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Erro de tradução em HQ do 'Homem-Aranha' revolta leitores

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RIO — Um erro na tradução de uma frase na camiseta de Peter Parker no gibi de 'Homem-Aranha' deste mês de novembro casou revolta em leitores na internet.

Na roupa, que seria de Harpia, embora seja usada pelo super-herói, lê-se em inglês a frase "Ask me about my feminist agenda", que foi traduzida por "Me pergunte sobre minha agenda feminina", em vez de "Me pergunte sobre minha agenda feminista", que seria a versão correta.

Chamado de "tradução cretina" por um leitor, o erro foi reconhecido pela Panini, que edita a publicação no Brasil. Tweet Homem-Aranha

Em comunicado, a editora diz que já tomou todas as "devidas providências" e que o material já foi retificado para futuras publicações (leia abaixo a nota completa).

Diante a publicação de Homem-Aranha, edição de novembro, a Editora Panini esclarece que houve um erro de tradução na palavra “feminist”, que deveria ter sido traduzida para “feminista”. A empresa já tomou as devidas providências e se responsabiliza para que situações como essa não voltem a ocorrer, uma vez que o respeito pelo público é imensurável. A tradução no material foi retificada para as futuras publicações em que o conteúdo for utilizado.


Drag queens ministram curso sobre a potência criativa na CAL

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RIO - Tal qual suas professoras, Sara Lola e Nina Paola, o novo curso de interpretação oferecido pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) não tem como passar despercebido. Como adiantou Ancelmo Gois, em sua coluna no GLOBO, em janeiro os aspirantes a ator e atriz poderão contar com uma oficina ministrada por drag queens com o objetivo de criar espaço para a experimentação criativa do "exercício drag". De acordo com a ementa, o objetivo das aulas - que vão de 15 a 31 de janeiro, às terças e quintas, com três horas de duração cada - é a desconstrução das associações de gêneros binários e heteronormativos, potencializando a performance artística dos alunos.

- As pessoas têm um pensamento muito formatado sobre o que é ser drag queen. Mas ser drag é ser fluido. E a potência artística vem com maior força nesta fluidez - diz Nina, que é bacharel em artes cênicas pela UNB, além de formada em balé clássico e canto erudito.

- Vamos trocar experiências no curso e ajudar as pessoas a encontrar caminhos para se expressarem. Claro que as drags estão ligadas ao estereótipo feminino, mas o conceito de drag é o de tirar de um campo e botar no outro. Vamos partir deste princípio - completa Sara, bacharel em Letras pela UFRJ e formada em teatro pela própria CAL.

Sara e Nina existem há cinco anos. Elas nasceram da vontade dos atores Gabriel Sanches e Alessandro Brandão, respectivamente, de quebrar barreiras sociais de gênero. Cantoras e atrizes, as duas formam uma banda que se vale da linguagem teatral. Começaram a carreira cantando sambas no extinto Bar Semente, na Lapa, e estão prestes a lançar seu primeiro disco, "Céu de framboesa", no início de 2019. São nove composições e três músicas de parceiros da dupla, que as classificam como "repletas de diversidade, de promoção dos direitos da pessoa humana, de forma artística e amorosa". Entre estes parceiros estão Lanh Lan, Nelson Faria, Donatinho e Simone Mazzer.

- Quem dá as aulas são Sara e Nina. Não queremos associar nossos nomes ao curso porque queremos legitimá-las. Claro que a gente também está lá, mas elas precisam desta legitimidade - explica Alessandro. - Muitas pessoas já conhecem o trabalho das duas, que, por ampliarem a voz de engajamento em causas de igualdade de gênero e direitos sociais para a população LGBT+, já receberam moção de louvor e congratulações concedidas pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Segundo Nina, os alunos até vão aprender a se montar, com maquiagem, perucas e cílios postiços, claro. A ideia de oferecer o curso - que se chama "Persona Drag como potência criativa na CAL" e custa R$ 425 - surgiu há cerca de seis meses, antes do clima de incertezas que tomou conta da comunidade LGBT+ durante o processo eleitoral, por conta de declarações polêmicas dadas pelo então candidato à presidência Jair Bolsonaro, que acabou vencendo:

- Esse assunto sequer foi comentado. O que queríamos era fazer alguma coisa que estimulasse os alunos — diz o diretor acadêmico da CAL, Hermes Frederico.

'Sueño Florianópolis' retrata com carinho a rivalidade entre brasileiros e argentinos

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RIO -São os anos 1990, e um casal de argentinos, mesmo temporariamente separado, resolve passar férias com os filhos em Florianópolis. Antes de chegar ao destino, o carro para por falta de gasolina e eles são socorridos por brasileiros. É da lembrança autobiográfica de viagens de carro ao Brasil, tão comum à classe média argentina, que a diretora Ana Katz e seu irmão e parceiro de roteiro Daniel Katz criaram “Sueño Florianópolis”, dramédia que estreia hoje nos cinemas.

— Tínhamos memórias muito queridas daquela época, mas confusas, de quando fazíamos viagens com a nossa própria família, e usamos algumas delas no filme — conta Ana, que esteve no Brasil para exibir o longa-metragem no Festival do Rio.

Na trama, Andréa Beltrão e Marco Ricca vivem os brasileiros cujas vidas se entrelaçam com a família de Mercedes Morán e Gustavo Garzón. Ana diz que se encantou por Ricca após assistir ao filme “A Via Láctea”, de 2007.

— Marco me pareceu um ator de uma sensibilidade e humor muito particular, com um sorriso muito contagiante. E Andréa é uma atriz de uma potência e uma presença mágicas. Quando se uniram a Mercedes e Gustavo, não havia maneira de as cenas ficarem ruins — elogia ela, que acredita que a química entre os integrantes do elenco seja uma prova de como argentinos e brasileiros podem colaborar entre si.

— Essa união de atores é uma prova de que, sim, temos um vínculo muito forte, e me parece que falta espaço para que posamos nos aproximar mais — defende ela, que não acredita que o relacionamento entre os dois países vá esfriar diante da eleição de Jair Bolsonaro. No mês passado, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou a uma jornalista do “Clarín” que a Argentina e o Mercosul não serão prioridades na nova administração.

— (Essa união) depende da gente. Está claro que os governantes eleitos não nos representam culturalmente. O nível político é apenas uma parte da relação. Há outra dimensão real, social e humana, que é completamente distinta. Podemos, na verdade, ser solidários, porque estamos vivendo situações semelhantes — diz ela, sem deixar de se preocupar com o cenário político. — Essas transformações que os dois países sofreram nos últimos me fazem pensar que, às vezes, não sabemos defender o que temos e subestimamos a liberdade que conquistamos.

ana-katz-2.jpg“Sueño Florianópolis” se passa em uma época de câmbio favorável para os argentinos, anterior à crise de 2001, quando os vizinhos declararam moratória. Apesar do tom nostálgico do filme, ainda mais diante do recrudescimento dos problemas econômicos no país, Ana alerta que é preciso tomar cuidado com esse sentimento.

— Também sinto essa nostalgia, por causa de tudo que mudou. Mas os anos 1990 foram, para a Argentina, um tempo de negação, uma mentira que nos levou a 2001, que fez as pessoas passarem fome. O capitalismo desenfreado gera esse tipo de cegueira com o consumo.

Na trama, há brincadeiras entre os estereótipos que cercam os dois países. Dois psicanalistas, a Lucrecia de Mercedes Morán e o Pedro de Gustavo Garzón estão sempre com livros nas mãos, enquanto Marco (Marco Rica) e Larissa (Andréa Beltrão) oferecem sorrisos e convites para drinques.

— O filme não trabalha com a realidade das idiossincrasias brasileiras, e sim com as ilusões que o argentinos têm do Brasil. Nós pensamos que aqui a vida é mais leve, mas quando nos aproximamos mais intimamente descobrimos que os brasileiros também têm todas as angústias e a solidões que sentimos.

