de Harding, que por sua vez perdeu 10% de sua massa desde 1950.

Obama foi o primeiro presidente de qualquer país a participar do programa "Celebridades à prova de tudo" ainda no cargo, e seguiu os passos de outras estrelas, como Ben Stiller, Kate Winslet e Zac Efron.

RIO - Washington Fajardo será o curador da representação brasileira da próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza. Presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, Fajardo trabalha com projetos relacionados às questões urbanas e foi escolhido pela Fundação Bienal de São Paulo.

Fajardo

Ele preside o IRPH desde a eleição da cidade pela Unesco, em 2012, para Patrimônio Mundial por Paisagem Cultural Urbana. Assessor especial de Eduardo Paes, ele cuida da proteção de cerca de 35 mil imóveis cariocas, a maioria deles no Centro.

Além disso, o urbanista pesquisa há mais de 15 anos as principais regiões portuárias de todo o mundo. Envolvido em projetos culturais, Fajardo participou da concepção arquitetônica das Arenas Cariocas e da revitalização do Imperator.

A Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza é dirigida pelo chileno Alejandro Aravena. O encontro será realizado entre de 28 de maio a 27 de novembro de 2016.

RIO - “A apatia é grande/ E a crise é geral”, decreta “Crise geral”, faixa do terceiro álbum dos Ratos de Porão, de 1987. Vinte e oito anos depois, Marcelo D2 e BNegão se revezam para gritar os versos da música durante um ensaio do Planet Hemp. Incluído no repertório do grupo carioca, que se reuniu para shows em quatro cidades brasileiras neste fim de ano, o libelo punk se junta aos raps, hardcores e raggas dos maconheiros mais controversos dos anos 1990. Eles se apresentam na sexta-feira e no sábado na Fundição Progresso.

Na veia do Planet Hemp corre o sangue punk

Em comum, todas as canções do repertório parecem manter a mesma força que tinham quando foram lançadas. As críticas à polícia e à política brasileira, que pontuam músicas como “Porcos fardados” e “Stab”, continuam tragicamente atuais. Desde a estreia da banda, com “Usuário”, em 1995, eles afirmam não ter visto progresso. BNegão tem uma explicação simples:

— As letras que foram escritas há mais de uma década estão valendo até hoje. Não é porque neguinho é profeta, é porque não mudou nada. Infelizmente.

D2, companheiro de rimas, concorda:

— Na veia do Planet Hemp corre o sangue punk. Somos contra tudo e contra todos. Não acreditamos nesse Fla-Flu que tomou conta da política brasileira. Estamos aqui para dizer que existem caminhos diferentes.

NOVO GUITARRISTA

DVD PLANET HEMP

Os desafios que o país enfrenta, nas vielas dos morros cariocas ou nos corredores do Congresso, estimulam os veteranos a voltar à cena. Eles garantem que acabou o hiato: a “ex-quadrilha da fumaça” está definitivamente de volta na praça.

— Depois da turnê em 2012, a chama se acendeu de novo — diz D2.

Se não enxerga mudanças no panorama político, o vocalista de 48 anos passou por transformações na vida pessoal. Ele garante ter parado de beber para preservar a saúde. Afinal, zanzar pelo palco durante os shows não tem sido fácil. Mesmo empolgado com o retorno da banda, ele também olha com ressalvas para o legado do Planet.

— Estamos até falando em música nova. É difícil porque, hoje, aquelas letras me soam um pouco ingênuas. Continuo o mesmo moleque revoltado de 20 anos atrás, mas perdi a ingenuidade. Tanto eu quanto o Bernardo (BNegão) mudamos a nossa maneira de escrever. O que posso dizer é que não é mais uma reunião, é uma volta. Queremos fazer shows todos os anos.

Não é porque neguinho é profeta, é porque não mudou nada

A banda lança um DVD com o registro de turnê de 2013 em breve. Enquanto o GLOBO acompanhava o ensaio, no fim de novembro, Nobru Pederneiras tentava acompanhar os outros quatro músicos. O guitarrista assume o lugar antes ocupado por Rafael Crespo e Jackson.

A chegada de Nobru transforma a cozinha do Planet Hemp em um enclave do grupo Cabeça. Afinal, além do guitarrista, o baterista Pedrinho Garcia também fez parte da lendária banda de hardcore carioca. Eles se juntam a Formigão, baixista que fundou o Planet ao lado de D2, Skunk, Crespo e Bacalhau.

As chances de um retorno de Black Alien, responsável por versos celebrados em raps como “Queimando tudo”, são remotas. O convite, garantem BNegão e D2, segue de pé. Mas o MC de Niterói, que lançou neste ano “Babylon by Gus, vol. II — No princípio era o verbo”, precisa topar.

— Tem a possibilidade, mas é preciso de uma conjunção astral. Precisamos tocar em um local em que ele esteja perto, com datas disponíveis. Se for acontecer, não vamos nem anunciar. Se ele aparecer, vai ser demais — finaliza BNegão.

SÃO PAULO - Longa-metragem de estreia do diretor colombiano César Augusto Acevedo, que levou o prêmio Caméra D’Or no Festival de Cannes, em maio, “A terra e a sombra” começa com a volta para casa do pai pródigo. Dezessete anos depois de abandonar a família, Alfonso (Haimer Leal) retorna para cuidar do filho doente, Gerardo (Edison Raigosa). É recebido pelo neto, Manuel (José Felipe Cardenas), que mal conhece. Na casa, construída em meio a grandes plantações de cana onde os familiares trabalham, ele reencontra a nora, Esperanza (Marleyda Soto), e a ex-mulher, Alicia (Hilda Ruiz).