Do regional ao universal

Ana conta que, durante a produção de “Sueño Florianópolis”, acreditava estar fazendo uma história que seria entendida apenas por argentinos e brasileiros. Mas se surpreendeu ao exibir o filme no exterior.

— O filme acabou saindo muito mais universal do que eu esperava. Todos nós temos uma relação com um vizinho, que às vezes nos desperata rivalidade e outras vezes, amor.

A diretora também espera que“Sueño Florianópolis” também possa avançar na representação das personagens femininas. Para ela, a protagonista Lucrecia prova que mulheres tem o direito de “perder-se”.

— Vemos Mercedes remando em mar aberto, ou dançando, e isso mostra que ser mulher e perder-se é maravilhoso. Mas não estamos acostumadas com isso. Nas óperas e livros clássicos, as mulheres que se perdiam morriam de tuberculose ou viravam prostitutas. Na verdade, não acontece nada se nos perdermos. Uma mulher se perde, levanta-se e segue em frente.

Drag queens dão curso de teatro na Casa de Artes de Laranjeiras

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RIO - Tal qual suas professoras, Sara Lola e Nina Paola, o novo curso de interpretação oferecido pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) não tem como passar despercebido. Como adiantou Ancelmo Gois, em sua coluna no GLOBO, em janeiro os aspirantes a ator e atriz poderão contar com uma oficina ministrada por drag queens com o objetivo de criar espaço para a experimentação criativa do "exercício drag". De acordo com a ementa, o objetivo das aulas - que vão de 15 a 31 de janeiro, às terças e quintas, com três horas de duração cada - é a desconstrução das associações de gêneros binários e heteronormativos, potencializando a performance artística dos alunos.

- As pessoas têm um pensamento muito formatado sobre o que é ser drag queen. Mas ser drag é ser fluido. E a potência artística vem com maior força nesta fluidez - diz Nina, que é bacharel em artes cênicas pela UNB, além de formada em balé clássico e canto erudito.

- Vamos trocar experiências no curso e ajudar as pessoas a encontrar caminhos para se expressarem. Claro que as drags estão ligadas ao estereótipo feminino, mas o conceito de drag é o de tirar de um campo e botar no outro. Vamos partir deste princípio - completa Sara, bacharel em Letras pela UFRJ e formada em teatro pela própria CAL.

Sara e Nina existem há cinco anos. Elas nasceram da vontade dos atores Gabriel Sanches e Alessandro Brandão, respectivamente, de quebrar barreiras sociais de gênero. Cantoras e atrizes, as duas formam uma banda que se vale da linguagem teatral. Começaram a carreira cantando sambas no extinto Bar Semente, na Lapa, e estão prestes a lançar seu primeiro disco, "Céu de framboesa", no início de 2019. São nove composições e três músicas de parceiros da dupla, que as classificam como "repletas de diversidade, de promoção dos direitos da pessoa humana, de forma artística e amorosa". Entre estes parceiros estão Lanh Lan, Nelson Faria, Donatinho e Simone Mazzer.

- Quem dá as aulas são Sara e Nina. Não queremos associar nossos nomes ao curso porque queremos legitimá-las. Claro que a gente também está lá, mas elas precisam desta legitimidade - explica Alessandro. - Muitas pessoas já conhecem o trabalho das duas, que, por ampliarem a voz de engajamento em causas de igualdade de gênero e direitos sociais para a população LGBT+, já receberam moção de louvor e congratulações concedidas pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Segundo Nina, os alunos até vão aprender a se montar, com maquiagem, perucas e cílios postiços, claro. A ideia de oferecer o curso - que se chama "Persona Drag como potência criativa na CAL" e custa R$ 425 - surgiu há cerca de seis meses, antes do clima de incertezas que tomou conta da comunidade LGBT+ durante o processo eleitoral, por conta de declarações polêmicas dadas pelo então candidato à presidência Jair Bolsonaro, que acabou vencendo:

- Esse assunto sequer foi comentado. O que queríamos era fazer alguma coisa que estimulasse os alunos — diz o diretor acadêmico da CAL, Hermes Frederico.

Lars von Trier volta com violenta história do assassino para quem matar é uma obra de arte

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Pollock do Museu de Arte Moderna vai a leilão nesta quinta em Nova York

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Rio - Oito meses depois de ter anunciado a venda da pintura “Number 16”, de Jackson Pollock (1912-1956), uma das mais valiosas de seu acervo, o Museu de Arte Moderna do Rio provavelmente verá nesta quinta-feira a obra mudar de mãos. A pequena tela (mede apenas 56,7 centímetros em cada lado) pintada por um dos mais importantes artistas americanos é a grande estrela do leilão de Arte do Século XX e Contemporânea que a casa Phillips promove em Nova York a partir das 17h (20h no Rio).

Entre os 41 lotes que serão apresentados, “Number 16” é o único que não traz, no catálogo, o valor estimado — em vez disso, lê-se no site da casa de leilões “estimate on request” (estimativa mediante solicitação). Poucos devem ter solicitado — um grupo seleto, mas com grande poder de fogo para arrematar uma obra cujo valor gira em torno de US$ 18 milhões — a quantia foi citada pelo diretor de Comunicação da Phillips, Michael Sherman, em entrevista ao GLOBO no mês passado, puxando para baixo os US$ 25 milhões que o Museu de Arte Moderna do Rio, proprietário da tela, pretendia inicialmente arrecadar com a obra.

Sociedade privada sem fins lucrativos, o MAM, através de seu presidente, Carlos Alberto Chateaubriand, o Bebeto, anunciou a venda em março, justificando o gesto por muitos considerado extremo como uma solução para enfrentar a crise financeira e garantir recursos para os próximos anos. A ideia é que o valor arrecadado com a venda seja transformado num fundo administrado por uma instituição financeira, com seu uso gerido por um comitê e submetido a auditoria.

A verba obtida também permitiria cobrir lacunas na coleção de arte brasileira, abrindo mão de uma obra que a instituição não considera fundamental no conjunto de sua coleção. Em entrevista ao GLOBO em 20 de março, Bebeto dizia que era “melhor vender uma obra do que arriscar um acervo”. E citava o fato de a tela ter sido sempre muito solicitada para exposições no exterior, enquanto no Brasil só fora pedida uma vez, em 1996, para uma mostra em São Paulo.

As alegações foram refutadas, no entanto, por muitos artistas, marchands, curadores e outros profissionais do meio. Contrários à venda, eles produziram um manifesto com mais de 250 assinaturas, em que afirmavam a importância de se ter num museu do Rio um Pollock, o único em coleção aberta na América Latina.

“Number 16” foi doada ao MAM em 1952 pelo empresário e político americano Nelson Rockefeller, com uma série de interesses pessoais no Brasil. O site da Phillips ressalta a trajetória da tela, comprada por Rockefeller na Betty Parsons Gallery, em Nova York, em 1950 (há uma cópia da fatura, de US$ 300, pertencente à Smithsonian Institution). Destaca ainda o fato de ter sido criada “no auge da força criativa” de Pollock.

A tela será oferecida nesta quinta junto a outras obras de importantes artistas do século passado, como Joan Miró (“Femme dans la nuit”, de 1945), Jean-Michel Basquiat (sem título, de 1981) e Robert Motherwell (“Open Nº 153: In scarlet with white line”, de 1970).

Sigrid Nunez ganha o National Book Award de ficção com o romance 'The friend'

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NOVA YORK — Sigrid Nunez foi a ganhadora do National Book Award de ficção, com seu romance "The Friend", sobre uma escritora solitária que, após o suicídio de seu melhor amigo e mentor, se consola cuidando do cachorro que ele deixou para trás.

Uma meditação um tanto amarga sobre perda e amor, o romance estava entre os favoritos deste ano. Dwight Garner, crítico do "New York Times", considerou-o "seco, alusivo e charmoso", observando que, quando a frágil escritora adota o grande e pesado cachorro, "a comédia se escreve sozinha".

Links Nobel"The Friend" também pode ter ressoado com críticos e jurados neste ano por tratar do tema de assédio sexual: o amigo da personagem principal era um escritor proeminente que aproveitou sua fama para ter relacionamentos inadequados com alunas mais jovens. O júri classificou a obra como uma “exploração primorosamente escrita e profundamente humana da tristeza, literatura e memória”.

Nunez — autora dos romances “Salvation city”, “The last of her kind”, “A feather on the breath of God” e “For Rouenna,”, entre outros — falou em seu discurso de aceitação sobre como escritores são capazes de encontrar significado na dor, pois o sofrimento e a perda podem gerar uma grande literatura.

Jeffrey C. Stewart ganhou o prêmio de não-ficção por seu livro “The new negro: The life of Alain Locke”. Locke, um filósofo, foi uma figura chave do Renascimento do Harlem.

O prêmio, concedido pela National Book Foundation, existe desde 1950. Alguns dos escritores mais influentes dos EUA já foram homenageados, incluindo W.H. Auden, Saul Bellow, Ralph Ellison, Guilherme Faulkner, Vladimir Nabokov, Flannery O'Connor, Katherine Anne Porter, Adrienne Rich, J.D. Salinger, Eudora Welty e William Carlos Williams.

A cerimônia, realizada em um jantar de gala com centenas de convidados no Cipriani Wall Street, em Manhattan, é o evento literário mais glamouroso do ano. O ator foi o apresentadorhospedado, e aprovou uma nota sincera:

— Em nossa busca inexorável por liberdade e direitos humanos, os livros servem como armas e também como escudos — disse o apresentador Nick Offerman. — Eles são talvez a maior criação da humanidade.

A escritora chilena Isabel Allende se tornou a primeira autora hispânica a receber o prêmio pelo conjunto da obra. "Os valores e princípios que sustentam nossa civilização estão sob cerco", disse ela em seu discurso. "Se ouvirmos a história de outra pessoa, se contarmos nossa própria história, começaremos a nos curar da divisão e do ódio".

Uma nova categoria, para a literatura traduzida, foi lançada este ano; “The Emissary”, escrito por Yoko Tawada e traduzido por Margaret Mitsutani, ganhou o prêmio inaugural.

O romance "The Poet X", de Elizabeth Acevedo, ganhou o prêmio de literatura jovem. Escrito em verso, o livro conta a história de uma menina dominicana de 15 anos enfrentando os perigos da adolescência e encontrando consolo em seu caderno de poesia.

"Indecency", de Justin Phillip Reed, ganhou o prêmio de poesia. Em sua citação, os juízes elogiaram a coleção como um trabalho “formalmente explosivo” que torna “a intimidade tanto um refúgio quanto uma arma”.

Os finalistas de ficção deste ano traziam uma mistura de ficção experimental de editoras independentes como Soho Press e Graywolf (10 dos 25 finalistas foram livros publicados por pequenas editoras) e obras de romancistas consagrados.

Entre as maiores surpresas na categoria de ficção estavam não os cinco indicados, mas sim alguns queridinhos da crítica e do público que ficaram ausentes. Dois dos romances mais populares e aclamados deste ano, "There There", de Tommy Orange, e "An American Marriage", de Tayari Jones, não ficaram entre os finalistas.

Além da cerimônia de quarta-feira, a temporada de prêmios literários internacionais não teve muito brilho. O Prêmio Nobel de Literatura foi cancelado este ano por causa de um escândalo de má conduta sexual. O prêmio Man Booker, que foi para a autora da Irlanda do Norte, Anna Burns, por "Milkman", não gerou o tipo de burburinho e controvérsia de anos anteriores. E surgiram poucos romances de estreia ou best-sellers que tenham empolgado o mundo literário. As vendas de ficção em geral caíram enquanto os leitores ficam colados no notícias sem fim.

Azealia Banks cancela show poucas horas antes de subir ao palco, em festa de Fortaleza

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RIO — A cantora Azealia Banks se recusou a se apresentar em Fortaleza, na noite desta quarta-feira, no Festival Pisa Menos. A rapper americana estava com show marcado no Marina Park Hotel, assim como Pabllo Vittar e Kaya Conky, e chegou a publicar em seu Instagram que a desistência acontecera “inesperadamente”, prometendo retornar em breve à capital cearense. Segundo a produção do festival, no entanto, a artista descobriu que não seria a atração principal do show cerca de quatro horas antes de subir ao palco. E se recusou a cantar.WhatsApp Image 2018-11-15 at 15.24.19.jpeg

"A artista, além de fazer exigências fora da nossa realidade, não aceitou que Pabllo vittar se apresentasse antes dela, uma vez que a maioria do público presente estava la para ver a Pabllo", informou a produção, em nota.

Após o anúncio do cancelamento, centenas de fãs questionaram, tanto em postagens da cantora quanto da produtora do show no Ceará, a Planner Eventos, o porquê da decisão. Nas redes sociais, Azealia disse ainda que o cancelamento não "tem nada a ver" com a produtora de sua turnê pela América Latina — a Descobrir Música — e informou que sua agenda "continuará como planejada". Os shows desta quinta (15/11), em Recife, e de sexta (16/11) em São Paulo, estão mantidos.

A Planner Eventos informou ainda que o valor pago pelos ingressos serão devolvidos para os fãs da americana.

A reportagem do GLOBO entrou em contato com a equipe de Azealia, mas ainda não obteve resposta.

Não é a primeira polêmica envolvento Azealia Banks e o Brasil. Em 2017, a cantora escreveu um post em que dizia "não saber que na favela tinha internet" e chamou brasileiros de "anormais de terceiro mundo" ("Quando esses anormais do terceiro mundo vão parar de fazer spam com esse inglês errado falando sobre algo que não sabem? É hilário ser chamada de vadia negra por brasileiros brancos. Eles deveriam se preocupar com a economia primeiro”, postou, para depois apagar).

Os brasileiros reagiram com uma campanha contra suas apresentações no país.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DA PRODUÇÃO

Nós da Planner Eventos nos insentamos da culpa pela ausência da cantora Azealia Banks (avisada pela produção da mesma em cima da hora) no evento “Pisa Menos”, que aconteceu ontem, no Marina Park, em Fortaleza.

A artista, além de fazer exigências fora da nossa realidade, não aceitou que Pabllo vittar, se apresentasse antes dela, uma vez que a maioria do público presente estava la para ver a Pabllo.

Nós não poderiamos mudar todo um cronograma por um capricho de uma das atrações. Tentamos contornar a situação da forma mais viável no momento e, no final, fizemos um lindo evento.

Os fãs da artista já estão tendo a devolução do valor do ingresso.

Estamos disponíveis para esclarecimentos ou tirar quaisquer dúvidas.

Obrigado!

Equipe Planner Eventos


C.J. Ramone passa mal e interrompe show no Teatro Odisseia

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RIO — Um dos maiores ícones do punk rock passou mal durante um show no Rio de Janeiro. Durante a apresentação no Teatro Odisseia, na noite de quarta-feira, o baixista C.J. Ramone desmaiou, ao final da música "Three angels", segundo relatos dos fãs.

O músico de 53 anos ficou um tempo desacordado, e o show precisou ser interrompido. Segundo a produção do Teatro Odisseia, C.J. teve um "problema de saúde", mas seguiu diretamente para o hotel e já está bem.

A interrupção aconteceu na 18ª canção da noite — o que seria muito em qualquer outro show, mas, no caso de um Ramone, era pouco mais da metade. C.J. costuma tocar entre 29 e 30 músicas na atual turnê, terminando o bis com a matadora sequência "I wanna be sedated" e "Blitzkrieg bop". O desmaio ainda deixou os fãs sem clássicos como "53rd & 3rd", "Sheena is a punk rocker" e "R.A.M.O.N.E.S.".