Alfonso volta para cuidar do filho, que desenvolveu um problema pulmonar devido às sucessivas queimadas nos canaviais. A ex-mulher e a nora assumiram o trabalho que o rapaz fazia como cortador de cana. Aos poucos, descobre-se por que o pai deixou a terra, as motivações para a permanência da mãe e onde se situa Gerardo nessa história toda. Para além dos problemas familiares, há os gerados pela indústria açucareira, que explora os trabalhadores e não lhes garante qualquer tipo de apoio.

A terra e a sombra - trailer

Acevedo começou a escrever o filme aos 19 anos, quando ainda estava na faculdade de Jornalismo. Ele conta que se inspirara na sua própria história, que também contava com o abandono do pai, a permanência com a mãe e o sentimento de ter ficado no meio do caminho entre os dois. A relação com a cultura da cana veio como um recurso dramático para fugir da armadilha autobiográfica.

— Minha mãe tinha acabado de morrer, e meu pai era um fantasma. A solidão que essa ruptura familiar gerou me condenou a esquecê-los. O filme foi a única maneira que encontrei de tratar de expurgar os meus fantasmas de família. Como fazer um filme autobiográfico não ia interessar a muita gente, resolvi me concentrar na história do Valle del Cauca, região (a oeste da Colômbia, onde fica a cidade de Cali) à qual estou muito ligado, e todos os problemas que a indústria açucareira gerou para o povo — disse ele, em entrevista ao GLOBO, em novembro, durante a Mostra de São Paulo, onde apresentou o filme que estreia amanhã em circuito no Rio.

Da ideia à realização, Acevedo conta que se passaram oito anos, nos quais ele trabalhou principalmente o roteiro e os diálogos. Com muitos “tempos mortos” e sequências contemplativas, o filme investe principalmente na metáfora da doença pulmonar de Gerardo, que se divide entre o pai e a mãe, sem que consiga estabelecer uma nova conexão entre eles.

— O corte manual de cana é um trabalho que produz muitas doenças. No filme, não me interessa a enfermidade física, mas a espiritual. É muito importante essa figura do filho que não pode se mexer, não pode trabalhar, está imobilizado pela doença. Ele quis ir embora, mas não conseguiu por causa da mãe e da ligação dela com a terra — explica o cineasta.

Para diminuir custos e manter um certo frescor e autenticidade, Acevedo optou por trabalhar com não atores. Durante as audições para escolher o elenco, em um teatro na cidade de Cali, ele pediu ao zelador do local que fizesse um teste. Foi assim que descobriu em Haimer Leal o seu Alfonso.

Os únicos integrantes do elenco que podem ser considerados atores profissionais são Marleyda Soto, que faz o papel da nora do fazendeiro que volta para casa, e Hilda Ruiz, que interpreta a ex-mulher. Marleyda tem alguns trabalhos na TV, enquanto Hilda tinha um passado como atriz de teatro.

— Tecnicamente, tivemos de preparar Hilda, porque sua formação de teatro era mais clássica e um tanto antiquada. Então, quando falava seus diálogos tendia aos gestos amplos e exagerados — contou Acevedo, que trabalhou com a brasileira Fátima Toledo na preparação de atores.

O filme foi rodado em meio a algumas fazendas de cana, na região do Valle del Cauca. Construída especialmente para o filme, a casa onde moram os personagens é destruída por um incêndio que se encaixa no desfecho do filme. O diretor conta que a cena teve de ser ensaiada exaustivamente para não haver erros. Os ensaios deram resultado.

RIO - Ipanema chega a 2016 com mais uma galeria de arte. Dias depois de Laura Marsiaj anunciar o encerramento das atividades de sua Marsiaj Tempo na Teixeira de Melo, a colecionadora Maria Cássia Bomeny inaugura na Garcia D’Ávila a Mais Um Galeria de Arte. A nova casa, dedicada à venda de múltiplos, abre nesta quarta-feira com uma seleção de 15 gravuras do inglês Damien Hirst, escolhidas a partir de consultoria curatorial de Fernando Cocchiarale. Entre elas peças de séries icônicas, como as das bolinhas e borboletas. Depois, estão previstas exposições de Antonio Dias, que está criando uma obra para a galeria, e do americano Richard Serra — uma série de desenhos em papel, de 2015.

— Resolvi partir para o mercado porque, como colecionadora, me via às vezes em busca de vários artistas que não conseguia encontrar aqui — diz Maria Cássia, que aposta também na procura por peças acessíveis. — Quando se começa a colecionar, você às vezes é um pouco inseguro, tem medo de investir um valor alto num artista que não conhece. O múltiplo possibilita comprar uma obra de artista consagrado por um preço acessível.

Um Antonio Dias, por exemplo, sonho de consumo de Cássia quando jovem colecionadora, será vendido por cerca de R$ 12 mil (uma tela do artista tem valor inicial por volta de R$ 200 mil). As obras de Damien Hirst podem ser adquiridas a partir de R$ 22 mil.

Empresária formada em administração, com MBA em varejo, a colecionadora e agora marchande não se amedronta com o cenário de crise e recessão por que passa o país.

— A crise vai sempre existir, em maior ou menor escala. Sou uma otimista, acho que a única solução que a gente tem para a crise é trabalhar. É preciso estar muito afinada com o seu público, com o que está acontecendo mundialmente, com as tendências — diz.

Além de Antonio Dias (em janeiro) e Serra (em maio), está prevista ainda uma mostra de Franz Weissmann (1911-2005). O instituto que leva o nome do artista está produzindo um múltiplo inédito para a galeria.