Após o susto, C.J. segue para Brasília, onde se apresenta nesta quinta-feira. A turnê brasileira ainda passará ainda por Porto Alegre (16/11), São Paulo (17/11) e Santos (18/11).

Enrique Vila-Matas: 'Também deve-se exigir talento do leitor'

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RIO — O escritor espanhol Enrique Vila-Matas anda se repetindo. O narrador de “Mac e seu contratempo”, seu novo romance, quer reescrever “Walter e seu contratempo”, livro fracassado de seu vizinho, um escritor de algum sucesso. “Walter e seu contratempo” é a história de um ventríloquo azarado que só consegue fazer a própria voz. Esse também é o enredo de “Una casa para siempre”, romance do próprio Vila-Matas, publicado em 1988.

vilaMac, o narrador, até tenta reescrever o romance, mas o que sai é um diário cheio de reflexões sobre originalidade, repetição, a Espanha em crise e astrologia.

Vila-Matas conversou com O GLOBO sobre sua obsessão por ventríloquos, horóscopos e o que ele espera dos leitores.

“Walter e seu contratempo” é, na verdade, “Una casa para siempre”. Por que voltar a esse livro?

“Una casa para siempre” contava o drama de um ventríloquo que só tem uma voz — uma voz própria, essa tão buscada por escritores. Por razões óbvias, era um problema para o ventríloquo, já que é imprescindível ter diversas vozes para exercer seu ofício. Voltei ao livro porque todas as histórias são falsificações em cadeia de um relato original.

De onde vem seu interesse por ventríloquos?

De minha infância. Os ventríloquos me davam medo. O primeiro que eu vi, uma mulher, chamava-se Herta Frankel e era austríaca. Fugindo da destruição e da barbárie nazista, ela chegou a Barcelona em plena Segunda Guerra e ficou muito famosa. Todas as crianças a adorávamos porque ela era uma grande artista e não havia outra senhora vienense na cidade. Naqueles anos, quase não havia estrangeiros em Barcelona, e os que nós víamos nos pareciam misteriosos.

Que livro de outro autor gostaria de reescrever?

Transformaria “O homem sem qualidades”, de Robert Musil, em um romance de 100 páginas (o livro tem mais de mil). É uma piada. Eu gosto de fracassar, mas nem tanto.

Qual a importância do fracasso na literatura?

O fracasso é inerente ao exercício da escrita: em alguma medida, sempre acabamos não materializando o que havíamos sonhado para um livro. Em um texto, Zadie Smith imaginou escritores, cheios de esperança e ilusão, que viviam em uma praia, enquanto os “romances perfeitos” se amontoavam, inacessíveis, do outro lado do mar.

Mac escreve um diário enquanto tenta ser escritor. Você escreve diários?

Tenho dois. Um é minha obra literária, em que finjo falar obliquamente de minha vida, embora não diga nada de real. O outro diário — pessoal, secreto, impublicável — contém, desde 1985, anotações frias e telegráficas, livres de qualquer tentação literária, dos fatos da vida. Esse segundo diário é uma redução seca e dura de minha biografia a 5 mil notas — até agora.

Mac lê o horóscopo todos os dias e crê que a astróloga Peggy Day escreva especialmente para ele. Você se interessa por astrologia?

A suspeita de Mac, de que Peggy Day escreve o horóscopo só para ele, eu também a tive, por algum tempo, em 2015. Todo fim de tarde, lia as previsões que o jornal barcelonês “La Vanguardia” dedicava a meu signo e via com assombro que tudo ali se encaixava com perfeição ao que havia ocorrido durante o dia.

“A arte contemporânea não oferece obras terminadas, somente inconclusas, para que o espectador as complete com sua imaginação”, escreve Mac. O leitor também deve completar os livros?

Sim, claro. Creio na “leitura ativa”, que contém o gesto mais democrático que conheço: abrir-se ao mundo e às verdades relativas do outro, à sagrada revelação de uma consciência alheia. Se se exige talento de um escritor, deve-se exigi-lo também do leitor. A viagem da leitura passa por terrenos difíceis, que pedem tolerância, espírito livre, emoção inteligente, desejo de compreender o outro e de se aproximar de linguagem diferente da que nos sequestrou.

“Os melhores autores”, diz Mac, “assumiram, em suas próprias estruturas narrativas, o caos do mundo e a dificuldade de entendê-lo”. Incluir o “caos do mundo” na narrativa é um compromisso político da literatura?

O único compromisso de um escritor é não trair a si mesmo. Gosto dos que conseguiram escrever sobre suas experiências pessoais e, ainda assim, alcançar a esfera social. E daqueles que, tendo estabelecido a literatura como um fim em si mesmo, souberam assimilar a condição de impostor.

“Mac e seu contratempo”

Autor: Enrique Vila-Matas

Tradução: Josely Vianna Baptista

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 288

Preço: R$ 59,90

Exposições em cartaz no Rio ressaltam a força política da arte

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Rio - Dobradas, retorcidas, disformes, as esculturas de cassetetes e tonfas (bastão com cabo lateral, utilizado pelas forças de segurança) feitas em bronze por Paul Setúbal trazem as marcas do contato com o corpo de seu criador. Antes de seguirem para a fundição, o artista goiano atinge a si mesmo com os moldes em resina e cera, fazendo com que se deformem. Assim, as peças da série “Compensação por excesso” — que integram a individual “Corpo fechado”, inaugurada na semana passada na C.galeria, no Jardim Botânico, com curadoria de Daniela Name — sintetizam a ideia de resistência diante da opressão, junto a outros trabalhos igualmente potentes, como as bandeiras em que se leem “Náusea” e “Amnésia”, tingidas com sangue e terra.

As obras de Setúbal, contemplado com o Prêmio Foco ArtRio deste ano, acompanham uma tendência vista em instituições e galerias: leituras do contexto político e social, acirrado pela polarização surgida no período eleitoral. Como tais questões estão longe de serem apaziguadas, o indício é de que a produção contemporânea siga refletindo sobre temas como identidade, gênero, autoritarismo e desigualdade. Resta saber como instituições e o mercado vão absorver trabalhos com orientação semelhante sem que a temática dê sinais de esgotamento.

79789711_SC - Paul Setúbal e obras da individual Corpo fechado em cartaz na C Galeria.jpg

— A mostra tem obras feitas desde 2015, mas que ganham novas leituras com o tempo e com o recrudescimento da situação política — comenta Setúbal. — Os trabalhos têm uma conexão com o momento, mas também partem da minha experiência individual. Tanto nas esculturas quanto no vídeo que fiz manejando os cassetetes busco no meu corpo a violência daqueles instrumentos.

TORQUATO ADESIVADO

Inaugurada no sábado no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, a exposição “Concrescer” reúne objetos e instalações criados de 1983 a 2017 pela dupla paulistana Francisco Zorzete e Jorge Bassani, a partir de interpretações visuais de poemas concretos de autores como José Lino Grünewald e Décio Pignatari. Uma das obras, “Ocupe se vire”, inspirada nos versos de Torquato Neto, foi criada na forma de adesivos, distribuídos ao público.

— A primeira vez que fizemos o “Ocupe se vire”, na virada dos anos 1970 para 1980, foi em formato de outdoor. Como a história é cíclica, voltamos ao Torquato em outro contexto — observa Bassani. — Se antes estávamos em um momento de abertura, e a obra representava uma possibilidade de vivência, agora ela volta como tentativa de sobrevivência.

A ideia é que o público se engaje na proposta por meio do uso dos adesivos.

— Pode ser que dez ou mil pessoas saiam adesivadas, o importante é que esta ideia volte para a rua. — aponta Zorzete.

Com inauguração hoje no Museu de Arte do Rio, a coletiva “Mulheres na Coleção MAR” propõe questões como machismo, racismo e imposição de padrões. Sua curadoria foi realizada a partir de um processo colaborativo, com cerca de 30 mulheres de todos os setores da instituição atuando na seleção de obras e na definição de núcleos — “Retrato/representação” e “Corpo político” foram dois deles.

— Podemos estar vivendo um momento crítico, mas esta luta é histórica. O corpo feminino sempre foi subjugado. A partir das questões levantadas pelas mulheres da equipe, conseguimos identificar obras da coleção que criam estas conexões — ressalta Amanda Bonan, coordenadora de Conteúdo do MAR.

ENTRE CEDER OU SE MANTER FIRME

Também no MAR segue em cartaz, até maio de 2019, a coletiva “Arte democracia utopia”, que aborda temas como direito à habitação, violência urbana e questões de gênero. Curador da mostra, Moacir dos Anjos investiga há mais de uma década as relações entre arte e política, e não acredita que o tema possa se esgotar.

78849215_SC 14-09-2018 Exposição Arte democracia utopia – Quem não luta tá morto..jpg

— Esse contexto mudou nos últimos cinco anos, coincide com a crise de representatividade que atingiu o país. Até pela nossa tradição geométrica e abstrata, a emergência de temas assim era mais difícil — compara Moacir. — Acredito que, mais que o esgotamento destas questões, o maior risco seja o da cooptação delas pelo mercado. Cabe ao artista identificar onde é possível ceder e onde é necessário se manter firme.

Para o galerista Ricardo Rego, da Lurixs, muitas das questões políticas em evidência surgem mais do âmbito curatorial do que de movimentos do mercado. Ainda assim, acredita que obras com esse viés despertem interesse de colecionadores.

— Alguns compradores têm um perfil mais engajado, e o que faz alguém adquirir uma obra é a forma como ela afeta a sensibilidade de cada um, mais do que tendências ou investimento — analisa Rego. — Ainda que os artistas estejam mais alertas neste momento, parte dos colecionadores está otimista com o redirecionamento da economia, o que pode ter um reflexo positivo no mercado.

Fundadora e diretora executiva da SP-Arte, a maior feira do setor no país, Fernanda Feitosa aposta que o mercado seguirá absorvendo obras que abordem o momento político do país:

— Colecionadores se interessam pela produção que é fiel ao seu tempo. Não é uma questão de escapismo. Se ela for realizada com autenticidade e qualidade, sempre vai ter lugar numa coleção.

Diego Luna: 'Narcos México mostra raiz do que vivemos hoje em relação às drogas'

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Diego Luna é conhecido no Brasil desde a parceria com Gael García Bernal em “E sua mãe também” (2001), aos 21 anos. Mais recentemente, ganhou fãs com o capitão Cassian Andor da franquia “Guerra nas estrelas”. O ator e diretor de 38 anos volta ao papel em 2019 na série que será um spin off de “Rogue one” (2017). A seguir, os principais trechos de sua conversa com O GLOBO.

Por que foi difícil achar seu Gallardo?

Links NarcosEle foi o primeiro “poderoso chefão” do narcotráfico mexicano. Como tinha vida secreta, não havia muitas entrevistas ou imagens dele. O que me ajudou foram cartas que ele escreveu na cadeia, onde vive.

Não fazemos documentário, é ficção inspirada em personagens reais, e construí Gallardo muito a partir dos outros. Se te perguntar quem você é, provavelmente contará lorotas (risos). Mas pessoas de seu convívio dirão histórias mais próximas de quem você é.

Viu as temporadas anteriores?

Era fã da série por conta do Wagner (Moura), que eu adoro. Vi a primeira temporada de uma poltronada só e me deu vontade de trabalhar de novo com ele (os dois estiveram juntos em “Elysium”, em 2012). Mas há algo peculiar agora, bem diferente das outras temporadas. Tratamos das raízes do que vivemos hoje em relação às drogas, nos EUA e no México.

Mesmo sendo uma produção de época...

Sim. O pulsar é atual, até por ser rodado aqui em plena campanha eleitoral (a filmagem foi antes das eleições de julho). Você vê uma cena após a outra e pensa em por que estamos nesta realidade violenta e desajustada. Gallardo foi quem deu protagonismo ao narcotráfico.

É importante reviver o que houve para entender o presente e pensar no futuro. Precisamos parar de cometer os mesmos erros. É importante, creio, sem moralismo, entender o que acontece por trás daquela carreirinha de cocaína usada em casas e bares da moda.

Como vê o cenário latino-americano?

Cresci numa família de esquerda, aprendi a pensar por mim mesmo, e hoje não encontro facilmente quem me represente. Parece que temos sempre que votar no menos pior. O mais importante é o questionamento permanente. A direita destruiu meu país, mas critico bastante a esquerda. Quero vê-la modernizada.

Dez atrações imperdíveis do festival Mulheres Pelo Mundo (WOW)

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RIO - Algumas das mulheres mais inspiradoras do mundo estarão juntas para conversar sobre suas conquistas e lutas no Rio de Janeiro. É a promessa do festival Mulheres Pelo Mundo (WOW), que reúne artistas, intelectuais, ativistas e empreendedoras entre 16 e 18 de novembro no Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Surgido na Inglaterra em 2010, o WOW já passou por 20 países e chega ao Brasil pela primeira vez.

Na programação, que se espalha por locais como o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR). A programação é gratuita e os ingressos podem ser adquiridos em uma pré-inscrição pelo site ou durante a distribuição de ingressos duas horas antes das atividades.

O evento é realizado pela ONG Redes da Maré em parceria com o centro cultural britânico Southbank Centre e o British Council. Confira, abaixo, alguns dos destaques da programação.

Oficina de escrita com Conceição Evaristo

77998488_SC Rio de Janeiro RJ 17-07-2018 - Coluna da Marina Caruso Entrevista com a escritora Concei.jpgUma das mais celebradas escritoras brasileiras, Conceição Evaristo, com objetos e um vídeo, comanda uma oficina de produção textual e promove uma reflexão sobre a memória dos povos diaspóricos. Recomendada para professores da rede pública de ensino. Sexta-feira, no observatório do Museu do Amanhã, às 10h. A escritora também particpa de deabte com a jornalista luso-angolana Carla Fernandes no sábado, no auditório do Museu do Amanhã, às 10h.

Funk you: o lugar de mulher é onde ela quiser

A antropóloga Adriana Facina e as funkeiras Valesca Popozuda e Tati Quebra-Barraco discutem como o Funk pode ser tanto um espaço de objetificação do corpo feminino como lugar de expressão do poder da mulher negra e periférica. Sexta-feira, na sala 3.3 do MAR, às 14h.

A literatura das mulheres

A escritoras Scholastique Mukasonga (Ruanda), Tania de Montaigne (França), Taiye Selasi (Reino Unido), Noemi Jaffe (Brasil) e a idealizadora do WOW, Jude Kelly, discutem sobre a escrita como forma de sobrevivência para mulheres. Sexta-feira, no auditório do MAR, às 16h.

Shows com Letrux e Elza Soares

letrux.jpgNo primeiro dia de festival, apresentações de diversas artistas tomam a Praça Mauá. A cantora Anelis Assumpção e a DJ Badsista mostram seu trabalho, e Letrux apresenta seu mais novo disco, "Em noite de climão". A noite se encerra com show de Elza Soares com participação do bloco afro Ilu Obá de Min. Sexta-feira, a partir das 19h, no palco principal da Praça Mauá.

Entrevista com Reni Eddo-Lodge

Reni Eddo Lodge.jpgA fundadora do WOW Jude Kelly conversa sobre carreira, literatura e ativismo com um dos nomes mais comentados na literatura na atualidade: a escritora e jornalista inglesa Reni Eddo-Lodge — autora do bestseller internacional "Why I’m not longer talking to white people about race". Sábado, no auditório do MAR, às 14h. A escritora ainda conversa com a escritora Djamila Ribeiro no domingo, no auditório do Museu do Amanhã, às 10h.

Oficina 'Slap & Tickle'

A provocadora artista multimídia Liz Aggiss convida o público para um mergulho profundo nos tabus contradições e representações sociais sobre o que é ser mulher através de técnicas de dança, poesia, manipulação de objetos e música. Sábado, no terreiro do Museu do Amanhã, às 18h.

Perfomance 'Percussão sísmica'

A artista catalã Moon Ribas apresenta sua famosa performance "Percussão sísmica". Com um sensor sísmico on-line implantado no corpo, Ribas recebe vibrações a cada terremoto ocorrido no planeta e transforma essa experiência em performances baseadas em som ou dança. Sábado, no auditório do MAR, às 18h.

Oficina para homens

Recomendada para homens a partir de 19 anos, a oficina Man Box busca desconstruir os lugares sociais em que os homens são encaixados desde a infância. Através de atividades, eles serão convidados a refletir sobre como as normas de gênero afetam as suas dinâmicas sociais, saúde e autocuidado.Com Luciano França e Linda Cerdeira, do Instituto Promundo. Domingo, no observatório do Museu do Amanhã, às 10h.

Homenagem a Marielle Franco

Mulheres discutem a presença na política durante uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março, com a presença da deputada federal eleita Talíria Petrone, a ex-governadora do Rio Benedita da Silva e ativista liberiana Korto Williams. Domingo, no auditório do Museu do Amanhã, 11h.

Desfile Daspu

Prostitutas e ativistas da da Rede Brasileira de Prostitutas (RBP), a ONG CasaNem e o coletivo Transrevolução armam um desfile em parceria com alunos do Curso de Moda da FUMEC/MG. Peças criadas em parceria com os estilistas Ale Marques e Marcita, com desenhos da cartunista Laerte, estarão na passarela. Domingo, no armazém do Espaço Márcia X, às 19h30.

Chico Buarque leva dois prêmios do Grammy Latino com 'Caravanas'

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LAS VEGAS — Chico Buarque foi o artista mais premiado nas categorias brasileiras do Grammy Latino, entregue na noite desta quinta-feira em Las Vegas, nos EUA. O compositor carioca — que não compareceu à premiação — ficou com os troféus de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, por "Caravanas", e Melhor Canção em Língua Portuguesa, com "As caravanas".

Links Grammy LatinoNas categorias gerais, Hermeto Pascoal foi premiado por "Natureza universal", como melhor disco de jazz. Entre os discos intrumentais, o Brasil não fez valer seu "favoritismo": com Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, Airto Moreira e Hermeto entre os finalistas, o prêmio foi para o venezuelano Miguel Siso.

79898814_Uruguayan musician Jorge Drexler poses with his awards in the press room during the 19t.jpgO grande destaque da noite foi o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, que saiu vencedor em três categorias: Canção do Ano e Gravação do Ano por "Telefonía", e melhor álbum cantor-compositor por "Salvavidas de hielo".

Os artistas colombianos também brilharam na premiação, com as vitórias de Maluma na categoria Melhor Álbum Vocal Pop Contemporâneo por "F.A.M.E." e de Karol G na categoria Revelação por "Mi cama".

A cantora espanhola Rosalía, que estreou ano passado com uma fusão de flamenco, R&B e eletrônica, triunfou nas categorias Fusão Urbana e Melhor Canção Alternativa por "Malamente", mostrando ser um fenômeno. O mexicano Luis Miguel não compareceu à festa, mas venceu na categoria Álbum do Ano por "México por siempre!".

Vídeo RosalíaDurante a cerimônia, a cantora e compositora brasileira Anaadi fez comentários sobre o cenário político brasileiro. A cantora recebeu o gramofone dourado de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa por "Noturno". Segundo a cantora, a independência de um artista não se trata apenas de "quem coloca dinheiro no seu projeto, mas de fazer a música que a gente quer, do jeito que a gente quer, pra quem a gente quer".

79899118_Brazilian singer Anaadi poses in the press room during the 19th Annual Latin Grammy Awards.jpg"O Brasil agora está sofrendo uma ameaça neofascista de um governo novo. Espero que a gente possa continuar sendo independente para fazer cultura, arte, música independente nesse país que tanto precisa de identidade, que tanto precisa reforçar sua identidade neste momento histórico", acrescentou a brasileira.

O Prêmio de Excelência Musical, no qual artistas escolhidos por votação do Conselho Diretivo da Academia Latina de Gravação são homenageados, contou com sete nomes, sendo o Brasil representado por Erasmo Carlos.

Veja a lista de artistas brasileiros premiados no evento:

- Melhor Álbum de Samba/Pagode: Maria Rita, por "Amor E Música"

- Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa: Lenine, por "Lenine em trânsito"

- Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portugues: Anaadi, por "Noturno"

- Melhor Álbum de Música Sertaneja: Chitãozinho e Xororó, por "Elas em evidências"

- Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa: Almir Sater e Renato Teixeira, por "+AR"

- Melhor Álbum Cristão em Português: Fernanda Brum, por "Som da minha vida"

Dicas da Kogut: crimes e castigos

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Quadro de Hockney é leiloado por US$ 90,3 milhões, recorde para um artista vivo

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NOVA YORK — Uma obra do pintor britânico David Hockney foi vendida na quinta-feira (16) por US$ 90,3 milhões em um leilão na casa Christie's de Nova York, um valor recorde para um artista vivo. "Portrait of an Artist (Pool with two figures)" destronou "Balloon Dog (Orange)" de Jeff Koons, vendido por US$ 58,4 milhões em 2013, também pela Christie's de Nova York.

Links HockneyO leilão começou em US$ 18 milhões, e o recorde anterior foi alcançado em apenas 30 segundos. Depois de pouco mais de nove minutos de disputa, o valor da obra chegou a US$ 80 milhões. O preço final alcançou US$ 90,3 milhões com as tarifas e comissões.

O valor também bateu o recorde para uma obra do pintor britânico, que tem 81 anos. A marca anterior pertencia a "Pacific Coast Highway and Santa Monica", adquirida em maio por US$ 28,4 milhões em uma venda organizada pela Sotheby's.

Fato raro para um quadro com este preço, a obra não estava sob nenhuma garantia (preço mínimo assegurado pela casa de leilões), ou preço de reserva (preço mínimo pelo qual o lote não pode ser vendido a uma quantia inferior).

— Poucas vezes podemos afirmar: esta é a oportunidade de comprar a melhor pintura do artista. Desta vez é o caso — disse Ana María Celis, vice-presidente do departamento de Pós-Guerra e Arte Contemporânea da Christie's, durante a apresentação da pintura.

O trabalho é considerado "uma das melhores obras de arte da era moderna", disse Alex Rotter, copresidente do departamento. A pintura corresponde ao "apogeu" dos dois temas mais famosos do britânico, um mestre da pop art: as piscinas e o retrato duplo, de duas pessoas que interagem.

Na tela, um homem elegante, de pé ao lado de uma piscina, observa cuidadosamente outro homem que nada em sua direção, com uma paisagem idílica de árvores e montanhas ao fundo. O homem de pé é o ex-amante e "muso" de Hockney, Peter Schlesinger, que foi estudante na UCLA em Los Angeles. Seu relacionamento aconteceu de 1966 a 1972.

A pintura foi feita em 1972 e, segundo Rotter, o nadador poderia ser o novo amante de Peter. O quadro se tornou uma das obras mais cultuadas de David Hockney e aparece na capa de vários livros sobre o artista. Também foi uma das atrações da retrospectiva dedicada ao artista em 2017, quando ele completou 80 anos.

— Na Tate Gallery (Londres), no Centro Pompidou (Paris) e no Museu Metropolitano (Nova York) esta obra sempre se destacou. Era ao redor dela que todos gravitavam — disse Rotter, que não revelou detalhes sobre o comprador.

De acordo com a agência Bloomberg e o site "Artnet", a obra pertence ao bilionário Joe Lewis, proprietário do Grupo Tavistock e do clube de futebol inglês Tottenham Hotspur. Sua fortuna é avaliada em US$ 5,4 bilhões, segundo a revista Forbes. O atual proprietário adquiriu o quadro em 1995 do produtor de Hollywood David Geffen, por um preço não revelado.

Artista prolífico, David Hockney continua pintando todos os dias. "Isso é tudo o que eu quero fazer hoje, na minha idade", disse em uma entrevista de 2015 ao canal britânico Channel 4. "Isso é tudo o que que me interessa, realmente". "Quando pinto, sinto que tenho 30 anos. Apenas quando eu paro que sinto minha idade", completou.

Mariah Carey, Mark Knopfler e Michael Bublé estão entre os lançamentos do dia

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RIO — A sexta-feira do feriadão veio recheada de grandes lançamentos no Spotify. Entre os destaques estão grandes nomes da música internacional como Mariah Carey, Mark Knopfler, Mumford & Sons, Smashing Pumpkins e Michael Bublé.

Mariah Carey - 'Caution'

O 15º álbum da diva pop foi lançado nesta sexta-feira. Nas dez faixas do disco há colaborações de nomes como Gunna, Slick Rick e Ty Dolla $ign e Blood Orange. É o primeiro disco de Mariah desde 2014, quando lançou "Me. I am Mariah... The elusive chanteuse". Mariah Carey

Mark Knopfler - 'Down the Road Wherever'

Nono álbum de estúdio solo do cantor, compositor e guitarrista britânico Mark Knopfle, foi gravado no próprio estúdio de gravação de Knopfler no West London, o British Grove Studios. Mark Knopler

Mumford and Sons - 'Delta'

O quarto álbum da banda britânica de folk foi gravado no The Church Studios, em Londres, com o produtor Paul Epworth. O single de "Guiding light" já havia sido lançado em setembro. Delta

Smashing Pumpkins - 'Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun.'

A banda americana de rock alternativo iniciou a produção de seu décimo álbum em fevereiro de 2018. É a primeira vez que o produtor Rick Rubin assina um trabalho com a banda desde "Adore". O primeiro single do álbum, "Solara", foi lançado em junho. Smashing Pumpkings

Michael Bublé - 'Love'

Michael Bublé volta ao mercado após uma pausa de dois anos em que ficou cuidando da família. O seu filho Noah, hoje com cinco anos, teve câncer de fígado. O cantor, e a esposa Luisiana Lopilato, decidiram se dedicar exclusivamente ao tratamento da criança. Esse é o décimo álbum de estúdio de Bublé. Bublé

'She-Ra' volta com princessas guerreiras e equipe de roteiristas exclusivamente feminina

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GLENDALE, Califórnia — Em muitos aspectos, "She-Ra e as Princesas do Poder", a nova série da Netflix em parceria com a DreamWorks, será familiar para os fãs do desenho original. Adora é a protagonista, descobrindo a espada mágica que a transforma em She-Ra quando ela invoca “a honra de Grayskull”. Catra, sua companheira felina, também está de volta. Há unicórnios voadores com as cores do arco-íris e vilões de garras vermelhas gigantes, além das naves espaciais.

Links NarcosMas a nova versão, de Noelle Stevenson, elogiada pela crítica por suas HQs centrados em meninas, quer ir além da frivolidade barata. No lugar da animação muitas vezes estática do original, a nova She-Ra vive em um mundo vibrante com homenagens estilísticas ao artista francês Jean Giraud (também conhecido como Moebius), ao cineasta japonês Hayao Miyazaki e ao mainstream do anime. E a série aborda alguns tópicos bastante densos, como colonialismo, genocídio e isolacionismo, com o objetivo de se manter inspiradora.

— Eu amo o original — diz Stevenson, de 26 anos. — Mas queríamos manter o que era divertido e aprofundar.

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A série original durou apenas duas temporadas e ficou provavelmente mais conhecida pela popular linha de bonecos da Mattel. Mas Stevenson acreditava que o desenho oferecia possibilidades de recriação. No original, quase todas as heroínas tinham exatamente o mesmo tamanho e forma, com rostos combinando e corpos de modelo de maiô (o que tornava tudo mais fácil para os animadores, para não mencionar os fabricantes de brinquedos, verdadeira motivação do desenho). Todas elas tinham cabelos longos dos anos 80. E quase todas eram brancas (Netossa, uma adição tardia ao programa, foi uma exceção notável).

— Uma das primeiras coisas que fizemos foi criar personagens de tamanhos, formas e etnias diferentes — diz Stevenson, numa entrevista em seu escritório na Dreamworks.

Origens e formas diferentes

Na nova série, que estreia nesta sexta-feira, há guerreiras negras, princesas do gelo asiáticas e sereias marrons. Os tipos de corpo variam de esbelto a arredondado; penteados incluem longas tranças estilo Rapunzel. O elenco de voz traz Karen Fukuhara (“Esquadrão Suicida”), Reshma Shetty (“Royal Pains”), Vella Lovell (“Ex-Namorada Louca”) e, como convidada especial, Sandra Oh (“Killing Eve”) — tão diverso quanto os personagens que elas representam.

she-ra4.jpgAimee Carrero, nascida na República Dominicana e criada em Miami em uma vizinhança predominantemente latina, é a voz da protagonista de aparência nórdica. "Eu nunca vou ser loira", ela disse, "mas posso ficar loira enquanto sou a She-Ra".

A DreamWorks adquiriu os direitos de "She-Ra" em 2012, junto com mais de 450 outras personagens da Classic Media, como "Gasparzinho", "Lassie" e "Voltron: Defensor do Universo". Pouco depois, Beth Cannon, executiva da DreamWorks e fã de “Nimona”, HQ de Stevenson, procurou a autora para conversar sobre o desenvolvimento de uma história.

Stevenson gostava muito do original da Filmation, de seus personagens de ação (“realmente gostava de brincar com os bonecos”) aos personagens malucos (“havia uma princesa que transformava suas pernas em um rabo de peixe”). Mesmo assim, ela reconhecia as limitações artísticas, desde o movimento esparso até o uso rotineiro de material de arquivo.

Para a nova versão, a equipe de animação criou fundos vívidos e paisagens de ficção científica que lembram Moebius (“Heavy Metal”) e Roger Dean (aquelas capas icônicas dos álbuns do “Yes” ). Há o ethos ecológico de Miyazaki e as indicações estilísticas do animé contemporâneo — Os olhos de Adora se tornam gigantes e cintilantes quando ela vê um cavalo pela primeira vez.

Infantil ou sexy?

Os artistas imaginaram She-Ra como uma adolescente magra e em forma, com calções de bicicleta brancos e um top de gola alta. Substituíram seus saltos altos por botas (aquelas com um elegante branco, azul e dourado). Mesmo assim, o novo visual atraiu a ira de um grupo pequeno mas barulhento de rapazes criticarando a nova She-Ra por não ser sexy o suficiente. Temos uma parede repleta de arte criada por fãs, cheia de arte de pessoas que se conectaram com essa personagem. É para essas pessoas que fizemos isso. Se você quiser assistir um mulherão cheio de curvas, tem muitas outras opções por aí.

Em resposta, hordas de fãs foram às redes sociais para defender o novo visual e questionar por que homens aparentemente adultos eram tão envolvidos emocionalmente com o corpo de uma adolescente de animação. Dezenas de mulheres e meninas criaram e modelaram seus próprios trajes cosplay inspirados em She-Ra. Outras ainda — incluindo artistas profissionais de companhias de animação da cidade — criaram centenas de peças de arte de fãs, muitas das quais Stevenson postou em sua conta no Twitter.

— Temos uma parede repleta de arte criada por fãs, indo do chão ao teto, cheia de arte de pessoas que se conectaram com essa personagem — diz ela. — É para essas pessoas que fizemos isso. Se você quiser assistir um mulherão cheio de curvas, tem muitas outras opções por aí.

Dentro do estúdio de gravação da DreamWorks, Stevenson fez uma pausa nas funções de showrunner para oferecer sua voz a Spinnerella, uma das amigas de She-Ra, ao lado de Carrero, Merit Leighton (Alexa e Katie) e Krystal Joy Brown (que interpretou Diana Ross no musical da Broadway “Motown”). Estimuladas pela diretora de voz Mary Elizabeth McGlynn, as quatro mulheres lutam contra as forças da Horda, tudo coroado por um caloroso “Pela honra de Grayskull!”, dito por Carrero.

— Eles sempre guardam essas partes para o final do dia, porque sabem que depois disso minha voz fica totalmente perdida por algumas horas — revela Carrero.

Equipe feminina

Com a exceção de um sujeito, todos dentro e fora do estúdio eram do sexo feminino. O desenho tem um ator masculino no elenco de vozes regulares (Marcus Scribner, de “black-ish”) e uma sala de roteiristas exclusivamente feminina (uma situação inédita para todas as envolvidas).

— A animação ainda é muito masculina, então é a primeira vez que trabalho com tantas mulheres — diz Josie Campbell, a editora de histórias que escreveu o episódio “Princess Prom”. — Tem sido um grande prazer. Todas as nossas roteiristas são ótimas e somos todas um bando de geeks.

No trabalho de Noelle você vê porque é tão importante ter jovens mulheres talentosas em altos cargos criativos

Françoise Mouly, experiente editora de quadrinhos e editora de arte na "New Yorker", era uma das juradas que deu a Stevenson um prêmio de melhor trabalho em HQ por “Nimona”, em 2012.

— No trabalho de Noelle você vê porque é tão importante ter jovens mulheres talentosas em altos cargos criativos — diz Mouly.

Todo o tempo que elas passam sem falar sobre rapazes, abre espaço para as princesas se preocuparem com temas mais relevantes, como enfrentar a Horda, a personificação de alguns dos maiores males do mundo. Colonização em nome da "ordem"? Está lá. Genocídio (apenas sugerido) e a destruição do planeta através da guerra? Está lá. As roteiristas também tratam de temas como o perigo do isolacioanismo e preconceitos.

Além desse material mais cabeçudo, os relacionamentos formam o núcleo da animação, afirma Stevenson. Ao longo da série há romance, ciúmes, paixões e tudo o mais que esses sentimentos trazem consigo.

— Elas são adolescentes — lembra a roteirista. E isso inclui a própria Adora/She-Ra.

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Ela pode acabar contigo com apenas um golpe de sua poderosa espada, mas no início da série nunca foi a um baile, uma festa ou se apaixonou. Teme que suas novas amigas não gostem dela e se vai conseguir cumprir essa missão de princesa-guerreira.

— Quando você está sozinha se tornando uma jovem adulta, passa a sentir tudo isso — diz Stevenson. — Você se apaixona pela primeira vez, às vezes se distancia das suas amigas. Há todos esses sentimentos a serem explorados. E nossas personagens têm muitos sentimentos.

Crítica: Popload Festival é marcado por encontro de gerações de fãs de Lorde e Blondie

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SÃO PAULO — Uma curiosa troca de guarda se verificou na noite de quinta-feira, no Memorial da América Latina durante o Popload Festival: logo após o show da banda americana Blondie, liderada pela cantora americana Debbie Harry, de 73 anos, os espaços próximos ao palco aos poucos deixaram de ser ocupados pelo público adulto e foram invadidos por adolescentes sedentos pelo espetáculo musical e visual da estrela neozelandesa Lorde, de 22.

Estrela pop de primeira grandeza, com apenas dois álbuns no currículo ("Pure heroin", de 2013, e "Melodrama", de 2017), Lorde cuidou de entreter um vasto público (que ao longo do dia de festival totalizou 13.700 pessoas) com uma performance segura, calcada em sua magnética e vistosa presença de palco (ela chegou com vestido e tênis vermelhos e algumas transparências) e um bocado de r&b percussivo (que ela dançou como se estivesse só em seu quarto) e dramáticas baladas de piano, que por vezes lembraram a da inglesa Kate Bush. Com hits como "Homemade dynamite" e "Writer in the dark", Lorde teve a plateia em suas mãos por todo o tempo, mostrando que é, definitivamente, o tipo de astro talhado para as exigências e anseios da sua geração. Links Popload Festival 2018

Já com Debbie Harry e o Blondie, tratava-se de um acerto de contas com um grande nome da new wave e do rock, que em mais de 40 anos de carreira nunca havia se apresentado no Brasil. Foi uma aula de estilo ministrada pela cantora, ao lado de uma banda que ainda tinha, de integrantes originais, um animado Clem Burke, baterista (o guitarrista-fundador, Chris Stein, não pôde vir e foi homenageado pela banda com a canção "Heart of glass"). Mesmo cantando em tons mais baixos do que os das gravações, Debbie Harry manteve a jovialidade e a sensualidade em hits como "One way or another", "Call me", "Rapture", "Maria", "Atomic", "The tide is high" e "Dreaming", que encerrou de forma muito emotiva a apresentação.18.11.15 - Popload Festival 2018 937 (2).jpg

Mas nem só de Lorde e Blondie foi feito o Popload. Uma boa preparação para o show da banda foi feita pelo MGMT, grupo americano dos anos 2000 que recentemente voltou com um bom disco, "Little dark age". Na apresentação, repleta de delírios visuais no telão, eles equilibraram bem suas psicodelias sessentistas de guitarra e saudosismos eletrônicos dançantes dos anos 1980. O hit "Time to pretend" animou o público mesmo debaixo de chuva fina, seguida da progressiva "Alien days". Musicas no novo disco, como a faixa-título e "Me & Michael" deixaram os espíritos acesos para os grandes sucessos de pista do MGMT, "Kids" e "Electric feel", que terminaram o curto mas empolgante show.

Veja fotos das atrações do Popload Festival, em São Paulo

Antes deles, porém, foi a vez de outra banda americana fazer sua estreia no Brasil: o Death Cab For Cutie. Ícone do rock indie, ele quase não se apresentou no Popload: acidentado, o vocalista e guitarrista Ben Gibbard teve que fazer o show com dores, sentado em uma cadeira. A coisa começou meio morna, com músicas do mais recente disco da banda, "Thank you for today", mas esquentou quando ela sacou de sucessos como "Crooked teeth", "Cath", "Soul meets body" e "Follow you into the dark", cantada em uníssono pela plateia. Links festivais

A escalação internacional do festival começou a dar as caras por volta das 15h com o grupo americano At The Drive-In, que também estreava em palcos brasileiros. Veterano do pós-hardcore, ele causou sensação pela perfomance alucinada do vocalista Cedric Bixler-Zavala, que além de berrar e pular para todo canto, ainda jogou o microfone no chão na primeira música e ainda passou o resto do show batendo com a base do pedestal no chão. Mas, além de bom cantor, ele contou com o auxílio de músicos precisos, vigorosos e inventivos como o guitarrista Omar Rodriguez-Lopes e o baterista Tony Hajjar. O grande momento do show do At The Drive-In foi mesmo o final, quando tocaram as musicas "Pattern against user" e "One armed scissor", de seu disco mais clássico, "Relationship of command", de 2000.

Antes do At The Drive-In, o público curtiu os brasileiros: o duo acústico de Mallu Magalhães e Tim Bernardes, do Terno (que cantaram sob forte chuva) e o carioca Letrux, da cantora Leticia Novaes. Nos intervalos entre os shows internacionais, o palco secundário Heineken Jukebox promoveu breves encontros do Terno e Liniker e de Céu e Tropkillaz.

COTAÇÃO: Bom

Crítica: Smashing Pumpkins fazem empolgante simulação de seus tempos mágicos

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